Nasceu na década de cinquenta, no
município brasileiro de Humaitá, no Estado do Amazonas, distante seiscentos
quilômetros em linha reta de Manaus – de origem humilde, mas, sem medo de
escuridão e, num rastro de um farol, veio de barco para Manaus para estudar e
trabalhar, para ter lugar ao Sol - depois de muitas lutas, o menino Chicão,
venceu na vida, tornando-se um homem cidadão.
O Estado do Amazonas possui
dimensões continentais, contando, atualmente, com sessenta e dois municípios,
com a sua grande maioria com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH),
apesar da imensa riqueza guardada em seu subsolo e da sua riquíssima
biodiversidade.
Isso se deve em parte, na
concentração de investimentos na capital, tornando Manaus uma cidade-estado,
deixando as demais cidades com todos os problemas que se possa imaginar,
forçando os jovens interioranos, que sonham por dias melhores, a migrarem para
onde está o Pólo Industrial de Manaus (PIM), o comércio pujante, as centenas de
escolas e faculdades públicas e privadas e, as repartições públicas municipal,
estadual e federal.
O nosso Chicão e outros
conterrâneos seus, assim o fizeram – por falta de oportunidades, deixaram a sua
querida e amada cidade de Humaitá, para estudar e vencer na capital.
O Estado do Amazonas está
recheado de casos de homens públicos e políticos humaitaenses, que migraram e
fizeram história na cidade de Manaus. Exemplos: Plínio Ramos Coelho (governador
e advogado), Álvaro Botelho Maia (governador, advogado, poeta e escritor),
Ubiratan de Lemos (filho do barão da borracha Jovino de Lemos, foi o primeiro a
ganhar o Prêmio Esso de Jornalismo), Raimundo Neves de Almeida (historiador,
poeta e escritor), dentre outros.
O cantor e compositor Afonso
Toscano, no seu CD intitulado “Enredo”, fez uma justa homenagem a esses bravos
guerreiros, com a faixa seis “Menino de Humaitá”, incluindo o nosso Chicão.
Letra da música:
Menino de Humaitá
Hoje de encontro aqui
Depois de tanta luta
Vim, vi e venci (chegar, ver e vencer)
Sem medo de escuridão
Num rastro de um farol
Aqui com o pé no chão
Querendo chegar ao Sol
Menino de Humaitá
Hoje um homem cidadão
És a Estrela Guia de outros que
virão
Cumprir a sua jornada repetindo a
lição
Beber da taça de um fel e bater o
pé no chão
Almino (Afonso, político)
Anselmo (Chíxaro, Juiz de
Direito),
Lino (Chíxaro, advogado e
presidente da CIGÁS)
e CHICÃO (nosso homenageado)
Tu respondes um sim
Se alguém de forças um não
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Apelido de infância:
Estatuta mediana e franzino
Porém, bom de coração
Com um assustador vozeirão
Assim foi apelidado
O nosso Chicão
O menino de Humaitá estava
determinado em vencer na capital, apesar de todas as dificuldades por que passa
um jovem pobre do interior.
O único caminho para alcançar o
sucesso pretendido, era trabalhar arduamente para manter os seus estudos.
Conseguiu um feito que era reservado para poucos: passar no vestibular para
antiga Universidade do Amazonas (atual UFAM), pois naquela época somente
existia esse instituição de ensino superior em Manaus, tendo que estudar muito
para garantir a sua vaga entre centenas e centenas de pretendentes - foi um
aluno dedicado e líder estudantil.
Estudou durante cinco anos,
bacharelando em Ciências Jurídicas e Sociais, passando, em seguida, no exame da
Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Amazonas, podendo exercer plenamente a
profissão de causídico.
Na primeira oportunidade que
surgiu, em 1985, fez o concurso de provas e títulos para o Ministério Público
Estadual (MPE/AM), exercendo com maestria o cargo de Promotor de Justiça, um
servidor público com a função de defensor da sociedade, nas esferas penal e
civil, além de zelar pela moralidade e probidades administrativas.
Oficiou nas
Comarcas de São Gabriel da Cachoeira, Santa Izabel do Rio Negro, Humaitá e
Parintins.
Eu estudei por dois anos Direito
(UNIP/Uninorte) e, tive a oportunidade vê-lo atuar no 2º. Tribunal do Júri
Popular, na qualidade de Promotor, no Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas
– fiquei impressionado com o seu preparo jurídico e sua oratória – tive uma
verdadeira aula.
Depois de longos anos de bons
serviços prestados a sociedade, foi promovido ao cargo de Procurador de
Justiça, em 2007, chegando até o ápice de sua carreira profissional, sendo
escolhido em uma lista tríplice pelo governador do Estado do Amazonas, como
Procurador-Geral de Justiça do MPE, no biênio 2010/2012.
Por ter ingressado no MP em 1985,
antes da vigência da Carta Magna de 1988 (que somente permite aos atuais
membros do MP exercerem outro cargo de professor), foi solicitado a exercer,
legalmente, funções de comando em órgãos do executivo municipal e estadual.
Foi Procurador-Geral - adjunto do
Município de Manaus; Secretário Executivo de Justiça, Direitos Humanos e
Cidadania e de Coordenador do Sistema Penitenciário Estadual e Secretário
extraordinário de Relações Institucionais da administração de José Melo (Pros)
no Governo do Estado.
De volta ao Ministério Público
Estadual (MPE/AM), o procurador assumiu, em 2016, a função de coordenador do
Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça Especializadas na
Proteção e Defesa do Meio Ambiente, Patrimônio Histórico e da Ordem
Urbanística.
Fora da sua área profissional,
foi um dos fundadores da Banda Independente da Confraria do Armando (nascida
dentro do Bar do Armando, centro antigo de Manaus), uma entidade de carnaval de
rua que faz história em nossa cidade, pois desde ano de 1989, por meio de seus
enredos e marchinhas irônicos, conta um pouco da história política do Estado do
Amazonas.
Para comemorar os trinta anos da
nossa “BICA”, o Chicão e o poeta e escritor Simão Pessoa, escreveram, em 2016,
o livro de memórias “BICA DO ARMANDO” – os exemplares encontram-se a venda no
Bar do Armando.
Foi colaborador da revista do
Ministério Público e autor de diversos artigos publicados em jornais de grande
circulação da capital.
Quando uma pessoa escreve o seu
primeiro livro, a sua inspiração fica aflorada para escrever outros mais – com
certeza, o Chicão possui muitas memórias guardadas da sua Humaitá querida, das
suas lutas na capital, da sua trajetória profissional e da cultura popular
amazonense.
Dr. Francisco das Chagas Santiago
da Cruz
O Chicão
O Menino de Humaitá
Hoje, Homem Cidadão!
Parabéns! É isso
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19 de mai (Há 4 dias)
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Caríssimo,
Muito boa tarde. Acabo de ler o seu blog, especificamente o post sobre Chicão, de Humaitá, no qual cita Ubiratan de Lemos, filho de Jovino. Jovino é avô paterno do meu avô paterno e eu gostaria de maiores informações sobre ele. Só sei que era barão da borracha dos "broncos", de seringais nativos, participou da inauguração da Ferrovia Madeira-Mamoré, manteve residência no centro de Porto Velho, que, na época da borracha, era a cidade de certo porte mais próxima de Humaitá do que Manaus. Dentre os filhos de Jovino, ao menos dois - Ubiratan e Moacyr, este último que é meu bisavô - se mudaram em definitivo para o Rio e teria um neto bastardo que é dentista em Belém. O senhor tem maiores informações?
Obrigado,
Alan
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19:51 (Há 0 minutos)
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Olá Alán, essa informação sobre o Sr. Ubiratan de Lemos retirei da Wikipédia, cita apenas os nomes dos homens ilustres filhos de Humaitá. Irei publica a mns na postagem para poder receber de alguem que tenha essas mais informações sobre ele.
Abraço
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