Comecei a paquerar o meu
fusca no ano de 1976, consegui casar em 1979 e, separei em 1989, foram 10 anos
de uma bela convivência.
Trabalhei na empresa
chamada “Importadora Souza Arnaud”, situada a Rua Marechal Deodoro, centro de
Manaus - o fusquinha da minha paixão pertencia a minha colega de trabalho, a
Conceição Kramer - era da safra de 75, depois, foi vendido para outro colega de
trabalho, o contador José Antonio e, em 79 consegui comprá-lo, sendo uma parte
à vista e outra financiada pelo Banco Safra, penei muito para pagar as
prestações, por isso passei a chamá-lo de “Suado”.
A placa ZD-1307 serviu de
inspiração para um vizinho ganhar uma vez a milhar no jogo do bicho. Foi uma
década de grandes emoções a bordo do meu fusquinha – quando eu era solteiro fui
dezenas de vezes para os lupanares “Saramandaia” e “Iracema”, se o deixasse no
piloto automático, com certeza, iria direto para o bordel!
Trabalhava durante o dia
e estuda a noite, serviu de condução para ir e vir da faculdade - namorei nos
seus bancos – com ele fui de paletó e gravata para o meu casamento, na Igreja
de São Sebastião e, na beca para a minha formatura, no Teatro Amazonas – levava,
também, em sua companhia, os meus filhos para passearem nos finais de semana e
tomarem banho no Tarumanzinho e na Ponte da Bolívia.
Na vida real de marido e
mulher, as dificuldades financeiras atrapalham o relacionamento do casal; e o
meu com o fusquinha foi inegavelmente afetado, não podia mais cuidar da sua
aparência física e dos seus órgãos vitais - o motor e a caixa de marcha – fui
obrigado a vendê-lo para o meu compadre Acácio, que o recuperou totalmente,
trocaram até o numero da placa, em decorrência da inclusão de mais uma letra na
sua composição; depois vendeu para um sujeito desconhecido e sumiu da minha vista.
Não sei se ainda roda ou
se foi parar no cemitério dos carros, qualquer um dia desses irei contratar um
detetive para desvendar o seu paradeiro.
Certa vez, fiquei muito
emocionado, com o reencontro do Fusca JWJ-7694 com o seu primeiro amor, o médico
Rogelio Casado, no Largo de São Sebastião, fiz até uma filmagem “uma curta” de
1 minuto.
Estou com muitas saudades
do meu fusquinha! Quem sabe num belo dia, ainda poderemos reatar o nosso
casamento e curtirmos juntos a nossa aposentadoria, dando umas voltas pela nossa
Manaus Antiga, estacionado uma vez e outra no Bar do Armando, para tomar uma
cerveja, saborear um pernil e ouvir uma boa música, por sinal, outro apaixonado
pelo seu Fusca azul celestial – o portuga partiu para o andar de cima, mas,
deixou para os netos o seu fusca.
Aliás, o meu amigo José Ribamar Mitoso já comprou um fusquinha, a Socorro Papoula já encomentou o dela, falta apenas encontrar o meu - ai que saudades do meu fusquinha! É isso ai.
2 comentários:
O primeiro carro é como o primeiro amor: a gente não esquce...
Encontrou o seu fusquinha pois estou vendendo o meu porque deixei de dirigir. Ano 78 e bacaninha como qualquer fusquinha. Amo meu fusca mas dirigir nem pensar. Qualquer carro. VENDO. email-ellzasouza@yahoo.com.br
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