Tenho uma relação bastante grande com os peixes da água doce da nossa Amazônia.
Na minha infância, fui mordido por uma Traíra, as marcas permanecem até hoje na mão direita. Morei em "Casa Flutuante" (moradia apoiada por duas toras de madeira); era a nossa humilde e saudosa residência, ficava situada no Igarapé de Manaus (entre as ruas Sete de Setembro, Ipixuma e Major Gabriel). Na enchente, pescava todos os dias, sempre dava "pro baco baco" - a Sardinha, o Cará, a Aruanã, o Pacu e o Roelo de Tambaqui. Na vazante, pegava o Bodó na lama. O prato nosso de cada dia era sempre o peixe, sem exceção!
Na minha adolescência, tinha a missão de ir buscar bucho de Tambaqui no Mercado Municipal; o papai fazia uma cola artesanal (era utilizado na colagem das peças de madeira dos instrumentos de corda). O nosso alimento continuava sendo "o mermo" o Jaraca, o Pacu, etcetara e tal.
Na minha vida adulta, comecei a provar a carne vermelha, não era a minha praia! Tentei, tentei, mas voltei para o Jaraca, o Pacu e etcetaa e tal. Lembro com muitas saudades da minha mãezinha; todas as sextas-feiras fritava peixes para os meus filhos menores; o cheiro ainda está no ar!
Entrando na idade feliz, continuo detonando todos os peixes que aparecem, perdi o controle de qualidade, caiu na rede é peixe! Até a Sopa de Piranha eu encaro!
Quando alguém de fora falava que os nossos peixes terminavam sempre em “cu”, citavam o Pirarucu, o Pacu, o Aracu e o famosíssimo Cuiucuiu, haja cu! Não sabiam que na língua tupi guarani “pira” significava peixe e “cu” vem de urucum = vermelho, ou seja, peixes com manchas avermelhadas.
Na minha infância, fui mordido por uma Traíra, as marcas permanecem até hoje na mão direita. Morei em "Casa Flutuante" (moradia apoiada por duas toras de madeira); era a nossa humilde e saudosa residência, ficava situada no Igarapé de Manaus (entre as ruas Sete de Setembro, Ipixuma e Major Gabriel). Na enchente, pescava todos os dias, sempre dava "pro baco baco" - a Sardinha, o Cará, a Aruanã, o Pacu e o Roelo de Tambaqui. Na vazante, pegava o Bodó na lama. O prato nosso de cada dia era sempre o peixe, sem exceção!
Na minha adolescência, tinha a missão de ir buscar bucho de Tambaqui no Mercado Municipal; o papai fazia uma cola artesanal (era utilizado na colagem das peças de madeira dos instrumentos de corda). O nosso alimento continuava sendo "o mermo" o Jaraca, o Pacu, etcetara e tal.
Na minha vida adulta, comecei a provar a carne vermelha, não era a minha praia! Tentei, tentei, mas voltei para o Jaraca, o Pacu e etcetaa e tal. Lembro com muitas saudades da minha mãezinha; todas as sextas-feiras fritava peixes para os meus filhos menores; o cheiro ainda está no ar!
Entrando na idade feliz, continuo detonando todos os peixes que aparecem, perdi o controle de qualidade, caiu na rede é peixe! Até a Sopa de Piranha eu encaro!
Quando alguém de fora falava que os nossos peixes terminavam sempre em “cu”, citavam o Pirarucu, o Pacu, o Aracu e o famosíssimo Cuiucuiu, haja cu! Não sabiam que na língua tupi guarani “pira” significava peixe e “cu” vem de urucum = vermelho, ou seja, peixes com manchas avermelhadas.
Em Manaus, frequento a Peixaria do Galo Carijó (a Catedral do peixe - o proprietário era um fanático torcedor do time Rio Negro Clube), no centro antigo; a Peixaria Panela Cheia, no D. Pedro e o Restaurante Catinho do Peixe, no Parque 10; na gozação mando aquele pedido : - Manda aí um Hipoglós mano! O cara responde: - Aqui não é Drogaria Zé Mané! Respondo: - Você não entendeu o meu pedido; eu quero Pacu Assado! Na lata, detona: - PáBoca ou PoCu! Respondo: - Sem chance! Nem com nojo de pitiú de Bodó!