sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

ÁRIA RAMOS, UMA MUSICISTA MANAURA


O mistério da morte dessa jovem sempre me deixou intrigado, apesar do evento ter acontecido já faz quase um século, na realidade, foi um acontecimento que entrou para o folclore da nossa cidade, bem como, em todos esses tempos sempre contam uma história diferente.

Dizem que ela morava na esquina das avenidas Joaquim Nabuco e Sete de Setembro, um local conhecido antigamente como “Canto do Quintela”, era uma especialista em música, tendo o violino o seu instrumento preferido, veio a óbito ainda muito jovem, com apenas dezenove anos de idade.

Nada sei sobre o seu passado, o nome dos seus pais e irmãos, o nome do colégio onde estudava; o nome do seu namorado ou noivo, com que estudou música, etc., porém, sobre o seu assassinato, existem dezenas de versões, todas diferentes uma da outra, deixando cada vez mais obscuro o fato.

O nosso querido Carlos Zamith, editor do blog “Baú Velho”, fez um trabalho sério, fruto de pesquisas em jornais da época e, publicado no Jornal A Crítica, do dia 17 de Fevereiro de 1990, com o título “Bala Perdida Mata Ária Ramos”, com certeza, foi o trabalho mais elucidativo do que aconteceu naquele fatídico dia.

Segundo o nobre pesquisador Zamith, ela chamava-se Ária Paraense Ramos, nasceu em Manaus, no dia 12 de Agosto de 1896, sendo tirada do mundo no dia 17 de Fevereiro de 1915, com apenas com 18 anos e meio.

O acidente aconteceu numa terça-feira de carnaval, uma bala perdida o vitimou, ela estava no Ideal Clube, na época, ficava nos altos de um prédio na Avenida Eduardo Ribeiro esquina com a Rua Henrique Martins, onde funcionou também a agência aérea da Cruzeiro do Sul.

Fazia parte de um grupo conhecido como “Paladinos da Galhofa” e, no momento do acidente, ela estava com o seu violino, tocando uma valsa intitulada “Subindo ao Céu”, quando uma bala perdida a atingiu, sendo levada às presas ao Hospital da Santa Casa de Misericórdia, aonde veio a falecer – toda a cidade de Manaus ficou comovida.

Foi sepultada na Quadra 5 do Cemitério São João Batista – no local, ainda existe uma sepultura de mármore, com a figura da Ária Ramos de corpo inteiro, ostentando o seu violino.

O jornalista Zamith lamenta muito a ação dos vândalos que estão destruindo este magnífico túmulo e, por não dizer, parte da nossa história. É isso aí.

Fonte: http://www.bauvelho.com.br/?p=1558