Por ter morado por vários anos no
Conjunto dos Jornalistas, na Avenida Constantino Nery, Zona Centro-Sul de
Manaus, o meu local de votação fica exatamente no colégio em que estudei o
ensino médio e, todas às vezes em que faço a minha obrigação de eleitor brasileiro,
ao adentrar naquela instituição de ensino, volto ao passado.
Cursei o primeiro ano do ensino
médio no Instituto de Educação do Amazonas – naquele tempo, os alunos deveriam
fazer um curso técnico nos dois últimos anos e, o IEA oferecia somente o
magistério, porém, eu não tinha a menor vocação para ser professor, o que me
obrigou a pedir transferência para o Sólon de Lucena, com a intenção de cursar
administração ou contabilidade.
Mesmo a contragosto, fui matriculado
no curso de contabilidade, pois a administração tinha uma imensa procura, com
preferência para os alunos da casa - mesmo assim, tive um excelente
aprendizado, em decorrência de alto nível dos professores, organização e da
infraestrutura que o colégio oferecia.
A direção da escola ficava a
cargo do professor Bartolomeu Silva – era durão no momento certo, uma pessoa dinâmica, simpática e muito
querida pelo corpo docente, discente e funcionários da casa – lembro-me ainda
hoje da sua fisionomia: era alto, gordo, usava óculos, andava apressado, sempre
estava disposto a ouvir a todos e gostava de sorrir.
Dois professores ficaram na minha
memória, um deles foi o Mauro Bessa, atual Desembargador do Tribunal de Justiça
do Amazonas – ela gostava de falar que, o seu salário de professor era um pingo
no oceano dos seus rendimentos de operador de Direito, mas, imensamente
gratificante por formar novas gerações de amazonense, isso para ele era
impagável.
Outro professor que deixou a sua
marca foi o Dr. Klinger Costa, um advogado que chegou a ser tempos depois Secretário de
Segurança do Estado do Amazonas - era um cara durão, boa pinta,
fumante inveterado – não gostava de sorrir, não tirava brincadeira com ninguém
e não levava desaforo para casa - ele chegava até a chamar os alunos sapecas
para brigar no pátio da escola!
O ginásio coberto “Renê Monteiro”
ficava dentro do nosso colégio – ali aconteciam quase todas as noites partidas
de voleibol, handebol e basquetebol, além de shows musicais e outros eventos, o
que motivava muitos os alunos a “matarem aula”, bastava trocar a farda do
colégio para não serem pegos de surpresa pelo diretor, porém, não tinha jeito,
pois ele decorava o rosto de cada um.
Um colega que virou amigo até o
dia de hoje foi o Klinger, conhecido como “Peninha” – o cara era disputado à tapa
pela mulherada, tinha um carro velho e grana suficiente para gastar com elas;
era um jovem professor de inglês, além de ser funcionário do Banco de Londres –
tocava violão e tinha um vozeirão – eu ficava na cola dele e, dava para namorar
algumas gatinhas que ele descartava - ele mora no Conjunto dos Jornalistas.
Outro, chamava-se Kleber, um
guitarrista que participava de grupos musicais de Manaus – ele era “unha e
carne” com o Klinger, os dois namoravam com quase todas as gatinhas do pedaço –
certa vez, passamos um final de semana em Itacoatiara, em companhia dos
funcionários do banco em que o Klinger trabalhava – ainda tenho fotografias
daquele passeio - não tive mais contato com ele, dizem que foi morar em Boa
Vista.
Uma das minhas colegas de escola,
a Socorinha, foi minha namoradinha – a menina era uma moreninha “cor de jambo”, os
meus colegas ficavam babando e não sabiam o que ela achou de bom em mim, pois eu era um “cabocão” feio e liso!
Quando terminei o curso, recebi o
canudo de papel e, tinha por força de lei, o respaldo legal para exercer o
cargo de “Técnico em Contabilidade”, podendo até assinar um “Balanço
Patrimonial” – no entanto, a minha praia era Administração de Empresas, o que
me motivou a estudar muito para passar no vestibular da Universidade do
Amazonas,porém os estudos adquiridos no Sólon serviram de base para a faculdade.
O meu Colégio Sólon de Lucena
continua bonito, arborizado na parta da frente, pintado e bem cuidado, pena que
somente irei lá nas próximas eleições e, voltar ao passado novamente! É isso
ai.
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