Este simples banco de
cimento armado, possui três quartos de século de existência, resistiu ao tempo
e a fúria destruidora do ser humano e, apesar do abandono atual, ele ainda é
original e histórico, infelizmente, está à mercê dos vândalos e da inércia do
poder público municipal.
Nasceu no Estado Novo, em
10 de Novembro de 1938, no regime tirano do presidente Getúlio Vargas. Na sua
juventude, serviu de assento para milhares e milhares de pessoas que
frequentaram ao seu balneário; inúmeros casais enamorados sentaram nele, pegou
muito sol e chuva; foi severamente pisando e enlameado também, no local,
existiam centenas de outros bancos iguaizinhos a ele, era apenas mais um no
meio da multidão, porém, o tempo passou, restando somente ele para contar
história daquele local.
Presenciou por longos e
longos tempos, a felicidade das famílias amazonenses, ao tomarem banhos nas
águas límpidas e cristalinas do seu parque, pois o local era preferido dos
manauenses para se refrescaram nos dias quentes do verão amazônico.
Muitas manhãs de Sol,
piqueniques, bebedeiras, peladas de futebol, brigas e confusões, muitas festas
e comemorações, até fornicação tinha em noites de luar – tudo aconteceu ao seu
redor!
Presenciou a poluição do
igarapé, a debandada geral das pessoas, a destruição de todos os outros bancos,
centenas deles foram ao chão, viraram entulhos, talvez, alguns estejam nos jardins das casas de saudosistas daquele tempo bom.
Ele
sempre ficou em frente a um prédio de construção eclética, onde, outrora,
funcionava um restaurante e dancing, muitas, muitas coisas aconteceram por lá –
silenciosamente, observou a destruição total do edifício, onde restaram somente
algumas colunas e, nada mais!
Fui visitá-lo recentemente,
tirei fotografias, voltei ao passado, lembrei-me de quase cinco décadas atrás,
quando os meus pais me levava para tomar banho naquele local aprazível – lembro
muito bem quando ficava sentado naquele banco, lanchando e, olhando os meus
irmãos mais velhos pularem dentro d'água.
Pois é, mano velho, este
banco de cimento é o último dos moicanos do Balneário do Parque Dez de Novembro
– sinto uma tristeza enorme em ver toda aquela destruição e, em saber que daqui
mais alguns meses ou dias, o nosso querido e amado banco de cimento será arrancado
e jogado dentro do poluído Igarapé do Mindú.
2 comentários:
o famoso Parque 10, onde se tomavam os banhos, onde quase morri afogado quando menino... aquele ria ia até a cachoeira do rio que sai depois da Ponta Negra, não me lembro o nome...
o rio do meu comentário abaixo é o rio Tarumã...
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