O Governo do Estado do Amazonas através da Procuradoria Geral do Estado (PGE), segundo o jornal Diário do Amazonas, pediu à Justiça Federal a anulação do processo administrativo do Instituto Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que tombou o Encontro das Águas do Rio Negro e Solimões, ocorrido em outubro de 2010.
Como sabemos, a principal atribuição da PGE é de exercer, privativamente, ativa e passivamente, a representação judicial e extrajudicial do Estado nos assuntos jurídicos, estando vinculada exclusivamente e diretamente ao Chefe do Poder Executivo, portanto, o pedido de anulação do tombamento do Encontro das Águas é de interesse do governador Omar Aziz.
O governador do Estado do Amazonas foi reeleito para gerir os nossos destinos, cuidar dos nossos interesses maiores, portanto, está contrariando, em parte, esta missão, pois o Tombamento do Encontro das Águas foi em decorrência de uma luta árdua de grande parte da sociedade amazonense, foram meses e meses de luta, reuniões, passeatas, estudos técnicos, encontro com os comunitários, políticos, membros da sociedade civil organizada, estudantes, artistas, etc., tudo partiu dos anseios da sociedade, foi uma vitória do povo, sendo assim, o governador, através da sua procuradoria, deveria estar ao lado do povo e não contra.
Para quem não sabe, a luta começou quando se iniciou os estudos para construir um Porto bem em frente ao Encontro das Águas, todas as pessoas de bem foram contra esse projeto nojento, pois iria acabar com o excepcional fenômeno natural, um patrimônio dos amazonenses, dos brasileiros e do mundo!
O procurador-geral do Amazonas, senhor Frânio Lima, teve a cara-de-pau de declarar para a imprensa que, o Estado não é contra o tombamento, simplesmente, pediu a anulação em decorrência do processo não ter obedecido a todos os trâmites constitucionais. O tombamento foi feito, o povo está feliz, porém, o governo é contra o povo. Fica a pergunta que não quer calar: A quem, realmente, o governo do Estado do Amazonas quer agradar? Ao povo não é!
Sabemos que este odioso projeto de construção do Porto no Encontro das Águas, sempre teve o apoio irrestrito do ex-governador Eduardo Braga (PMDB), da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), dos empresários do Distrito Industrial e de alguns políticos aproveitadores. Sem contar, o interesse econômico do Grupo Simões (Juma Participações), engarrafadores da Coca-Cola Manaus, além da Vale do Rio Doce e da Log-In Logística Intermodal.
Na realidade, todos esses envolvidos em acabar com o Encontro das Águas, estão pensando em lucros, grana, muita grana, não estão nem ai para o meio ambiente, para tanto, eles pensam em construir o Porto das Lajes, com mais de 100 mil metros quadrados de área, com capacidade para mais de 250 contêineres, dando apoio operacional, futuramente, para os plantadores de soja (destruidores do meio ambiente). Dizem, não posso afirmar, mas comenta-se que o empreendimento irá servir de trampolim para os mafiosos italianos, os exportadores de lixo para os países em desenvolvimento.
Este desabafo em nosso blog, não tem nenhum interesse contra o desenvolvimento do nosso Estado, muito pelo contrário, serve de alerta contra os futuros prejuízos que, serão pagos pelas próximas gerações, decorrente da destruição maldosa do meio ambiente.
Ainda poderemos reverter à situação, por isso, iremos à luta para preservar o Encontro das Águas e a nossa Amazônia! É isso ai.
Um comentário:
Isto seria difícil de acreditar se o Estado, que não raramente trabalha contra os interesses da população, não fosse comprometido com o poder econômico, se tivesse políticas sérias, enfim, se fosse instituição realmente livre, íntegra para agir em benefício da população.
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