Caboclo ou caboco, qual o termo
correto? Para nós, brasileiros, nascidos nos lugares rodeados por rios e matas da
nossa Amazônia, não existe este intrometido “”, somos conhecidos por cabocos
e, nada de colocar entre parênteses por não existir oficialmente, aliás,
achamos estranhíssimo quando alguém pronuncia a palavra “caboclo”, não soa
muito bem nos nossos ouvidos, fica parecendo algo que foi empurrado goela
abaixo.
O famoso Câmara Cascudo, um dos
maiores estudiosos da cultura brasileira, fez o Dicionário do Folclore
Brasileiro, onde defende a forma caboco, pois, segundo ele, o “l” teria sido
introduzido na palavra sem encontrar base nas diversas hipóteses etimológicas,
como a que afirma derivar do tupi caa-boc
“o que vem da floresta” ou do kari`boca “filho do homem branco”.
Como surgiu o caboco? Dizem os
historiadores que surgiu através da mestiçagem na colonização brasileira – por estas
bandas chegaram muitos portugueses, franceses e ingleses, vinham sozinhos, a
solução foi se unirem as mulheres nativas, desse acasalamento entre o branco
europeu e a índia brasileira, resultou no caboco.
Atualmente, não sabemos exatamente
quantos cabocos existem, pois, muitos não gostam de ser assim chamados ou mesmo
desconhecem a sua origem. O IBGE colocou o caboco no mesmo saco de outras
combinações de raças, tudo agora é da cor parda.
O Deputado Estadual Luiz Castro
(PPS/AM) conseguiu incluir no calendário oficial do Amazonas o “Dia do Caboco”,
passando a ser comemorada no dia 24 de Junho. Atendendo
a demanda do movimento mestiço, a lei tem por finalidade homenagear o caboco,
defendê-lo e repudiar o preconceito e a discriminação contra a sua cultura e
identidade.
Nunca
tive vergonha das minhas origens, aliás, sempre tive muito orgulho. A minha mãe
era uma caboca nascida em Terra Nova (interior do Amazonas), filha de um branco
maranhense com uma caboca de marcantes traços indígenas – o meu pai era filho
de uma mulher branca descendente de espanhóis e um negro – portanto, sou uma
mistura de raças (branco, índio e negro).
Sou
um cabocão com muito orgulho e muito amor. É isso ai, cabocada!
4 comentários:
Ótimo, Rochinha. E caboco não tem cor . Tem consciência: conhece o ciclo das águas, a fruta da época, se vai hover ou não, a hora de pescar tal peixe,tem amor aos pássaros, as árvores, aos igarapés. Conhce as lendas da mata, os seres da floresta. Ótimo!
É isso aí Rocha!ORGULHO DE SER CABOCO, chega de querer ser sulista ou nordestino, temos uma origem e devemos ter respeito e orgulho pela mesma.
Eu também sou uma cabocona Rochinha...rs
Morando em BH e me emocinando só de lembrar do cheiro de diesel quando 'atracamos o motor'na Manaus moderna.E das tartarugadas,e da chuva...e de tudo.
Muito obrigada por ter este espaço.Super vale.
Eu também sou uma cabocona Rochinha...rs
Morando em BH e me emocinando só de lembrar do cheiro de diesel quando 'atracamos o motor'na Manaus moderna.E das tartarugadas,e da chuva...e de tudo.
Muito obrigada por ter este espaço.Super vale.
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