Tenho um amigo que, sempre
que faço uma postagem sobre a nossa Manaus antiga, ele gosta de falar que “vira
e mexe”, os manauaras saudosistas falam da sua cidade, onde tempos atrás, teve
tudo do bom e do melhor e, já foi uma das melhores e mais bonitas urbes do nosso
paí - concordo em parte, pois muitas coisas boas foram enterradas com o tempo, mas, a nossa cidade ainda continua bela, apesar dos pesares - irei citar algumas coisas do passado.
Forte de São José do Rio
Negro – foi onde começou a cidade de Manaus - foi construído em 1669, para proteger
da invasão de estrangeiros, principalmente dos holandeses – foi abandonado em
1875, os vestígios de seus alicerces estão onde foi erguido o edifício da
Tesouraria da Fazenda Estadual (Porto de Manaus);
Maior produtor mundial de
borracha (era conhecida como Coração da Amazônia e Cidade da Floresta) – foi
uma das cidades do país que mais extraíram o látex e comercializaram a borracha
(primeiro ciclo de 1879 a 1912), foi através dela que as cidades de Manaus e Belém
tiveram o apogeu, requinte e luxo, como a luz elétrica, o sistema de água e esgotos, os bondes elétricos, com a construção de grandes avenidas e edifícios imponentes e
luxuosos;
Tribo
de Manáos – não existe mais (juntamente com os Barés e Tarumãs), apesar de ter
dado o nome a cidade de Manaus (mãe dos deuses) - habitavam a região dos rios
Negro e Solimões e, na época do “descobrimento”, em 1669, já existiam aqui mais
ou menos 10 mil índios Manáos, eles ficavam na embocadura do Tarumã (próximo a
Marina do Davi);
Região espanhola – é isso
mesmo, pertencíamos à Espanha naquela época -, era para estarmos falando, hoje, o
espanhol e não, o português – os lusitanos aproveitaram a união da coroa
(Portugal e Espanha) e começaram a penetrar na Amazônia, apesar de não verem na
região a facilidade em obter grandes lucros (difícil acesso e inexistência de
riquezas);
Cidade Sorriso – Povo bonito,
cidade bela e bem cuidada, todos sorrindo para a vida. Acabou: trânsito caótico,
violência urbana, crescimento desordenado, logradouros públicos sem manutenção
e pouco verde. Já era o sorriso!;
Bondes Elétricos – A
cidade de Manaus foi a segunda no Brasil a introduzir a luz elétrica,
implantando um sistema de bondes elétricos – com a inauguração provisória foi em
1896 - a extinção foi em 1957 – restaram somente os trilhos (um deles está amostra no Largo de São Sebastião);
Estádio Vivaldo Lima – Um projeto
do famoso arquiteto mineiro Severiano Mário Porto, chegando a ganhar o Prêmio
Nacional de Arquitetura em 1966 - foi inaugurado em 1970, era “O Maior e Mais Bonito Estádio da Região Norte”. A sua demolição deu-se em 2010, dando lugar
a Arena da Amazônia, um projeto de 580 milhões, para sediar somente quatro jogos da
Copa de 2014;
Velódromo Recreio – Foi construído,
em 1899, no bairro da Cachoeirinha, na Rua Santa Isabel, com fundos para a Rua
Silves e lateral na Rua Urucará – com pistas ovais revestidas de madeira, sendo
considerado o melhor do Brasil – deixou de funcionar em meados dos anos 30;
Cidade Limpa e Ordeira – O
povo vestia-se a moda européia; não jogavam lixo no chão; as praças eram lindas
e bem cuidadas; todas as ruas e avenidas eram arborizadas – resumo: povo
ordeiro e cidade bem cuidada!;
Balneários de águas límpidas
e cristalinas - A cidade é entrecortada por igarapés e, tempos atrás eram
utilizados como balneários pela população. Os mais famosos: Ponte da Bolívia,
Tarumã e Tarumazinho, Par Dez (Mindu) e os balneários do V-8 (Avenida Efigênio
Sales). Com o progresso veio a poluição, todos os balneários viraram “esgotos a
céu aberto”!;
Existem inúmeros outros, tudo
acabou! Por isso, nas rodadas de conversas dos manauaras, nas praças e nos
botecos do centro antigo, o papo é sempre o mesmo: Manaus, uma cidade onde tudo
teve ou já foi! É isso ai.
Um comentário:
não concordo, hoje Manaus é uma cidade grande e desenvolvida - basta dizer que na minha adolescência se podia cruzar a cidade toda a pé
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