O meu saudoso pai, o luthier
Rochinha, tinha um amigão do peito, o nome dele era Abdias, mais conhecido pela
alcunha de “Bodó” – pense numa figura, o cara era amolador de ferramentas no
Mercado Adolpho Lisboa, nas horas vagas era polivalente: biriteiro, palhaço e
cozinheiro.
Ele pegou esse apelido em decorrência de possuir uma boca igual ao Liposarcus pardalis, conhecido popularmente como Acari Bodó, simplesmente Bodó para os manos do Amazonas – para quem não sabe esse peixe é o “patinho feio” na preferencia dos consumidores e pescadores - muito pessoas não gostam nem um pouco dele, em decorrência do seu aspecto esquisito, bastante feio, parece de outro planeta, além do mais, o bicho é chegado a se alimentar de tudo o que aparece pela frente, não faz cerimônia, até merda ele come, na maior.
Ele pegou esse apelido em decorrência de possuir uma boca igual ao Liposarcus pardalis, conhecido popularmente como Acari Bodó, simplesmente Bodó para os manos do Amazonas – para quem não sabe esse peixe é o “patinho feio” na preferencia dos consumidores e pescadores - muito pessoas não gostam nem um pouco dele, em decorrência do seu aspecto esquisito, bastante feio, parece de outro planeta, além do mais, o bicho é chegado a se alimentar de tudo o que aparece pela frente, não faz cerimônia, até merda ele come, na maior.
O nosso Abdias Bodó
trabalhava na Rua Rocha dos Santos, na entrada de um casarão antigo que fica
bem em frente ao Mercado Adolpho Lisboa – naquela época, essa profissão rendia
um bom lucro, em decorrência dos inúmeros clientes marchantes e peixeiros do “Mercadão”,
além de atender as pessoas que por lá passavam todo dia - ele era um grande profissional,
tinha uma habilidade fora do comum para afiar facas e ferramentas.
Nos finais de semana, ele ia
para a nossa casa/flutuante, a minha avó não gostava nem um pouco dele, pois
foi ele quem incentivou o papai a começar a beber pinga, além do mais, por ser
católica fervorosa, considerava o amigo do meu pai um puro “sapato do diabo”,
quando ele chegava, ela fazia o sinal da cruz e dizia: - Lá vem o Satanás, vou passar o dia fora de casa!
O cara vestia uma bata da
minha mãe, pintava os lábios, coloca uma peruca e um corpete (sutiã), se
transformava na cozinheira “Bodó do
Igarapé de Manaus”! Expulsava a mamãe da cozinha e, enquanto tomava aqueles
“birinaites”, fazia as suas
estripulias e um excelente almoço - ele era muito bom no preparo de qualquer
prato.
Foi ele que me ensinou a nadar - o cara me jogava dentro do rio, dava caldo, fazia o diabro a quatro - rapidinho aprendi a nadar!
Foi ele que me ensinou a nadar - o cara me jogava dentro do rio, dava caldo, fazia o diabro a quatro - rapidinho aprendi a nadar!
O Olavo, Rochinha e o Abdias
“Bodó”, formavam o trio da “CM & P10”, ou seja, cachaça, mulher e Parque 10
de Novembro. Todos os finais de semana reuniam na Oficina do Velho, na Rua
Huascar de Figueiredo com a Rua Igarapé de Manaus; lá armavam as estratégias,
faziam a cotização para comprar as ampolas de cervejas XPTO, a cachaça Cocal
para a batida de limão e os “bributes”; depois rumavam em direção ao balneário
do P10.
Fazia parte da nossa
família, era considerado o meu tio mais velho – os seus filhos, o Bira e o
Agostinho eram os meus amigos do peito, esse último casou com a minha vizinha
da Rua Tapajós, a Mira, um descendente de sírios, tiverem vários filhos – sou
ainda amigo dos seus netos, o Acrísio e a Cíntia.
Tempos bons, vez e outra me
lembro do Igarapé de Manaus, do Mercadão e do Abdias Bodó! É isso ai.
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