O Estado do Amazonas
antecipou em quase quatro anos a Lei Áurea, libertando os seus escravos, em 10
de julho de 1884, um feito histórico que sempre foi lembrado e comemorado pelos
amazonenses.
A Província (atual Estado)
do Amazonas e a Assembleia Provincial (atual Assembleia Legislativa) não possuíam
poderes para decretar a libertação dos escravos, mas, podiam incentivar a iniciativa
particular.
Em 24 de maio de 1884, o
Presidente da Província (Governador), o cearense Theodureto Carlos Farias
Souto, efetuou na Praça Dom Pedro II (no Paço da Liberdade), em Manaus, a “Declaração
de Igualdade Absoluta”, distribuindo 186 cartas de alforria (liberdade) aos
escravos da capital.
A partir daí, houve uma
mobilização da sociedade, principalmente das senhoras amazonenses, onde andavam
de casa em casa, procurando convencer aos proprietários de escravos a
liberta-los ou a negociar por um pequeno valor para atingir a libertação total.
Para tanto, essas senhoras
da sociedade promoveram saraus (reuniões festivas), festejos, chás, almoços e
jantares, com o fim de arrecadar recursos financeiros para dar suporte ao “Fundo
de Emancipação”, criado pela Assembleia Provincial, além do incansável apoio da
Maçonaria.
Ás doze horas de 10 de
Julho de 1884, na Praça Vinte e Oito de Setembro, o Presidente Theodureto
Souto, fez a seguinte declaração: “em
homenagem à civilização e à Pátria, em nome do povo amazonense, que pela
vontade soberana do mesmo povo e em virtude de suas Leis, não existirem mais
escravos no território desta Província, de Norte a Sul e de Leste a Oeste,
ficando assim abolida a escravidão e proclamada a Igualdade de Direito de todos
os seus habitantes”.
No dia 1º de janeiro de
1883, a Vila do Acarape, atual Redenção, emancipou seus escravos há menos de um
ano antes da província do Ceará, sendo considerada a primeira Província do
Brasil a abolir a escravatura e, a Província do Amazonas, a segunda.
Oficialmente, a libertação
total e definitiva dos escravos ocorreu no Brasil, em 13 de Maio de 1888, com a
“Lei Áurea”, assinada pela Princesa Isabel (filha de D. Pedro II).
O Governador Theodureto
Souto, ao sair do governo, foi homenageado no Rio de Janeiro, pelos amazonenses
que lá residiam, com uma caneta de ouro e um tinteiro em cuja base estava
escrito: “Ao benemérito abolicionista, Dr. Theodureto Souto, a Província do
Amazonas agradecida”.
Ele também foi agraciado
com o nome da Rua Theodureto Souto, no centro histórico de Manaus, assim como,
da data em que ocorreu a abolição no Amazonas, com a Rua Dez de Julho, ao lado
do Teatro Amazonas.
Em 10 de julho de 2015,
para lembrar a libertação dos escravos no Amazonas, o Instituto Geográfico e
Histórico do Amazonas (IGHA), abrirá as portas do seu casarão, situado na Rua
Bernardo Ramos, 117, centro antigo de Manaus – onde haverá a palestra do
historiador Antônio Loureiro, com o tema “Os Quilombos do Baixo Amazonas”; a
palestra do historiador Geraldo Xavier dos Anjos, com o tema “A Fitolatria das Religiões
Afro-Brasileira”; a exposição filatélica sobre a participação do negro na
cultura brasileira; e o lançamento da revista do IGHA no. 03/2015.
É isso ai.
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