Ao passar pela esquina da
Avenida Eduardo Ribeiro com a Rua Barroso, em frente ao prédio de uma das lojas
da Riachuelo, avistei o meu velho amigo Francisco José Gomes, mais conhecido
como Chico do Quebra-Queixo, um trabalhador que completou cinquenta anos de
profissão, vendendo o mesmo produto pelas ruas de Manaus.
O quebra-queixo possui
vários significados, porém, o que estou me referindo é um preparado de caramelo
com castanhas do Brasil, duro que nem uma pedra e, cortados em pedaços com uma
espátula de metal, com o tamanho de acordo com o bolso do freguês (o menor
custa dois reais) – ao colocar na boca, o gosto é indescritível, uma delícia,
mas, gruda na arcada dentária de tal forma que, quem não tiver paciência poderá
quebrar os dentes, a dentadura e até o queixo!
Conheço o Chico desde
quando eu estudava no Colégio Barão do Rio Branco, situado na Avenida Joaquim
Nabuco, quase em frente ao Hospital da Beneficente Portuguesa – faz muito tempo, não é mesmo? Naquela época, eu e meus irmãos, éramos todos curumins e, o Chico era um rapazinho
que já trabalhava para ajudar a sua família.
Todo santo dia, rodava os
colégios Dom Bosco, Brasileiro e Barão – na hora da merenda, colocava o seu
tabuleiro bem em frente ao meu colégio, vendendo essa guloseima que era feita
pelos seus pais.
Aliás, essa é uma tradição
que vem do seu avô, que passou para o seu pai e, aos quinze anos, o Chico já
fazia os seus doces, e, este já passou para a sua filha, que possui a sua
própria banca de venda de quebra-queixo, nas proximidades da Esquina dos Sucos,
na Avenida Eduardo Ribeiro com a Rua 24 de Maio.
Do produto da venda desse
doce, ajudou os seus pais e irmãos mais novos, tirou o seu próprio sustento,
constituiu família, criou os filhos e ainda dá para ajudar na educação dos
netos.
Ele está com 65 anos idade,
em plena forma física, vive sempre alegre e satisfeito, pois apesar de não ter
completado o ensino fundamental, abraçou esta profissão que lhe dá um bom
rendimento diário.
Por ter trabalhado durante
muitos anos nas portas dos colégios, muitos moleques que compravam a sua
guloseima naquela época, passam, ainda hoje, pela sua banca para comprar este
doce; alguns são professores, doutores, políticos e até empresários – ele não
esquece os seus nomes, tanto que ainda lembrou o meu nome (José), dos meus irmãos
(Rocha, Henrique e Graciete) e até do papai (Rochinha do Violão), pois ele
também vendia pela Rua Huascar de Figueiredo e Igarapé de Manaus – lembrou
também do meu colega Roberto, um dos filhos do Doutor Conte Telles (um famoso
médico que morava na Huascar).
Ficou famoso em
Manaus, tanto que gosta de mostrar aos clientes e amigos, um recorde de uma
matéria de página inteira, feita pelo Jornal Diário do Amazonas, em 2006, com o
título “Chico Gomes: O Rei do Quebra-queixo de Manaus”.
Pelo visto, algumas tradições ainda persistem em nossa cidade, ainda bem! Parabéns ao nosso querido amigo Chico Quebra-queixo. É isso ai.
Pelo visto, algumas tradições ainda persistem em nossa cidade, ainda bem! Parabéns ao nosso querido amigo Chico Quebra-queixo. É isso ai.
3 comentários:
NOSSA QUANDO CRIANÇA COMIA MUITO QUEBRA-QUEIJO AGORA ESTOU AQUI EM SP E NÃO ENCONTREI QUEBRA-QUEIJO COMO DE MANAUS E GOSTARIA MUITO DA RECEITA PRA EU FAZER AQUI PARA MEU PROPRIO CONSUMO COMO FAZER? TO COM DESEJO
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