quinta-feira, 2 de maio de 2013

A NOSSA DEUSA DIKÉ BARÉ




Quem passa pela Avenida Eduardo Ribeiro, centro antigo de Manaus, depara-se com uma magnífica edificação, o “Centro Cultural Palácio da Justiça”, construído pelo governador Eduardo Ribeiro, em 1894 e, finalizado em 1900, pelo Coronel José Cardoso Ramalho Junior – o que mais chama a atenção de todos, é exatamente a estátua da deusa Diké, em decorrência de pender para a sua esquerda um dos pratos da Balança, contrariamente totalmente o símbolo do equilíbrio e da própria “Justiça”.

Ali já fora a sede do Poder Judiciário, principalmente de instância de segundo grau (onde eram julgados os recursos) e, a Deusa Diké, um símbolo da Justiça, expressando conceitos orientadores do comportamento da sociedade.

A Diké era uma divindade grega, conhecida também como Dice, ou ainda, Astreia, era filha de Zeus e Têmis – um detalhe importante: ela não usava vendas para julgar, pois ficava com os olhos bem abertos e, a nossa deusa baré está perfeitamente representada, mesmo contrariando alguns, pois a cegueira é também um dos símbolos da justiça, onde o mundo exterior é desprezado face à “luz interior”, pois dizian que os cegos viam segredos reservados somente aos deuses.

Outro símbolo que a Deusa Diké utiliza é a Balança e a Espada, no primeiro, pesa o direito e, no segundo, o defende, pois uma sem a outra é a força bruta, constituindo na fraqueza do direito – o grande problema da nossa deusa baré é a balança que pende para a esquerda, contrariando a expressão latina “Dura Lex, sede lex”, ou seja, “a lei é dura, mas é a lei” e deve servir para todos indistintamente.

Será? Olhem os considerado “Fichas Sujas” que estão no poder, inclusive um Prefeito do interior do Amazonas, sujo até a alma, no entanto, está sendo apoiado pela grande maioria dos políticos amazonenses e protegido por “força da lei” – Pode?

Sendo assim, a balança da nossa deusa baré está corretamente colocada, ou seja, a grande maioria recebendo a dureza da lei, enquanto alguns pilantras, ladrões do dinheiro público, não são penalizados.

Dei um zoom na estátua da nossa deusa e, descobri o seguinte: o prato da balança do seu lado direito está com a corrente enrolada, ficando um pouco mais acima do outro  - bem que o atual gestor de cultura poderia mandar fazer a devida correção, evitando a chacota dos observadores mais atentos, uma vez que a nossa Deusa Diké Baré, passou, recentemente, por pinturas e, está mais visível.  É isso ai.

Foto: Rocha

Um comentário:

ROGEL DE SOUZA SAMUEL disse...

muito boas postagens sobre DETALHES da Manaus antiga. É nos detalhes que a beleza se esconde