Domingo passado resolvi dar um passeio pelo
centro histórico de Manaus, ao passar pelo Largo de Sebastião, encontrei o meu
amigo Aldemir Bispo, um blogueiro que ama de paixão esta cidade – ele me
mostrou uma fotografia antiga e, perguntou se eu conhecia o prédio, tratava-se
dos “Armazéns Andresen”, fiz uma pequena pesquisa e enviei ao amigo e, por
fazer parte da nossa história, faço a publicação no nosso blog.
Os Andresen têm origem dinamarquesa pelo lado
paterno, fincaram suas raízes na cidade portuguesa do Porto, era uma família de
muitas posses, foram grandes armadores na Europa.
Compraram, em 1893, o vapor “Royuma”
(construído em 1887 na Inglaterra) que foi rebatizado de “Manaos”, para operar
regularmente entre o Rio Douro e no Rio Amazonas.
Neste navio vieram milhares de portugueses para a
Amazônia. A última viagem foi em primeiro de fevereiro de 1910, ficou encalhado
na Praia de Caruarú, a poucas horas de viagem de Coari – bateu num tronco
submerso, abrindo um rombo no porão da proa, com perca total, os tripulantes e
passageiros seguiram viagem a bordo do
vapor “Perseverança”.
Existe na internet a disposição dos pesquisadores
o livro “Impressões do Brazil no Século Vinte”, editada em 1913 e impressa na Inglaterra
por Lloyd's Greater Britain Publishing Company, Ltd., com 1.080 páginas,
mantida no Arquivo Histórico de Cubatão/SP.
Sobre os “Armazéns
Andresen” é comentado no livro o seguinte:
"Os
Armazéns Andresen, conhecidos em todo o Norte do Brasil, foram fundados em
1883, pela importante firma J. H. Andresen, do Porto. Operam os Armazéns
Andresen como casa importadora, exportadora, bancária, aviadora, comissária e
armadora, e têm um capital realizado de Rs. 2.500:000$000, fazendo transações
avultadas com as principais praças da América do Sul, Europa e Norte América.
Além do estabelecimento principal, no qual funcionam os
escritórios, e que ocupa uma grande área às ruas Marcílio Dias, Guilherme
Moreira e Praça Tamandaré, tem a firma vários anexos, situados em diferentes
pontos da cidade. Possui uma frota regular, composta dos vapores Cabral, Andresen, Arinos, Manáuense,
e dos rebocadores Miramar e Galgo. Estes vapores, amplos,
arejados e construídos expressamente para navegação nos rios do Amazonas, põem
os Armazéns Andresen em contato com os pontos comerciais do interior nos rios
Juruá, Madeira, Purus, Solimões etc.
Preside hoje os destinos da casa o Sr. Joaquim
Rodrigues da Silva Dias, que tem longa prática comercial e é estimadíssimo no
comércio de Manaus".
Na
fotocolagem aparecem: Os Armazéns Andresen (na esquina das Ruas Theodoreto
Souto e Marcílio Dias)/A Praça Tamandaré, aparecendo ao fundo o prédio do Sr.
João Henrique Andresen/Um quadro a óleo do vapor Manaós/A antiga sede e o seu
interior/Duas fotografias atuais.
Os
Armazéns Andresen e muitas outras firmas que trabalhavam com a comercialização
da borracha, faliram e fecharam as suas portas entre 1911 e 1920.
O
prédio continua em pé, apesar do abandono dos atuais proprietários, mas, a sua
história ficará para sempre. É isso ai.
Observação: Caso o Sr. João Andresen (trineto do fundador) leia novamente a postagem, favor enviar o e-mail para envio das fotografias em separado.
Observação: Caso o Sr. João Andresen (trineto do fundador) leia novamente a postagem, favor enviar o e-mail para envio das fotografias em separado.
9 comentários:
Olá amigo Rocha! tenho uma foto dos armazéns Andresen, e não sabia onde estava localizado no centro. Como sempre você faz ótimas postagem, contribuindo para a nossa memória cultural.
Saudações, José Rocha.
Que contribuição maravilhosa! A sua dedicação em fazer pesquisas cumina com informações valiosas.
Há muitos anos eu estava curioso sobre o tal prédio, mas não tinha um conhecedor do ramo por perto para me auxiliar; e esquecia de enviar o arquivo que você já havia visto com certeza. Agora eu sei muito mais.
Excelente postagem.
Saúde e até breve.
Saudações, José Rocha.
Que contribuição maravilhosa! A sua dedicação em fazer pesquisas cumina com informações valiosas.
Há muitos anos eu estava curioso sobre o tal prédio, mas não tinha um conhecedor do ramo por perto para me auxiliar; e esquecia de enviar o arquivo que você já havia visto com certeza. Agora eu sei muito mais.
Excelente postagem.
Saúde e até breve.
Grande , Rochinha. Morei na área por 2 anos, enquanto meus pais reformavam nosso barraco de madeira no antigo Boulevard. De madeira para a alvenaria. A Zona Franca criou o valor para morarmos em casa de cimento, cheirando 1300 substâncias tóxicas e reduzindo 1 ano de vida a cada 3 anos morados. Jesus dizia: "devemos morar em casa de barro e/ou madeira, que a natureza nos fornece"
Fantástico. Estou sempre procurando dados sobre a minha família, já conhecia uma das fotografias dos armazéns, bem como outra semelhante que não está na montagem. Sempre acreditei que o edifício já tinha desaparecido. Parece que a zona do Tamandaré foi remodelada nos anos 50. Gostei de ver mais dados sobre os armazéns em Manaus. Será que pode mandar por email as fotografias da montagem, separadas?
João Andresen (trineto do fundador da companhia e bisneto do sucessor)
Faltava o contacto, acho
Eu gostaria de entrar em contato com o sr. João Andresen, trineto do fundador.
Eu disponho de uma rara peca de colecionismo para ofertar-lhe, naturalmente relacionada coma Família Andresen.
Muito grato,
Francisco Almeida.
franciscoalmeida_br@yahoo.com.br
Muito obrigado! Já respondi por email.
Muito obrigado! Já respondi por email.
João Andresen
Postar um comentário