Nascemos e nos orgulhamos de sermos do Igarapé de Manaus. Você era da família Lessa, era vizinha da minha, a Rocha. Lembro muito bem da sua avó, a Dona Diquinha, dos seus pais, a Amaziles e o Chico, dos seus tios maternos, o Papi e a, dos seus irmãos, a Monica, o Dão e o Berg. Junto com a molecada de rua, curtimos as brincadeiras infantis, os banhos de rio e dos cines Guarany e Polytheama. Você tornou-se uma jovem bonita e bela, sempre com um sorriso estampado no rosto, tinha muitos pretendentes, mas, se apaixonou, noivou e casou com o Augusto, com quem conviveu até que a morte. Lembro-me dos dois jovens, a bordo de uma motocicleta de oitocentas cilindradas, curtindo em alta velocidade a Estrada do Tarumá e da Ponta Negra, pegando vento e curtindo o Sol nas tardes de domingo em Manaus. Você adorava dançar e curtia muito as músicas de discoteca das décadas de 70 e 80, principalmente, da Dona Summer. Após o teu casamento, passamos um bom tempo sem se ver – num belo dia, houve um encontro de uma turma do Igarapé de Manaus, no Bar Janela, na esquina da Rua Huascar de Fiqueiredo e da Avenida Joaquim Nabuco, a partir de então, sempre nos encontrávamos nos bares de Manaus, principalmente, no Bar do Armando e Caldeira Bar - enquanto eu batia papo com o Augusto, você gostava de colocar no som, sempre as aquelas musicas que você mais amou na sua juventude. Você tinha uma mania juvenil de pedir aos amigos escrevem no teu relicário, quantas vocês pediu para eu escrever e, sempre recusava – me perdoe! Uma das coisas que você mais gostava era de fazer era festa surpresa para o aniversário de amigos de bar – pedia a cota dos amigos, arrumava a mesa, fazia o bolo, comprava a vela e incentivava a todos a cantarem os “parabéns a você”. Você também era solidária com os mais necessitados, promovia bingos e feijoadas, tudo para arrecadar fundos para suprir de alguma forma os problemas materiais das pessoas que estavam passando por problemas difíceis. Você era tão querida por todos que, fazíamos questão em chamá-la carinhosamente de Marcinha. Você e o Augusto deixaram uma sementinha de vida, a filha Melissa e uma netinha. Você não merecia, mas a doença se instalou no seu corpo, foram anos lutando contra ela – lembro que após sessões de radioterapia e quimioterapia, mesmo sem os cabelos originais, colocava uma peruca e ia se encontrar com amigos, levando solidariedade, sorrisos e alegria a todos. O teu marido também adoeceu e, partiu recentemente, isso o abalou muito e veio contribuir ainda mais para agravar o teu estado de saúde. Após o Dia Internacional da Mulher, você resolve deixar esse Plano e, ir para o lado de Deus, Todo Poderoso, onde os justos e bons terão abrigo. Sei que você não gostava de choro nem tristeza - juro que não irei chorar, mas, tristeza por ter perdido a minha querida amiga Marcinha, isso terei para sempre! Amém!
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