sexta-feira, 4 de novembro de 2011

50 ANOS – QUANDO UM MURO SEPARA, UMA PONTE UNE


Eram dias quentes de noites amenas. O compasso das horas contrastava com a celeridade das águas do "banho dos padres”.
Tempo de atmosfera saudável e cumplicidade febril. O lirismo povoava aquelas mentes, a inquietação juvenil clamava por um “lance”.
No cinema, “Jesus Cristo Superstar” escandalizava. Na gastronomia, o incomparável “cheeseburguer chef salada” via seu prestígio abalado com a chegada do irresistível Kikão.
A JUFRA agregava novos valores, as meninas, os primeiros amores.
Márcio Souza, no palco do TESC, apresentava “Folias do látex”.
Se o “macetão” falasse, talvez explicasse as razões da rola que turturina ou da saudável “disputa a tapa” pelo ovo na caldeirada do Guadalajara (alguém sabe o paradeiro da Sabá?).
Harmonia vocal no “samba da rosa”, cabia até um pandeiro sem couro e a infindável afinação do violão. Delícia a “batida” do Cachucha!
Final infeliz, abalo na fé, foi o saldo do churrasco no Tucunaré.
Saudades do Gugu. Itacoatiara, uma aventura, na “granja”, tanta aventura.
“Brincadeiras” à parte, no Bancrévea tocavam o Blue Birds e no Cheik Os Embaixadores. Cenário de grandes “caçadas” e memoráveis “acochos”.
Inesquecível o sorvete do Pingüim: tapioca e amendoim. No Castelinho, cerveja com ou sem colarinho?
O contágio era geral, graças ao repertório especial.
Esta quite a despesa, paga por outra mesa.
Garçom, mais uma bebida! Um brinde a inauguração da estátua do famoso benemérito Ataliba.
Que performance! Aqueles meninos, cumprindo o ciclo vital, viraram homens, que viraram pais, que viraram senhores, que escolheram essa data para brindar, junto, meio século de vida.
Esses senhores ainda conservam a mesma amizade, a mesma irmandade, a mesma solidariedade, o mesmo espírito de união, a mesma alegria daqueles memoráveis dias.
Só há uma explicação para isso: no período mais agudo dessa intensa alegria daqueles memoráveis dias aprenderam cantando.
Que quando um muro separa, uma ponte une.
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O texto acima foi elaborado por um grupo de amigos que, na mocidade, faziam parte da Juventude Franciscana do Amazonas, a JUFRAMA, sob o comando do frei Fulgêncio Monacelli, da Igreja de São Sebastião de Manaus.

No dia 20 de Outubro de 2006, se reuniram no Clube dos Magistrados, para comemorar os seus cincoenta anos de idade.

Fiz parte desse movimento juvenil e, das comemorações do nosso quinquagésimo aniversário. Eles vieram de vários lugares do Brasil, apesar das décadas que nos separavam, conversamos como se o tempo tivesse congelado.

Um grande abraço aos meus amigos da JUFRAMA, em especial aos seguintes: ARIOSTO, MANECA, LÚCIO, RATO, CARLINHO, EVERALDO, NELVIA, PAULO, DUDA, HAMILTON, FREDERICO, NORTHON, MARCÃO, GERALDO E BINA.

É isso ai moçada "Quando um muro separa, um ponte une/Olha o muro, olha a ponte/Olhe o dia de ontem chegando/Olha o velho, olha o moço chegando/O muro caiu, olha a ponte/Da liberdade guardiã/O braço do Cristo, horizonte/Abraça o dia de amanhã" Paulo César Pinheiro e Maurício Tapajós.

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