Ao folhear o livro “Manaus, Amor e Memória”, do poeta e
escritor Thiago de Melo, deparei-me com uma citação ao amazonense Agnello
Bittencourt, na qual o autor escreve que o professor é considerado por toda a
sua geração de estudantes do Colégio Dom Pedro II (Colégio Estadual do
Amazonas), como sendo o melhor, o mais lembrado, respeitado e influente na vida
de todos eles e, por eu gostar de história, principalmente, da nossa cidade
Manaus e do Estado do Amazonas, resolvi ler algumas coisas sobre ele e,
homenageá-lo no nosso humilde blog.
Nasceu em Manaus, em 14 de
Dezembro de 1876 e, faleceu no Rio de Janeiro, no dia 19 de Julho de 1975, aos
noventa e nove anos de idade – foi um grande Geógrafo, Administrador Público e
Historiador.
Era filho de Antônio
Clemente Ribeiro Bittencourt, um político que governou o Estado do Amazonas
entre 1909 e 1912 – o seu avô morava nas redondezas do atual Centro Cultural Palácio Rio Negro (antiga sede do governo), onde foi um dos pioneiros, tanto que o local ficou conhecido como
“Igarapé do Bittencourt” (atual Parque Jefferson Perés).
Origem da Família Bittncourt, conforme o site http://www.significadodonome.com/Bittencourt/ A origem do nome Bittencourt é Português. Brasão: De prata, com um leão de negro, armado e lampassado de vermelho. Timbre - O leão do escudo. Sobrenome normando que se fixou em Portugal através do navegador normando João de Bethencourt, que descobriu as ilhas canárias em 1417. Os nomes cujo final acabavam em Court com um nome germânico em seu inicio, devem sua origem a fazendas cujos donos eram alemães, como Beet em alemão significa Acelga ou beterraba, concluísse que o sobrenome se refira a um agricultor destas hortaliças, foram registradas as variantes: Betencor, Betancor, Batancor e Bethencourt.
Origem da Família Bittncourt, conforme o site http://www.significadodonome.com/Bittencourt/ A origem do nome Bittencourt é Português. Brasão: De prata, com um leão de negro, armado e lampassado de vermelho. Timbre - O leão do escudo. Sobrenome normando que se fixou em Portugal através do navegador normando João de Bethencourt, que descobriu as ilhas canárias em 1417. Os nomes cujo final acabavam em Court com um nome germânico em seu inicio, devem sua origem a fazendas cujos donos eram alemães, como Beet em alemão significa Acelga ou beterraba, concluísse que o sobrenome se refira a um agricultor destas hortaliças, foram registradas as variantes: Betencor, Betancor, Batancor e Bethencourt.
Por ter nascido no século
dezenove e falecido no século vinte, teve o privilégio de presenciar muitas
fases da nossa história: a visita do Conde D´Eu, em 1888, ao Estado do Amazonas/a
transformação significativa da nossa cidade, por exemplo, a construção do
Teatro Amazonas, pelo Governador Eduardo Ribeiro/testemunhou uma trama da
oposição do Congresso do Amazonas (atual Assembleia Legislativa), que ficou
conhecido como “Congresso Foguetão/acompanhou o governo do seu pai, no período
de 1909/1912/o auge e a decadência dos ciclos da borracha/as duas guerras
mundiais/o militarismo brasileiro e a criação da Zona Franca de Manaus.
A sua grande paixão era o
estudo da Geografia e, principalmente, lecionar a matéria – segundo o seu
filho, o Agnello Uchôa Bittencourt “Desde
professor rural a catedrático de Geografia do Colégio Estadual do Amazonas,
Agnello Bittencourt exerceu o magistério por 52 anos, até aposentar-se. Suas
aulas se caracterizavam pela fluidez da exposição, também por uma postura
austera. Capaz de fazer cessar algum começo de turbulência sem uma palavra,
somente com um olhar, sua irradiação de autoridade mal escondia como que um
pudor da própria doçura”.
Foi também professor da
Escola de Comércio Sólon de Lucena, Diretor do Colégio Dom Pedro II e Diretor Geral
da Instrução Pública do Amazonas (Secretário de Educação).
Exerceu a administração da
cidade (Prefeito), no período de 1909 e 1910, além de ter sido o Grão-Mestre da
Maçonaria Simbólica do Amazonas e Territórios Limítrofes, membro da Academia
Amazonense de Letras e responsável pelo Serviço Nacional de Recenseamento
(Censo de 1940).
Foi um dos fundadores do
Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas – IGHA, ocorrido em 25 de Março de
1917, na qualidade de 2º Vice-Presidente, depois, exerceu o cargo de Presidente
da instituição, no período de 1931 a 1950 – sendo considerado pelos seus
membros como o seu “Presidente de Honra Perpétuo”.
Publicou diversos livros
de História e Geografia do Amazonas, além de dezenas de artigos científicos,
publicados em várias revistas brasileiras de ciência e cultura. Exerceu o
jornalismo, publicando diversos artigos no Jornal
do Commercio.
Publicou os seguintes
livros:
Corographia
do Estado do Amazonas
Fundação
de Manaus: pródromos e sequências
Bacia
Amazônica: Vias de Comunicação e Meios de Transporte
Navegação do
Amazonas e Portos da Amazônia
Mosaicos
do Amazonas - Fisiografia e Demografia da Região
O
homem amazonense e o espaço
Plantas
e animais bizarros do Amazonas
Reminiscências
do Ayapuá (Rio de Janeiro: A. Bittencourt, 1966)
Dicionário
Amazonense de Biografias - Vultos do Passado (Rio de Janeiro: Ed.
Conquista, 1973)
Pródromos
Educacionais do Amazonas (Manaus, IGHA/Governo do Estado/Comissão do
Patrimônio/Suframa/Fundação Universidade do Amazonas/Secretaria de Educação,
1981).
Era muito querido pelos
seus discípulos, tanto que ao se aposentar, foi morar no Rio de Janeiro e, em
1966, quando completou 90 anos de idade, um grupo de ex-alunos foi até lá para
homenageá-lo, tendo discursado na ocasião o Carlos de Araújo Lima, Thiago de
Mello e Ramayana de Chevalier – o professor ainda fez um discurso de
agradecimento, ao qual fora publicado no jornal carioca “O Dia”.
Recebeu as seguintes
homenagens: em decorrência dos excelentes serviços prestados a educação dos
jovens amazonenses, o governo do Estrado do Amazonas emprestou o seu nome a Escola Estadual Agnello Bittencourt (Bairro
Santo Agostinho) e, a Prefeitura Municipal de Boa vista/RR, deu-lhe o nome a Rua Professor Agnello Bittencourt (Centro),
por ter ajudados a muitos estudantes roraimenses que vieram estudar em Manaus,
sendo o paraninfo (padrinho) de várias formaturas.
No centenário do
nascimento do Professor Agnello Bitencourt, em Dezembro de 1976, houve uma
solenidade em homenagem a sua memória, ocorrida no IGHA, onde foi inaugurado
uma exposição com os seus livros, artigos publicados no Jornal do Commercio,
objetos e documentos, bem como, a exibição de um documentário de média metragem
“Agnello Bitencourt”, rodado em 1976 em Manaus e no Rio de Janeiro.
Dos inúmeros cargos que
exerceu, o mais importante para ele foi ser professor, pois segundo o acadêmico
João Chrysóstomo de Oliveira “O seu ideal
sempre foi construir pela educação, sempre foi desenvolver pela cultura, sempre
foi fazer crescer sua terra e sua gente pela sinergia dessas duas forças que se
completam: educação e cultura. Educador por excelência, a sua só presença
era uma página de educação e professor por vocação, a sua palavra era um
tratado da cultura e educação. O seu excelente e raro livro Corografia do
Amazonas é o atestado evidente de quanto o digno educador amava a sua terra e a
sua gente, fazendo-a bem conhecida e estudada e discutindo e
equacionando".
A Secretária de Cultura do
Amazonas, através do site “Povos da Amazônia”, disponibilizou para pesquisa na
internet, o “Acervo Agnello Bittencourt”, com 55 slides de Mapas de relevos,
grupos étnicos, rios, municípios, fronteiras, etc.
Um das profissões que mais
admiro e valorizo é a de professor, um profissional que ensina as primeiras
letras, prepara e educa as novas gerações para o futuro – nesse particular, um
dos amazonenses que lecionou por 52 anos, formando, magnificamente, brasileiros
dignos e competentes, foi o Professor Agnello Bitencourt. Parabéns! É isso ai.
Fontes:
Povos da Amazônia, Acervo Agnello
Bittencourt.
Um comentário:
FOI PROFESSOR DE MINHA MÃE
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