Quem
passa pela Avenida Eduardo Ribeiro, centro antigo de Manaus, depara-se com uma magnífica
edificação, o “Centro Cultural Palácio da Justiça”, construído pelo governador
Eduardo Ribeiro, em 1894 e, finalizado em 1900, pelo Coronel José Cardoso Ramalho
Junior – o que mais chama a atenção de todos, é exatamente a estátua da deusa Diké,
em decorrência de pender para a sua esquerda um dos pratos da Balança,
contrariamente totalmente o símbolo do equilíbrio e da própria “Justiça”.
Ali
já fora a sede do Poder Judiciário, principalmente de instância de segundo grau
(onde eram julgados os recursos) e, a Deusa Diké, um símbolo da Justiça,
expressando conceitos orientadores do comportamento da sociedade.
A
Diké era uma divindade grega, conhecida também como Dice, ou ainda, Astreia,
era filha de Zeus e Têmis – um detalhe importante: ela não usava vendas para
julgar, pois ficava com os olhos bem abertos e, a nossa deusa baré está
perfeitamente representada, mesmo contrariando alguns, pois a cegueira é também
um dos símbolos da justiça, onde o mundo exterior é desprezado face à “luz
interior”, pois dizian que os cegos viam segredos reservados somente aos
deuses.
Outro
símbolo que a Deusa Diké utiliza é a Balança e a Espada, no primeiro, pesa o
direito e, no segundo, o defende, pois uma sem a outra é a força bruta,
constituindo na fraqueza do direito – o grande problema da nossa deusa baré é a
balança que pende para a esquerda, contrariando a expressão latina “Dura Lex,
sede lex”, ou seja, “a lei é dura, mas é a lei” e deve servir para todos indistintamente.
Será?
Olhem os considerado “Fichas Sujas” que estão no poder, inclusive um Prefeito
do interior do Amazonas, sujo até a alma, no entanto, está sendo apoiado pela
grande maioria dos políticos amazonenses e protegido por “força da lei” – Pode?
Sendo
assim, a balança da nossa deusa baré está corretamente colocada, ou seja, a
grande maioria recebendo a dureza da lei, enquanto alguns pilantras, ladrões do
dinheiro público, não são penalizados.
Dei
um zoom na estátua da nossa deusa e, descobri o seguinte: o prato da balança do
seu lado direito está com a corrente enrolada, ficando um pouco mais acima do
outro - bem que o atual gestor de
cultura poderia mandar fazer a devida correção, evitando a chacota dos
observadores mais atentos, uma vez que a nossa Deusa Diké Baré, passou,
recentemente, por pinturas e, está mais visível. É isso ai.
Foto: Rocha
Um comentário:
muito boas postagens sobre DETALHES da Manaus antiga. É nos detalhes que a beleza se esconde
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