terça-feira, 5 de janeiro de 2010

ESTADO DERRUBA PRÉDIOS HISTÓRICOS DE MANAUS



No ano passado, fiz uma postagem, denunciando a demolição das “Casas da Sete de Setembro”, conforme abaixo – no inicio de 2010, a repórter Cimone Barros, do jornal “Diário do Amazonas”, fez um trabalho sobre o assunto, com o título “Estado derruba prédios históricos de Manaus”, mostra as máquinas do governo demolindo os últimos prédios. Os responsáveis pelo crime são os gestores do Prosamin e o secretário de cultura do Amazonas (SEC/AM) – resta somente a fachada de um prédio datado de 1910 - o superintende do IPHAN resolveu embargar a obra depois que tudo estava no chão!



O Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus, o famoso Prosamin, está concluindo as "obras", entre as duas primeiras pontes da Sete de Setembro; a área é imensa, vai até a beira da Manaus Moderna, no entanto, os “engenheiros” resolveram demolir “As Casas da Sete de Setembro”, famosas por serem as primeiras a passarem pelo processo de revitalização, com a coordenação do pesquisador Otoni Mesquita. Várias delas já foram para o chão, dizem que ficarão em pé somente a Vila Ninita, o Centro Cultural Palácio Rio Negro e a Fachada de um casa antiga (pertenceu aos pais do ex-prefeito Manoel Ribeiro), o local será destinado a um estacionamento. Que loucura é essa? Derrubar o nosso patrimônio histórico para dar lugar a estacionamentos de automóveis! O governador Eduardo Braga, falou em uma emissora de rádio local que, o projeto já retirou 20 mil casas que ficavam dentro dos rios da cidade de Manaus, caso não tivesse tomado essas providências, com a enchente desse ano, iria acontecer uma grande catástrofe. Engraçado, os meus pais moraram em uma Casa Flutuante, no Igarapé de Manaus, e, conseguiram superar tranquilamente a enchente de 1953. Na época, os ribeirinhos conviviam numa boa com as enchentes e vazantes, não moravam em “palafitas”. As “cabeças pensantes” de Manaus, resolveram construir a “Manaus Moderna”, fizeram barragem, impedindo a entrada das águas do Rio Negro, os igarapés ficaram em eterna vazante, as pessoas de menor poder aquisitivo resolveram fazer as suas casas, substituindo os flutuantes por palafitas, o local ficou totalmente degradado, depois surgiu o “salvador da pátria” – O PROSAMIN! O projeto anterior consistia em retirar os moradores do meio do rio, revitalizar o local, deixar os igarapés com o fluxo normal de enchente/vazante, ou seja, conservar a “Veneza dos Trópicos”, como foi outrora. O “SóPraMim” conservou as barragens, retirou todos os casebres, casas de alvenaria e mansões que ficavam nas margens, aterrou os igarapés, fez praças, conjuntos habitacionais e o “escambau a quatro”! Vamos rezar para que um dia a fúria do Rio Negro, não derrube as barragens da Manaus Moderna, para voltar a encher os igarapés de Manaus, espero que isso nunca aconteça, pois ai, sim, haveria uma grande catástrofe; mas a mãe natureza primeiro dá o sinal, não respeitou, o troco virá com certeza!


E agora José? Reclamar para quem? Resta somente chorar e nada mais!

Um comentário:

valaacola disse...

Infelizmente a identidade da cidade se perde na modernidade.