Na minha adolescência tive a oportunidade de conhecer diversos empreendimentos do mega empresário J.G. Araújo, a sede da empresa ficava na Rua Marechal Deodoro, centro de Manaus; o homem nadava em dinheiro, inclusive mandou fazer uma grande calçada, feita totalmente de borracha.
Conheci também uma bela casa que pertencia ao empresário, fica bem na entrada da Vila Amazônia, em Parintins (AM); tive também a felicidade de entrar na sua antiga residência, no Largo de São Sebastião, o local funciona o ateliê Renato Araújo e pertence ao governo do Amazonas, dizem que nos porões dessa casa, o famoso cineasta Silvino Santos revelou os negativos do filme “No Paíz das Amazonas”, rodado em 1922.
Presenciei, também, um grande incêndio em um prédio do J.G. Araújo, ficava na Rua Marechal, virou cinzas uma grande parte da memória de Manaus, diz as más línguas que o fogo foi de origem criminosa, o famoso “turco-circuito”.
O sitio http://www.museuamazonico.ufam.edu.br/ mostra a história do mega empresário J. G. Araújo:
– A firma J. G. Araújo, empresa com tradição de mais de um século atuando em Manaus e em outros municípios do Amazonas, assim como em estados vizinhos, fez a doação de todo o seu arquivo documental para a Universidade Federal do Amazonas, ficando, portanto, este acervo no Museu Amazônico. Tais arquivos são datados a partir do ano de 1877 até 1985. São milhares de documentos que registram os fatos administrativos da empresa, no ramo do extrativismo, da indústria, do comércio e do transporte. O acervo J. G. Araújo compõe-se de uma grande diversidade documental que complementam os documentos contábeis: originais de cartas manuscritas de aviados da empresa, coleção de letras de câmbio, guias de embarque, recibos de pagamentos, diário de navegação, entre outros. Histórico J. G. Araújo: Empresa considerada como a maior casa aviadora do final do século XIX até a metade do século XX. O estudo de suas atividades oferece a possibilidade de conhecer as práticas mercantis do período como o sistema de aviamento e o processo de acumulação dentro desse sistema. A história da empresa tem início com a chegada a Manaus em 1863, de Bernardo Gonçalves de Araújo, primeiro membro da família engrossando a colônia portuguesa já instalada na região. Em 1865, inaugura um comércio no ramo de panificação juntamente com seu irmão, José Gonçalves de Araújo para auxiliá-lo nas atividades comerciais Em 1877 juntamente com a grande imigração nordestina para o Amazonas, chega Joaquim Gonçalves de Araújo e juntamente com seu irmão criam a firma Araújo Rosas & Irmão, dando início a sua trajetória que está dividida em quatro períodos. Araújo Rosas & Irmão – 1877 a 1896 - Atividades: secos e molhados e fazendas (importadas) a retalho. Exportação: borracha, castanha, piaçava (para outros Estados do Brasil, além de Portugal) . Importação: produtos para aviamento: sal, batata, carvão, botas, capas, material de construção, instrumentos para pesca, manteiga, armas, munições, pólvora etc. Fornecia para Codajás, Tabatinga e S. Gabriel. Araújo Rosas & CIA – 1892 a 1904: Atividades: Além das anteriores, possuía armazéns de fazendas e estivas e tem início o processo de expansão da empresa, principalmente na área de exportação. Exportação: amplia o leque com outros países do estrangeiro, exportando pirarucu, tartaruga (banha), salsa, copaíba e madeira. Importação: vinhos, bacalhau, ameixa, azeite cerveja, instrumentos musicais, calçados etc. J.G. Araújo – 1904 a 1925: Atividades: expansão da empresa em Porto Velho, rio madeira, Iquitos, Rio Branco e Santa Izabel do Rio Negro. Fundação da Empresa Brasil Hévea, usina de beneficiamento da borracha para comercializar no exterior. Usina de beneficiamento de castanha. Atuação na pecuária em Roraima e a instalação de filiais fora do Estado. J.G. Araújo & Cia Ltda. – 1925 a 1989: Atividades: criação da Empresa Manacapuru Industrial Ltda., serraria e fábrica de pregos, criação da J.G. Araújo Exportação que representava e exportava produtos regionais, criação da Fábrica Rosas, drogaria e produção de perfumes a base de pau-rosa, criação da Sociedade de Comércio e Transportes, voltada para navegação e agropecuária, representante nacional da Texas Company (Texaco) comércio e representação de produtos derivados de petróleo -
É muita coisa para um mortal, não sei se os herdeiros continuam com os negócios do velho J.G. Araújo. Na foto colagem abaixo, a foto do centro é da sede da empresa, restou apenas a fachada e, nada mais. É isso aí.
3 comentários:
Sempre quis saber dessa história, que interessante,,,entao o JG Araújo era muito rico, né,,,gente quanto dinheiro, e ele morreu de que,e as empresas,ficaram pra quem,,,, os herdeiros continuam ricos né, porque com todos esses bens ate fora de Manaus...os predios pertencem a familia ainda,..Esse homem foi muito importante pra nossa historia, chegou aqui e fez fortuna....queria saber mais sobre ele....adorooo saber essas histórias de Manaus de Antigamente
Sempre quis saber sobre a história do JG ARAUJO,adorei, um homem que chegou aqui e fez uma fortuna muito grande, e afinal cadê esse dinheiro todo,,quando ele morreu como ficou a situação financeira da familia,,,eu imagino que hoje todos são ricos né,,com tanto dinheiro e bens..Ele foi um homem de visão,foi um verdadeiro futurista,o homem além do seu tempo,,,ainda tem familiares aqui em Manaus,,e as casa todas ainda continua na familia...ou falirAm e venderam tudo,igual a historia dos Matarrazzo em Sao Paulo, O CARA PASSA UMA VIDA PARA CONSTRUIR e os herdeiros talvez por incompetencia acabam tudo em menos de um terço de tempo do que ele passou para construir..
Amei sua postagem,sou bolsista no museu Amazônico e tenho trabalhado com documentação de J.G.Ele realmente um empresario visionário atuando em vários seguimentos.Gostei muito das fotos.Parabéns
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