sexta-feira, 8 de junho de 2012

SOCORRO PAPOULA, A GUERREIRA DO AMAZONAS.



Um dos objetivos do BLODOROCHA é destinado a comentar sobre as pessoas que contribuem ou que deixaram algo sólido para nosso engrandecimento social, econômico e cultural – neste particular, nada mais justo do que homenagear a Socorro Papoula, uma figura conhecidíssima nos movimentos sociais do nosso Estado - pois ela está deixando a sua marca de luta pelo bem estar das pessoas mais humildes; pelo trabalho em defesa dos direitos das mulheres, principalmente, das indígenas, prostitutas, negras e todas aquelas que sofrem preconceitos e violências na nossa sociedade – tornou-se também uma das mais participativas na militância partidária, além de ter dado uma enorme contribuição para o teatro, pois nasceu com a veia artística de atriz.

Nasceu em Manaus, capital do Estado do Amazonas, no inicio da década de 60, foi registrada em cartório com o nome de Maria do Socorro Ferreira da Silva, mas, recebeu dos colegas de teatro o nome artístico de Socorro Papoula, a principio, ela não gostou, mas, foi o qual ficou para sempre conhecida por todos os seus familiares, amigos, colegas de trabalho e fãs – sempre foi uma mãezona dos seus filhos e avó exemplar - no vindouro dia 08 de Agosto, ela estará entrando na fase de ouro da idade, será uma grande festa, com certeza.

Segundo o cientista social e médico Rogélio Casado “Em todas as manifestações dos movimentos sociais ocorridos na cidade de Manaus - alguns no interior do estado - em que pude estar presente, lá estava ela: Socorro Papoula; para mim, e para inúmeros companheiros, uma das musas dos movimentos populares. Foi assim, em 1984, quando fotografei a memorável campanha pelas "Diretas Já". Foi assim, em 1989, quando participei da produção do vídeo-documentário "Balbina no país da impunidade", numa manifestação pública no município de São Sebastião do Uatumã, que contou com o saudoso bispo do município de Itacoatiara Dom Jorge Marskell, em que denunciávamos o desastre ecológico provocado pela construção da hidrelétrica de Balbina. Foi assim, por todos os anos 1990, e continua sendo assim nesses anos 2000".

Na condição de coordenadora da Articulação de Mulheres do Amazonas (AMA), fez a seguinte declaração pela descriminalização do aborto Infelizmente, vivemos em um país conservador que discrimina a mulher que faz isso e a trata com preconceito. Muitos homens não se responsabilizam pelos filhos. Essa é uma luta constante e difícil porque lutamos contra as igrejas, mas isso não é caso de religião e sim de saúde pública porque são as mulheres que estão morrendo”, declarou. 

Lutou muito pela efetivação da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), desenvolvendo um trabalho contra a violência da mulher, esclarecendo nas comunidades a referida lei, bem como, monitorando os poderes públicos na sua aplicação.

Trabalha como pedagoga na Secretaria Municipal do Trabalho e Desenvolvimento Social (SEMTRAD), lutou muito em prol do desenvolvimento da Comunidade Nossa Senhora de Fátima, onde foi instalada na Cooperativa Rural, uma câmara frigorífica com capacidade de armazenamento de 40 toneladas de polpas de frutas, para serem consumidas nas escolas municipais e, futuramente, pelos trabalhadores do Polo Industrial de Manaus.

Ela é muito conhecida na Comunidade Rural do Pau Rosa, situada no KM 21 da Estrada BR-174, em decorrência do seu empenho juntamente com outros técnicos da Prefeitura de Manaus, pelo trabalho social e de apoio aos produtores rurais – graças a esse trabalho, quase toda a produção dos produtos regionais é vendida diretamente aos consumidores na Feira da SEPROR, no Parque de Exposições Agropecuárias.

A nossa guerreira Papoula foi uma das fundadoras do Partido dos Trabalhadores (PT) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), sendo uma militante de tempo integral – ainda não chegou a disputar a vereança, apesar de ter declinado várias vezes aos pedidos dos seus pares, o que não foi muito bom para a nossa cidade, pois teríamos, com certeza, uma grande vereadora.

Por ser uma atriz de renome, chegou a ser duas vezes presidente e vice-presidente da Federação de Teatro do Amazonas (FETAM). Participou, recentemente, das filmagens do longa-metragem “A Floresta de Jonathas”, um drama de 98min, rodado em locações rurais e ambientes de florestas próximas a Manaus, com a personagem de “Mãe do Jonathas”. Está um pouco afastada dos palcos em decorrência de suas inúmeras atividades nos movimentos sociais e profissionais.

Tem mais, ela é Vascaína roxa, inclusive fez questão de morar na Rua Vasco da Gama, no bairro da Compensa. Adora conversar com os amigos nos botecos tradicionais de Manaus, com maior frequência no Bar Caldeira, Bar do Armando e ET Bar, sendo frequentadora assídua da BICA. Não perde os eventos do Tacacá na Bossa, dos Festivais de Ópera, Música, Filme e Teatro. Ainda possui tempo para participar dos eventos dos movimentos sociais “Projeto Jaraqui” e “SOS Encontro das Águas”, além de fazer visitas de lazer às comunidades “Vila de Paricatuba”, “Nossa Senhora de Fátima”, “Vila Felicidade” e “Pau Rosa”.

Somente por ser uma guerreira, trouxe para si tantas atividades, todas voltadas para o bem estar social, econômico e cultural do nosso Estado. Viva a Papoula, a guerreira do Amazonas! É isso ai.


Fotocolagem:                                      J Martins Rocha
Fotografia principal e da preto e branco: Rogélio Casado

4 comentários:

dembsp disse...

Saudações, José Rocha.

Uma justa homenagem; esta Socorro é de confiança.

Manaus: Sua Historia disse...

PRECISAMOS DE PESSOAS GUERREIRAS E CONHECEDORA DAS NECESSIDADES DO SER HUMANO E PRINCIPALMENTE DE NOSSA MANAUS. DEVEMOS E TEMOS POR OBRIGAÇÃO BUSCAR PESSOAS COM ESSA HUMILDE QUALIDADE E NOS REPRESENTAR EM PLENARIO. É ISSO QUE O POVO QUER E, É ISTO QUE ELE PRECISA.VALEU PELA SINGELA HOMENAGEM A SOCORRO! NÃO A CONHEÇO PESSOALMENTE. MAS A AMO PELA SUA DETERMINAÇÃO EM PROL DO PROXIMO.OBRIGADO MANO ROCHA!!

Anônimo disse...

Tive a honra e a alegria de conhecê-la, nos anos 1980, pelejando pela causa indígena no Grupo Kukuro. Na época eu era um dos redatores do "Porantim", jornal do Conselho Indigenista Missionário. Saudades dessa guerreira.

Anônimo disse...

Tive a honra e a alegria de conhecê-la, nos anos 1980, pelejando pela causa indígena no Grupo Kukuro. Na época eu era um dos redatores do "Porantim", jornal do Conselho Indigenista Missionário. Saudades dessa guerreira.