A urbanização de Manaus aconteceu bem antes
da que ocorreu na cidade do Rio de Janeiro. Ocorre que as cidades europeias são
mais antigas. Por isso, faz sentido que os portugueses, com sua tradição
histórica de navegantes, aliada à sua alma poética, tenham sido os autores
desse traçado tão simbólico. Ocorre que os amazonenses, nostálgicos de uma "belle
époque" (é de se perguntar para quem?), tornaram-se arautos do
superlativismo. Aqui tudo é grande, melhor de todos, o primeiro do mundo e
coisas do gênero. Os mais críticos atribuem essa cultura a uma espécie de
"leseira" endêmica na região, reagudizada pela criação da zona
franca. Um doce de cupuaçu japones pra quem descobrir imagens da praça
portuguesa com traçado semelhante ao calçadão de Copacabana e o calçamento da
praça São Sebastião. Tem uma Praça em Portugal com o mesmo desenho. Teriam os portugueses
copiados os amazonenses? Ou teríamos nós amazonenses copiados os portugueses?
Certo mesmo é que a urbanização do Rio de Janeiro só foi possível graças aos
impostos gerados pela economia da borracha. Ah, isso foi.
A esse
respeito, fiz uma postagem no blog:
Dizem alguns
amazonenses que, os cariocas imitaram o calçadão da Praça de São Sebastião, em
Manaus, ao construírem o calçadão da Praia de Copabacana, no Rio de Janeiro.
Alguns chegam até a
afirmar que o desenho ondulado em preto e branco, foi um trabalho artístico,
mostrando as ondas do Rio Negro e Rio Solimões, fazendo uma alusão ao Encontro
das Águas.
A foto ao lado, mostra a Praça Rossio, em Lisboa, com mesmo formato em ondas e cores alternadas, representando o Encontro das Águas do Rio Tejo com o Oceano Atlântico.
A outra foto mostra a orla de Copacabana, em 1910, sem o famoso calçadão. Sabe-se que foi feito somente na década de 60, fruto do trabalho do paisagístico Roberto Burle Marx.
O leitor Marcos, fez a seguinte observação:
"Só uma correção. O calçadão de Copacabana com as formas atuais de fato é da década de 60, que por obra de Burle Max aproveitou o desenho sinuoso já existente desde a década de 20. O que ele fez foi um projeto para toda a avenida atlântica e no calçadão propriamente dito aumentou as curvas e as deixou paralelas ao mar, como se fosse uma continuação das ondas quebrando à beira praia. O projeto original, de fato, é igual ao do Teatro em Manaus, com as ondas perpendiculares à rua".
"Só uma correção. O calçadão de Copacabana com as formas atuais de fato é da década de 60, que por obra de Burle Max aproveitou o desenho sinuoso já existente desde a década de 20. O que ele fez foi um projeto para toda a avenida atlântica e no calçadão propriamente dito aumentou as curvas e as deixou paralelas ao mar, como se fosse uma continuação das ondas quebrando à beira praia. O projeto original, de fato, é igual ao do Teatro em Manaus, com as ondas perpendiculares à rua".
A foto da nossa
Praça de São Sebastião é do início do século passado, portanto, não fomos
pioneiros, a origem é portuguesa, pois a Praça do Rossio foi feita em meados do século
XIX, agora, se os cariocas se inspiraram em Lisboa ou em Manaus, não sei
afirmar.
Quem tiver mais informações a respeito, mande um e-mail para o blog.
Quem tiver mais informações a respeito, mande um e-mail para o blog.
Um comentário:
Existe muita besteira escrita sobre a Praça São Sebastião e seu calçamento. Algumas até atribuindo o desenho a De Angelis... Na verdade, o desenho ondulado no Rossio de Lisboa é pelo menos 40 anos mais velho. Os "calçadistas" portugueses que fizeram S. Sebastião usaram um padrão que já existia e era por eles conhecido. Isto também aconteceu na calçada original de Copacabana.
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