Quando a cidade de Manaus
vivia o boom da borracha, com grana “saindo pelo ladrão”, aportaram por essa
plaga muitas estrangeiras “polacas”, elas eram conhecidas como “mulheres das
portas abertas” e, fizeram muito sucesso junto aos senhores alinhados, seringueiros visitantes e outros inclinados à vida boêmia de bares, bordéis e
casas de jogos, entre os anos de 1890 e 1920.
A demanda mundial e o
aumento do preço da borracha trouxeram para a Amazônia, principalmente, nas
cidades de Manaus e Belém, um aporte significativo de recursos financeiros,
proporcionando um aumento populacional e a transformação em moderno centro
urbano – foi um atrativo para as mulheres desembarcarem para ganhar dinheiro
fácil.
A nossa cidade era dotada
de luz elétrica, bondes, telefone, prédios públicos impressionantes, suntuosas
residências particulares, bulevares arborizados e serviços frequentes de
navegação para a Europa e Estados Unidos – uma pequena parcela da população
concentrava a maior parte dos bens e recursos da região – eles se davam ao luxo
de viajar para o exterior e adquirir experiência na Europa, com o francês sendo
a língua preferida e Paris a referência intelectual e de moda da elite.
Com o dinheiro farto com o
lucro da borracha, a cidade ficou cheia de salões, cafés, mesas de bilhar e a
prostituição bem disseminada – sendo as mulheres brancas e estrangeiras as
preferidas pelos homens.
Existiam muitas “cocottes” (prostitutas) francesas e
judias, além das “polacas” vindas da Europa Oriental, uma mistura da
Áustria-Hungria, Galícia e Romênia –não existia naquela época a figura do “cafetão”
(explorador de prostitutas), aliás, esse nome deriva da roupa talar (até os
pés) usados pelos homens judeus no Marrocos.
A cocote tinham madeixas
longas e loiras, era elegantes e bem vestidas, destacavam-se numa sociedade na
qual a maioria das pessoas eram morenas e baixas.
Por volta de 1920 houve o
declínio total da borracha, a fonte secou e o dinheiro sumiu - as prostitutas
polacas e francesas foram embora para lugares mais ricos – era o fim de um
tempo de fausto e das “mulheres de portas abertas”, brancas, cabelos loiros e
olhos azuis. É isso ai.
Fonte: As mulheres de
portas abertas da belle époque amazonense – Thomas T. Orum
Um comentário:
uma ficou, morava na av getulio vargas, ao lado do grande hotel cujo nome não me lembro, o terreno do hotel era dela, a casa era ao lado direito de quem entra, a tacazaira era em baixo, ela fazia as refeições no hotel, ficou em Manaus...
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