Manacapuru, cidade próxima a Manaus, faz parte da Região Metropolitana de Manaus, conhecida por “Princesinha do Solimões”; no mês de agosto realiza-se naquela cidade o maior e melhor festival de cirandas do país; é uma grandiosidade o espetáculo, perdendo somente para a festa dos bois em Parintins. Construíram até o Cirandrodomo, no Parque do Ingá, para abrigar uma multidão de espectadores, na apresentação das agremiações "Flor Matizada", "Guerreiros Muras" e "Tradicional".O Simão Pessoa conhece muito bem essa história (2004, p. 41, Folclórico Político do Amazonas).
Diga lá Simão![...) março de 1966. O professor de Português do Colégio Comercial Sólon de Lucena, em Manaus, José Silvestre do Nascimento e Souza foi chamado um dia na sala da diretoria pelo então diretor Bartolomeu Dias de Vasconcelos.- Silvestre, meu caro amigo, você conhece algum cordão folclórico desses que se apresentam ao público por ocasião das festas juninas? – indagou o diretor.- Conheço vários deles, inclusive alguns que ainda não se apresentaram aqui em Manaus, o Barqueiro, o Cacetinho, e a Pomba – respondeu Silvestre. “Minha família colocou várias dessas danças em Tefé e eu tenho em casa tudo anotado a respeito”.- Então, meu querido amigo, você gostaria de cooperar com o nosso colégio, montando um desses cordões que conheces tão bem? – insistiu o diretor.- Claro que quero, será um prazer, mas desde que eu possa contar com o seu apoio total e sua irrestrita colaboração – devolveu Silvestre,- Está certo, podes contar comigo e com os demais professores do colégio. Eu vou ter logo uma converso com eles! – encerrou Bartolomeu, dispensando o professor.Silvestre recrutou os músicos, escolheu os alunos e começou a ensaiar uma brincadeira junina na quadra da escola.Dois meses depois, ele foi chamado às pressas na sala da diretoria do colégio, onde se deparou com uma senhora quase discutindo com o diretor.- Este aqui é o professor Silvestre, madame! – disse Bartolomeu.Sem perda de tempo, a mulher foi logo soltando os cachorros:- Foi ele que faltou com o respeito com a minha filha!Silvestre quase caiu para trás.Apesar de jovem e boa-pinta, ele era decente e íntegro até a medula. Não havia nenhum hipótese de o professor envolver-se com alguma “lolita” do colégio. Como não tinha a menor idéia do que diabo estava acontecendo, ele pediu para falar com a suposta “vítima”.Daí a pouco entrou na sala uma menina loura, com cerca de 11 anos.- Minha filha, eu faltei com o respeito a você em algum momento? – insistiu Silvestre.- Não professor, foi a mamãe que não entendeu! – explicou a garota. “Ontem, nós estávamos almoçando em família, eu, papai, mamãe e meus irmãos. Ao terminar o almoço, eu me dirigi à mamãe pedindo-lhe: mamãe, a senhora permite que eu dance na Pompa do professor Silvestre?... Aí, ela quase teve um troço!”- A sua filha estava com razão ao lhe fazer aquele estranho pedido, minha senhora! – esclareceu Silvestre polidamente. “A Pomba” é o nome de um cordão folclórico que estou ensaiando no colégio a pedido do diretor. Se a senhora quiser, pode aguardar alguns minutos, até a hora do recreio, quando realizarei o ensaio que estava programado para sexta-feira.Ainda contrariada, a mulher questionou:- Por que o senhor não muda o nome do cordão para Pombo?... Pomba é meio pornográfico...- Vou pensar seriamente no seu caso! – avisou o professor.Depois do terceiro ensaio, para evitar novas aporrinhações, ele resolveu parar de ensaiar a “Dança da Pomba” e começou a ensaiar a “Dança da Ciranda” (que se tornou conhecida como “Ciranda de Tefé”), contando com a colaboração de dois conterrâneos tefeenses, Ambrósio Ramos Correa e Gaudêncio Gil. O resultado foi a criação de um dos mais bonitos e aplaudidos cordões folclóricos de todos os tempos, que ganhou o Festival Folclórico de Manaus daquele mesmo ano.No inicio dos nos 80, sob a orientação do próprio Silvestre, a professora Perpétuo Socorro de Oliveira levou a brincadeira para Manacapuru, montando a ciranda “Flor Matizada” na Escola Estadual de Nossa Senhora de Nazaré. O sucesso foi imediato e, rapidamente, duas outras escolas entraram na brincadeira: a Escola Estadual José Mota, que criou a ciranda “Guerreiros Muras”, e a Escola Estadual José Seffair, com a sua “Ciranda Tradicional”.Em 1997, o prefeito de Manacapuru, ângelus Figueira, organizou o 1º Festival de Cirandas no município, dando um caráter competitivo às apresentações, o que proporcionou um verdadeiro salto de qualidade na brincadeira. O resto, conforme se diz, é história [...].
Diga lá Simão![...) março de 1966. O professor de Português do Colégio Comercial Sólon de Lucena, em Manaus, José Silvestre do Nascimento e Souza foi chamado um dia na sala da diretoria pelo então diretor Bartolomeu Dias de Vasconcelos.- Silvestre, meu caro amigo, você conhece algum cordão folclórico desses que se apresentam ao público por ocasião das festas juninas? – indagou o diretor.- Conheço vários deles, inclusive alguns que ainda não se apresentaram aqui em Manaus, o Barqueiro, o Cacetinho, e a Pomba – respondeu Silvestre. “Minha família colocou várias dessas danças em Tefé e eu tenho em casa tudo anotado a respeito”.- Então, meu querido amigo, você gostaria de cooperar com o nosso colégio, montando um desses cordões que conheces tão bem? – insistiu o diretor.- Claro que quero, será um prazer, mas desde que eu possa contar com o seu apoio total e sua irrestrita colaboração – devolveu Silvestre,- Está certo, podes contar comigo e com os demais professores do colégio. Eu vou ter logo uma converso com eles! – encerrou Bartolomeu, dispensando o professor.Silvestre recrutou os músicos, escolheu os alunos e começou a ensaiar uma brincadeira junina na quadra da escola.Dois meses depois, ele foi chamado às pressas na sala da diretoria do colégio, onde se deparou com uma senhora quase discutindo com o diretor.- Este aqui é o professor Silvestre, madame! – disse Bartolomeu.Sem perda de tempo, a mulher foi logo soltando os cachorros:- Foi ele que faltou com o respeito com a minha filha!Silvestre quase caiu para trás.Apesar de jovem e boa-pinta, ele era decente e íntegro até a medula. Não havia nenhum hipótese de o professor envolver-se com alguma “lolita” do colégio. Como não tinha a menor idéia do que diabo estava acontecendo, ele pediu para falar com a suposta “vítima”.Daí a pouco entrou na sala uma menina loura, com cerca de 11 anos.- Minha filha, eu faltei com o respeito a você em algum momento? – insistiu Silvestre.- Não professor, foi a mamãe que não entendeu! – explicou a garota. “Ontem, nós estávamos almoçando em família, eu, papai, mamãe e meus irmãos. Ao terminar o almoço, eu me dirigi à mamãe pedindo-lhe: mamãe, a senhora permite que eu dance na Pompa do professor Silvestre?... Aí, ela quase teve um troço!”- A sua filha estava com razão ao lhe fazer aquele estranho pedido, minha senhora! – esclareceu Silvestre polidamente. “A Pomba” é o nome de um cordão folclórico que estou ensaiando no colégio a pedido do diretor. Se a senhora quiser, pode aguardar alguns minutos, até a hora do recreio, quando realizarei o ensaio que estava programado para sexta-feira.Ainda contrariada, a mulher questionou:- Por que o senhor não muda o nome do cordão para Pombo?... Pomba é meio pornográfico...- Vou pensar seriamente no seu caso! – avisou o professor.Depois do terceiro ensaio, para evitar novas aporrinhações, ele resolveu parar de ensaiar a “Dança da Pomba” e começou a ensaiar a “Dança da Ciranda” (que se tornou conhecida como “Ciranda de Tefé”), contando com a colaboração de dois conterrâneos tefeenses, Ambrósio Ramos Correa e Gaudêncio Gil. O resultado foi a criação de um dos mais bonitos e aplaudidos cordões folclóricos de todos os tempos, que ganhou o Festival Folclórico de Manaus daquele mesmo ano.No inicio dos nos 80, sob a orientação do próprio Silvestre, a professora Perpétuo Socorro de Oliveira levou a brincadeira para Manacapuru, montando a ciranda “Flor Matizada” na Escola Estadual de Nossa Senhora de Nazaré. O sucesso foi imediato e, rapidamente, duas outras escolas entraram na brincadeira: a Escola Estadual José Mota, que criou a ciranda “Guerreiros Muras”, e a Escola Estadual José Seffair, com a sua “Ciranda Tradicional”.Em 1997, o prefeito de Manacapuru, ângelus Figueira, organizou o 1º Festival de Cirandas no município, dando um caráter competitivo às apresentações, o que proporcionou um verdadeiro salto de qualidade na brincadeira. O resto, conforme se diz, é história [...].
Fotos: aguardar
4 comentários:
poxa queria um farvozao
eu moro em manaus e vou ter um festival no meu colegio e vou dançar ciranda enfim, vamos homenagiar manacapuru e queria muito uma ajudinha pra saber o endereço pra como chegar ai no galpao me ajudem pro favor.
beijos a tods
adorei o blog
Olá, bom dia,
Sou jornalista no Rio de Janeiro e estou escrevendo uma matéria sobre cirandas no Brasil. Estive em Manacapuru no início do ano e tive a oportunidade de conhecer o cirandódromo - fiquei muito impressionado e imagino o tamanho que deve ter esta festa.
Gostaria de lhe pedir ajuda. Pode me indicar o contato de algum representante da festa? Precisaria também falar com membros das principais cirandas e, se possível, obter fotos da festa em alta resolução. As entrevistas serão feitas por e-mail ou telefone.
Tenho pouquíssimo tempo para escrever a reportagem. Será que é possível ajudar?
Agradeço muito.
Abraços,
Ricardo Senra
ricksenra@gmail.com
bom sou adriana e danco ciranda em manaus mais gostaria muito de dancar na ciranda de manacapuru como faco para participar de alguma e se tem alguma que encaia aqui em manaus onde e como posso fazer para me escrever pra dancar.
bom sou adriana daqui de manaus e danco ciranda aqui, mais gostaria de dancar na ciranda de manacapuru, como faco pra me escrever para participar e se tem ensaio aqui em manaus e onde que e o horario e como faco pra entrar e se ainda tem vaga para este ano?
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