quinta-feira, 29 de março de 2012

IGARAPÉ DO MINDÚ




Lembra do Rio Tietê, em São Paulo? Claro que sim, ele está sempre  na mídia! E o Igarapé do Mindú, em Manaus? Claro que não, não o vi e não ouço falar! – assim responderão os mais jovens - O nosso esquecido e poluído Mindú, nasce em áreas de florestas preservadas do bairro Cidade de Deus, nas proximidades do Jardim Botânico Municipal, na zona leste, são vinte e quatro quilômetros percorrendo a área urbana.

Ele é o principal igarapé de Manaus, cortando toda a zona leste da cidade, passando pelas ruas/avenidas Paraíba, Recife, Djalma Batista e Constantino Nery, juntando-se ao Igarapé dos Franceses (este corta diversos conjuntos habitacionais da Constantino Nery), formando a Cachoeira Grande (São Jorge), depois, se junta ao Igarapé do Franco, formando o Igarapé de São Raimundo, desaguando, em seguida, no glorioso Rio Negro.

Os mais velhos o conhece perfeitamente, pois era ele que banhava o famoso balneário do “Parque Dez de Novembro”, com águas límpidas, translúcidas e geladas, enquanto, os mais novos apenas vêem um igarapé poluído que passa ao lado do shopping Millennium e do Parque dos Bilhares.

Apesar da poluição em toda a sua extensão, foi criado o Parque Municipal do Mindú, surgiu através de um movimento popular dos moradores do entorno, para proteger o habitat do Sauim-de-Manaus, um primata que é hoje considerado o mascote da cidade de Manaus.

Tirei as fotografias hoje, na foto-colagem mostra parte do P10 até o Parque dos Bilhares, aparecendo toda a mata ciliar preservada, muito verde, mas, ninguém tem a coragem de meter o pé na água, pois é poluição total.

Para refletir:

Água que nasce na fonte
Serena do mundo
E que abre um
Profundo grotão
Água que faz inocente
Riacho e deságua
Na corrente do ribeirão...
Águas escuras dos rios
Que levam
A fertilidade ao sertão
Águas que banham aldeias
E matam a sede da população...
 (Guilherme Arantes – Planeta Água).
Igarapé do Mindú - ainda poderemos salvá-lo, basta boa vontade e respeito à água e a vida! É isso ai.

Um comentário:

M.BECKHMAN disse...

A recuperação de Cubatão em São Paulo demorou quase 30 anos, mas a elite brasileira e paulista abraçou a causa. Sabem porquê não abraçam a recuperação do Mindú, por quê não gera votos em quatro anos! Essa elite socioeconômica e política manauara, por não se identificar com a terra, negligenciou e permitiu que os nossos símbolos desapareçam como o Tarumã, a Ponte da Bolívia e outros. Saudações Amazonenses!