quarta-feira, 18 de agosto de 2010

CAFÉ DO PINA

Este estabelecimento localiza-se na Praça Heliodoro Balbi (antiga Praça da Polícia), no Palacete Provincial. Foi inaugurado em 03/05/1951.Faz parte da história de Manaus.

Sobre a origem do nome quem dá a dica é o Francisco Pina, parente do velho José Pina: “Muitas pessoas perguntam de onde vem o nome PINA, ou se é o mesmo Pina do Famoso "Café do Pina". Em Manaus existem três ramos familiares dos Pina, atualmente com um grau de parentesco afastado entre si. No final da década de 20 vieram para o Brasil, fugindo do lastimável estado da economia portuguesa, culpa dos primeiros anos da implantação da República, que transformara Portugal num verdadeiro caos de miséria e falta de emprego, e à procura de uma situação econômica melhor, três portugueses oriundos de Loriga, Serra da Estrela. Dois eram irmãos, José Pina e Carlos Pina, o outro era primo dos dois, Antônio Pina. José Pina deu origem ao Café do Pina, tornando-se famoso por tratar todo o mundo de jovem e pela excelência do seu cafezinho. O nosso antepassado é o Antônio Nunes de Pina, do qual a atual proprietária de PINA Lanchonete, Lina Maria Pina Pires, é neta. O Pai, Antônio Pires, tinha a Importadora Pina, na Rua Dr. Moreira, muito conhecida, na época áurea da Zona Franca, pelas imagens religiosas importadas de Portugal, pelos artigos de desenho da Pentel japonesa e pelas cutelarias da Solingen alemã. Existem outros Pina fora de Manaus, que fazem parte das mesmas famílias”.

O saudoso Senador Jefférson Péres foi um dos intelectuais amazonense que presenciou a inauguração do Café do Pina e fez o seguinte relato: “Em 1950 tinha inicio uma nova década e, também, a construção de um barzinho, sem nada de especial, mas que iria marcá-la profundamente. O local era um canteiro triangular, em frente ao Guarany, onde havia um antigo chafariz desativado e dois postes de sustentação da tela na qual se projetavam filmes ao ar livre. Ao se erguerem os tapumes, correu o boato de que seria construído um posto de gasolina. A novidade não agradou os ginasianos, que ensaiaram um movimento de protesto e ameaçaram depredar a construção. Pressionado, o então prefeito Chaves Ribeiro aconselhou o proprietário a acelerar as obras, a fim de criar o fato consumado. Diante disso, foi abandonado o projeto original, de forma circular, por outro mais feio, retangular, que pôde ser construído em tempo recorde. O êxito foi imediato e se deveu a uma conjugação de fatores. Em primeiro lugar, sua localização, nas vizinhanças de dois cinemas, três colégios, um quartel, e mais, da então concorridíssima Praça da Policia; segundo a excelência do seu café, talvez o melhor da cidade; e finalmente, a simpatia do proprietário, o português José de Brito Pina, extrovertido e conversador, que em pouco tempo chamava cada um dos freqüentadores pelo nome. Batizado oficialmente de Pavilhão São Jorge, o barzinho era conhecido popularmente por Café do Pina e, mais tarde, Republica Livre do Pina”.

Tive o prazer de frequentar o antigo estabelecimento e conhecer o simpático José Pina (1912-1982), nunca esquecerei aquele “Alô Jovem!” - presenciei a derrubada do antigo prédio e a construção de outro de madeira – o local ficou muito famoso, pois foi um reduto de políticos, boêmios e intelectuais amazonenses, era muito frequentado pelas pessoas que iam aos Cines Guarany e Polytheama, pelos ginasianos do Colégio D. Pedro II e pelos membros do Clube da Madrugada – com o abandono da Praça da Polícia o Café virou Bar, com som ao vivo, venda de cervejas e petiscos variados, passando uma péssima imagem para a sociedade. Com a revitalização da Praça, o Café do Pina foi derrubado e deslocado para o interior do Palacete Provincial.



O atual Café do Pina é freqüentado por aposentados, intelectuais, turistas, comerciários e empresários, o local está repleto de fotografias da Manaus antiga, com uma decoração estilo década de 50 – serve um excelente “Café Regional”, além de encontrarmos todos tipos de cafés – Brisa da Tarde, Matinê, Bela Morena, Moreninha e do famoso Pina Fly, uma mistura de café gelado, whisky, creme de leite, licor de cacau, chantily e cereja – chique, não!



É isso ai. Alô jovem Pina!

Fontes:
PÉRES, Jefferson. Evocação de Manaus: como eu a vi ou sonhei. 2. ed. rev. e ampl.Manaus: Valer, 2002.
Textos obtidos no http://www.google.com.br/
Foto: J Martins Rocha (a primeira) as outras duas foram retiradas do Blog do Coronel http://www.catadordepapeis.blogspot.com/

3 comentários:

angelica rocha disse...

Adorei este blog,pois possibilitou-me ampliar a minha pesquisa para o meu trabalho de faculdade e de conhecer um pouco mais sobre a história do município que moro.PARABÉNS!!!!!!!pelo espaço...Angelica Rocha.

angelica rocha disse...

Adorei este blog,pois possibilitou-me ampliar a minha pesquisa para o meu trabalho de faculdade e de conhecer um pouco mais sobre a história do município que moro.PARABÉNS!!!!!!!pelo espaço...Angelica Rocha.

Maria Cabral disse...

Meu avô era José Alves Nunes de Pina, nascido em 1871, emigrante no Brasil veio casar a Loriga. Tinha meu pai, José de Pina Cabral, 4 anos de idade quando o meu avô faleceu com uma pneumonia antes de poder retornar a Manaus. Ele foi sempre um desconhecido para nós. Somos cinco netos, seis bisnetos e 4 tetranetos. O retrato de meu avô continua na minha sala, bem como a lembrança de alguém que amo sem nunca ter conhecido. O meu email é mariacabral@gmail.com. Mandem-me a fotografia do António Alves Nunes de Pina que era irmão do meu avô. Ele também tinha outros irmãos emigrantes, além do António, o Emídio e o Jeremias. Dizem que o meu avô era um homem bom.