Os nativos que moram na margem direita do Rio Negro (em frente a Manaus), estão ansiosos com a conclusão das obras de construção da Ponte Manaus-Iranduba; a grande maioria é totalmente favorável ao empreendimento, alegando que a ligação com Manaus trará o progresso e o desenvolvimento dos seus municípios; enquanto uma parcela ínfima é totalmente contraria a sua construção, cito a declaração do jovem Raul Perigo, líder comunitário e estudantil – “Se pudesse detonar todos os pilares da ponte, não hesitaria em fazê-lo, porém, uma andorinha só não faz verão, o processo é irreversível, a minha amada comunidade de Vila de Paricatuba será brevemente um esgoto a céu aberto, a especulação imobiliária é uma realidade, os bacanas não estão nem ai para o meio ambiente, não poderei mais pescar um Cará no Lago de Paricatuba, o jeito será me mudar para um lugar bem mais afastado e viver por lá até que o progresso chegue novamente” – declarou indignado.
Não sei se vai ameninar o impacto ambiental e social, mas o governo do Estado do Amazonas criou “A Reserva de Desenvolvimento Sustentável Rio Negro”, através da Lei no. 3.355, de 26/12/2008, englobando os municípios de Iranduba, Manacapuru e Novo Airão, com 103.086,02 ha. A criação da SDS-Rio Negro teve a seguinte justificativa do governo: depois da construção da ponte sobre o rio Negro, os processos de ocupação humana e uso do solo poderão ser acelerados, sendo obrigatória a tomada de providências com vistas a se dar garantia de conservação da biodiversidade, bacias hidrográficas, bem como das áreas de comunidades tradicionais que ali vivem há várias gerações, dando às mesmas as garantias de proteção ambiental e preservação de sua qualidade de vida.
Tive a mesma indignação do jovem Raul, assim como a ponte irá detonar o meio ambiente de Paricatuba, o progresso também acabou com o meu Igarapé de Manaus - nasci e me criei por aquelas bandas; no passado bem próximo, pesquei, nadei e tomei muito banho de rio; hoje, o igarapé está aterrado, expulsaram os meus vizinhos antigos e estão construindo um parque, porém, não irão aterrar jamais a minha memória, de forma alguma!
Não sei se vai ameninar o impacto ambiental e social, mas o governo do Estado do Amazonas criou “A Reserva de Desenvolvimento Sustentável Rio Negro”, através da Lei no. 3.355, de 26/12/2008, englobando os municípios de Iranduba, Manacapuru e Novo Airão, com 103.086,02 ha. A criação da SDS-Rio Negro teve a seguinte justificativa do governo: depois da construção da ponte sobre o rio Negro, os processos de ocupação humana e uso do solo poderão ser acelerados, sendo obrigatória a tomada de providências com vistas a se dar garantia de conservação da biodiversidade, bacias hidrográficas, bem como das áreas de comunidades tradicionais que ali vivem há várias gerações, dando às mesmas as garantias de proteção ambiental e preservação de sua qualidade de vida.
Tive a mesma indignação do jovem Raul, assim como a ponte irá detonar o meio ambiente de Paricatuba, o progresso também acabou com o meu Igarapé de Manaus - nasci e me criei por aquelas bandas; no passado bem próximo, pesquei, nadei e tomei muito banho de rio; hoje, o igarapé está aterrado, expulsaram os meus vizinhos antigos e estão construindo um parque, porém, não irão aterrar jamais a minha memória, de forma alguma!
O progresso é inevitável, não tem jeito, a população aumenta em uma progressão geométrica, dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar, diz a lei da física; muita mata ainda vai queimar, muitos rios ainda serão aterrados; se não formos mais responsáveis agora, o jeito será morar no espaço sideral, no futuro!
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