O meu amigo Pedrinho está
uma cria nova na praça, um Compact Disc da melhor qualidade – segundo a contracapa
do referido CD “É um trabalho essencialmente amazônico, reunindo canções que
retratam a vida cotidiana e cenários da Amazônia, a partir da criação e interpretação
do cantor parintinense Pedrinho Ribeiro e da concepção contemporânea dos
talentosos músicos que participam deste projeto”.
Este CD foi teve o
projeto e execução do “Pombal Arte e Espaço Alternativo” – contém as seguintes
músicas: João de Pau – Água Doce – Paupixuna – Igarapé dos Currais – Malinagem –
Iara – Navio Gaiola – Panauru – Nosso Amanhecer – Bossa Pávula – Nosso Amanhecer
– Marapatá – Pescador de Fonte Boa.
Vai ai a letra da música
que deu o título ao CD:
IGARAPÉ DOS CURRAIS
Na
sombra calada
No
Igarapé dos Currais
Vem
respirar peixe-boi
Vem
me contar como foi
Por
que mataram o meu boi?
Mãe
Catirina não foi
Da
sombra cansada
Da
várzea no Caldeirão
Vem,
peixe-boi, na canção
O
teu coro é muito forte
Canta
a minha sorte
Na
noite da minha dor
Tua
“mixira” me alimenta
Minha
vida inventa
Morte
é que eu não sou
Para quem não é da
Amazônia, o encarte do CD traz alguma definições, tais como:
Mãe Catirina – personagem folclórica
do Bumba-Meu-Boi e do Boi-Bumbá de Parintins;
Pauapixuna – termo indígena
da língua tupi-guarani, que significa “aldeia dos negros”, localizada no município
de Óbidos, no oeste do Estado do Pará;
Igarapé dos Currais –
localidade situada no município de Oriximiná, no oeste do Estado do Pará;
Mixira – conserva da carne
do peixe-boi, preparada com a gordura do próprio animal;
Pávula – termo regional
relacionada a “pavulagem”, ato ou efeito de pavonear-se, vangloriar-se; gabola;
Marapatá – ilha localizada
na frente da cidade de Manaus, onde, dizem, os forasteiros deixam a sua
vergonha;
Mamirauá – RDS localizada
a cerca de 600 Km a oeste de Manaus, no Rio Solimões, no Estado do Amazonas,
cujo nome significa “filhote de peixe-boi”;
Tarubá – bebida de origem indígena
feita à base de mandioca ralada e fermentada.
O professor Ribamar Mitoso
escreve no seu blog (literatura panamazonica) algumas linhas sobre o Pedrinho:
“Trajetória - com atuação marcante no movimento cultural na região Amazônica,
Pedro Cesar Ribeiro iniciou sua carreira profissional no início da década de
70, em Belém do Pará. Na década de 80, atuou em Manaus, passando por outras
cidades brasileiras, seguindo, depois, para a Europa e Estados Unidos. Participou
do movimento musical que se caracterizou pelo resgate da cultura amazônica, ao
lado de outros artistas do norte do país. Gravou o disco “Marujada”, juntamente
com Paulo André Barata e Ruy Barata, em 1979. Em 1981, produziu o musical
“Ópera Cabocla” em Parintins, também apresentado no Teatro Amazonas e em outras
cidades relevantes da Região Norte. Atualmente tem se apresentado em vários
espaços culturais da cidade e trabalha na finalização do seu último CD
intitulado “Igarapé dos Currais”.
Pois bem, hoje, o nosso
querido Pedrinho estará lançando este CD no “Caldeira Bar”, no centro antigo de
Manaus, com a produção musical do Jersey Nazareno – vai valer a pena conferir o
show e adquirir esta obra – já ganhei um CD! É isso ai.