Os barcos regionais, conhecidos pelos caboclos amazonenses, como “Motor de Linha”, levam horas, dias, semanas e até mais de um mês, para chegarem ao destino, levando cargas e passageiros para o interior do nosso imenso Amazonas – além do sufoco na acomodação da terceira classe, onde todos viajam em redes de dormir, existe um fedor horrível nos banheiros da embarcação.
A última vez em viajei de barco foi exatamente para os festejos dos bois na cidade de Parintins, no baixo Rio Amazonas.
Pois bem, fui aconselhado a atar a minha rede bem longe dos banheiros, pois os barcos ficam apinhados de gente, com a viagem durando cerca de quinze horas e, não é nada bom ficar próximo àquela fedentina toda.
Na primeira noite do festival, estava empolgado com a apresentação do meu Boi Caprichoso, quando senti uma tremendo dor na barriga.
Corri até o banheiro do “Bumbódromo”, onde passei um tempão no trono – assim que a situação melhorava, corria para ver o Touro Negro e, quando sentia dor, corria de volta para o banheiro, foi um sufoco total.
Passei a noite toda correndo da rede para o banheiro do motor – pela manhã, dei um pulo no pronto socorro da cidade, onde foi diagnosticado que eu estava com infecção intestinal, fui medicado e aconselhado a ficar “ilhado” no barco.
Contrariando os conselhos dados onde ficar no barco, fui obrigado a atar a minha rede na entrada d o banheiro do motor, pois ficaria mais cômodo e rápido sentar no trono.
Pensem num sufoco total em que passei, pois não podia assistir mais ao festival, por questões obvias, além ficar deitado bem de frente para o crime, estragando o ambiente e sentindo também todo aquele fedor por mais três dias, pois o barco somente iria zarpar na noite seguinte ao termino do festival.
Antes de o barco levantar as ancoras, resolvi cair fora, peguei um táxi rumo ao aeroporto de Parintins, onde peguei um avião e sentei bem próximo ao banheiro da aeronave, pois estava “até o tucupi” de nojo do banheiro do motor! Eu, hein!
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