O Godot era afro-descendente, baixinho, com a barriga saliente e os cabelos grisalhos; tinha um jeito desengonçado de correr, chegava sempre em último lugar, ninguém arredava o pé, todos aguardavam ele chegar, era mais festejado do que os primeiros colocados, aliás, era recebido com toda a pompa, com direito a retreta da Banda da Polícia Militar, fogos de artifícios, banhos de mangueira pelos Bombeiros, além de receber troféus e medalhas. Era a alegria da molecada e dos mais velhos! O que motivava esse senhor a participar da competição? Não sei responder, talvez aquela máxima se enquadrasse muito bem: “O Importante não é ganhar, mas Participar”. A chegada triunfal do Godot, mesmo sendo o último colocado, era na Avenida Eduardo Ribeiro, em frente ao “O Jornal”, próximo ao “Cine Odeon e A Gogô”.
O jornalista Henrique Archer Pinto, natural do Maranhão, chegou ao Amazonas e fundou o “O Jornal”, no dia 30 de outubro de 1930, o matutino de maior circulação, na época, tornando-se dentro de pouco tempo o líder da moderna imprensa amazonense. Passado seis anos, pôs em circulação o “Diário da Tarde”, vespertino de maior receptividade na opinião pública amazonense. Em 1955 foi realizada a 1ª. Edição da corrida, em comemoração ao Jubileu de Prata do “O Jornal”. A Rede Amazônica de Televisão deu continuidade ao evento; em 2005 foi comemorado o Jubileu de Ouro.
Ficam para a história, os exemplos dessas duas pessoas. Parabéns Godot e Henrique Archer Pinto!
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