Conheci o Palheta no Bar do Armando, faz uma década; tive o privilégio de conhecer dezenas de trabalhos realizados pelo grande artista plástico, bem como, de usufruir da sua amizade e de ter tido a oportunidade de conhecer alguns causos muitos hilários, tendo como personagem principal o nobre amigo.
Não tenho a menor chance de comentar sobre os trabalhos do Palheta, uma vez que sou zero à esquerda em conhecimentos de artes plásticas, porém, das diversas conversas que tive com o nobre amigo, fiquei sabendo de algumas informações sobre a sua trajetória profissional.
Ele sempre se orgulhou de um Amazônida, tanto que os seus quadros retratam a defesa do meio ambiente e da região. Iniciou a sua carreira há 36 anos, inicialmente, fazendo desenhos no papel, posteriormente, partiu para as pinturas em telas.
Trabalhou no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), no período de 1975 a 1980, na respeitada função de desenhista botânico, ele tinha uma árdua missão de desenhar, nos mínimos detalhes, tanto uma flor, quando uma árvore; poderia ter ficado por lá e se aposentado como um funcionário público federal, porém, resolveu seguir a sua carreira de artista plástico.
Ele tem uma capacidade incrível para retratar o rosto humano, chegando até ser um colaborador da Polícia Civil, fazendo o famoso “retrato falado”. Quando os PC´s inundaram o mercado, este trabalho foi relegado a terceiro plano, mas, com a sua genialidade, conseguiu ganhar alguma grana, fazendo caricaturas nos bares de Manaus. Fez também a ilustração de várias capas de livros de autores famosos do Amazonas.
Diz os conhecedores da área, que o Palheta é um artista direcionado para o impressionismo (segundo Aurélio: Escola de pintura surgida na França por volta de 1870, que visava a captar, em princípio, a impressão visual produzida por cenas e formas derivadas da natureza, e as variações nelas ocasionadas pela incidência da luz, e que se baseava especialmente no emprego das cores e de suas relações e contrastes. Domina também o abstracionismo (idem: Corrente estética surgida em princípios do séc. XX, caracterizada pelo abandono total da representação figurativa das imagens ou aparências da realidade, pelo uso de formas e cores com ritmo e expressão próprios).
Fez no ano passado uma brilhante exposição na Assembléia Legislativa do Estado do Amazonas (ALEAM) e nas Lojas Bemol. Alguns quadros e charges estão em exposição permanente no Bar Cinco Estrelas (ao lado do Cheik Club), na Avenida Getúlio Vargas. Atualmente, está com 10 obras prontas para venda, basta o interessado procurar o seu ateliê e ajudar o nosso ilustre artista plástico.
O artista tem tido o apoio dos amigos e, de alguns políticos e empresários de Manaus. As suas obras estão sendo razoavelmente procuradas e valorizadas, infelizmente, algumas pessoas somente valorizam o artista quando está sendo badalado na mídia (os jornais de Manaus não tem dado a devida divulgação ao Palheta) ou na maioria das vezes, após o seu falecimento.
O artista está com 57 anos de idade, não recebe nenhuma ajuda do governo do Estado ou da Prefeitura de Manaus, precisa trabalhar para sobreviver. Ele está com um problema renal crônico, aguarda na fila o transplante de um rim saudável, mesmo assim, continua produzindo as suas belas obras. Certa vez, me confidenciou: - Rochinha, depois que fiquei adoentado, a minha inspiração cresceu cem por cento, passo o dia todo pintando, consigo fazer um quadro atrás do outro, numa sequência impressionante!
Quem desejar conversar com o Palheta, visitar o seu local de trabalho e adquirir uma obra fenomenal do artista, deve ligar para os números 92 3663-0397 e 8141-3307 ou dirigir-se à Avenida Maués, nº 1.120, no bairro de Cachoeirinha, em Manaus/AM.
Desejo o pleno restabelecimento da saúde do meu amigo Palheta, que continue produzindo os seus belíssimos quadros, bem como, volte a se reunir com os amigos, para contar as piadas e causos que somente ele sabe.
Vida longa ao amigo Jorge Palheta! É isso ai.
2 comentários:
Excelente. Sugiro que faça outras postagens sobre as artes dos amazonenses e dos amazônidas! Estes geniais artistas não podem estar no anonimato, na penumbra e no desconhecimento. Somente os incrédulos merecem o anonimato! Saudações Amazônicas!
QUE MARAVILHA!!! OUVIR ESSA DIVA DA NOSSA MANAUS!!!! BEIJOS KATIA!!! SAUDADES
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