Um dos objetivos do BLODOROCHA é destinado a comentar
sobre as pessoas que contribuem ou que deixaram algo sólido para nosso
engrandecimento social, econômico e cultural – neste particular, nada mais
justo do que homenagear a Socorro Papoula, uma figura conhecidíssima nos
movimentos sociais do nosso Estado - pois ela está deixando a sua marca de luta
pelo bem estar das pessoas mais humildes; pelo trabalho em defesa dos direitos
das mulheres, principalmente, das indígenas, prostitutas, negras e todas
aquelas que sofrem preconceitos e violências na nossa sociedade – tornou-se
também uma das mais participativas na militância partidária, além de ter dado
uma enorme contribuição para o teatro, pois nasceu com a veia artística de
atriz.
Nasceu em Manaus, capital do Estado do Amazonas, no inicio
da década de 60, foi registrada em cartório com o nome de Maria do Socorro
Ferreira da Silva, mas, recebeu dos colegas de teatro o nome artístico de
Socorro Papoula, a principio, ela não gostou, mas, foi o qual ficou para sempre conhecida por todos os seus familiares, amigos,
colegas de trabalho e fãs – sempre foi uma mãezona dos seus filhos e avó exemplar - no vindouro dia 08 de Agosto, ela estará entrando
na fase de ouro da idade, será uma grande festa, com certeza.
Segundo o cientista social e médico Rogélio Casado “Em todas as manifestações dos movimentos
sociais ocorridos na cidade de Manaus - alguns no interior do estado - em que
pude estar presente, lá estava ela: Socorro Papoula; para mim, e para
inúmeros companheiros, uma das musas dos movimentos populares. Foi assim, em 1984,
quando fotografei a memorável campanha pelas "Diretas Já". Foi assim,
em 1989, quando participei da produção do vídeo-documentário "Balbina no
país da impunidade", numa manifestação pública no município de São
Sebastião do Uatumã, que contou com o saudoso bispo do município de Itacoatiara
Dom Jorge Marskell, em que denunciávamos o desastre ecológico provocado pela
construção da hidrelétrica de Balbina. Foi assim, por todos os anos 1990, e
continua sendo assim nesses anos 2000".
Na condição de coordenadora da Articulação de Mulheres
do Amazonas (AMA), fez a seguinte declaração pela descriminalização do aborto “Infelizmente, vivemos em um país conservador que
discrimina a mulher que faz isso e a trata com preconceito. Muitos homens
não se responsabilizam pelos filhos. Essa é uma luta constante e difícil porque
lutamos contra as igrejas, mas isso não é caso de religião e sim de saúde
pública porque são as mulheres que estão morrendo”, declarou.
Lutou muito pela efetivação da Lei Maria da Penha (Lei
nº 11.340/2006), desenvolvendo um trabalho contra a violência da mulher,
esclarecendo nas comunidades a referida lei, bem como, monitorando os poderes
públicos na sua aplicação.
Trabalha como pedagoga na Secretaria Municipal do
Trabalho e Desenvolvimento Social (SEMTRAD), lutou muito em prol do
desenvolvimento da Comunidade Nossa Senhora de Fátima, onde foi instalada na
Cooperativa Rural, uma câmara frigorífica com capacidade de armazenamento de 40
toneladas de polpas de frutas, para serem consumidas nas escolas municipais e,
futuramente, pelos trabalhadores do Polo Industrial de Manaus.
Ela é muito conhecida na Comunidade Rural do Pau Rosa,
situada no KM 21 da Estrada BR-174, em decorrência do seu empenho juntamente
com outros técnicos da Prefeitura de Manaus, pelo trabalho social e de apoio
aos produtores rurais – graças a esse trabalho, quase toda a produção dos produtos regionais é
vendida diretamente aos consumidores na Feira da SEPROR, no Parque de
Exposições Agropecuárias.
A nossa guerreira Papoula foi uma das fundadoras do
Partido dos Trabalhadores (PT) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT),
sendo uma militante de tempo integral – ainda não chegou a disputar a
vereança, apesar de ter declinado várias vezes aos pedidos dos seus pares, o
que não foi muito bom para a nossa cidade, pois teríamos, com certeza, uma
grande vereadora.
Por ser uma atriz de renome, chegou a ser duas vezes
presidente e vice-presidente da Federação de Teatro do Amazonas (FETAM).
Participou, recentemente, das filmagens do longa-metragem “A Floresta de
Jonathas”, um drama de 98min, rodado em locações rurais e ambientes de
florestas próximas a Manaus, com a personagem de “Mãe do Jonathas”. Está um
pouco afastada dos palcos em decorrência de suas inúmeras atividades nos
movimentos sociais e profissionais.
Tem mais, ela é Vascaína roxa, inclusive fez questão
de morar na Rua Vasco da Gama, no bairro da Compensa. Adora conversar com os amigos nos botecos
tradicionais de Manaus, com maior frequência no Bar Caldeira, Bar do Armando e
ET Bar, sendo frequentadora assídua da BICA. Não perde os eventos do Tacacá na
Bossa, dos Festivais de Ópera, Música, Filme e Teatro. Ainda possui tempo para
participar dos eventos dos movimentos sociais “Projeto Jaraqui” e “SOS Encontro
das Águas”, além de fazer visitas de lazer às comunidades “Vila de Paricatuba”,
“Nossa Senhora de Fátima”, “Vila Felicidade” e “Pau Rosa”.
Somente por ser uma guerreira, trouxe para si tantas
atividades, todas voltadas para o bem estar social, econômico e cultural do
nosso Estado. Viva a Papoula, a guerreira do Amazonas! É isso ai.
Fotocolagem: J Martins Rocha
Fotografia principal e da preto e branco: Rogélio Casado
Fotocolagem: J Martins Rocha
Fotografia principal e da preto e branco: Rogélio Casado
4 comentários:
Saudações, José Rocha.
Uma justa homenagem; esta Socorro é de confiança.
PRECISAMOS DE PESSOAS GUERREIRAS E CONHECEDORA DAS NECESSIDADES DO SER HUMANO E PRINCIPALMENTE DE NOSSA MANAUS. DEVEMOS E TEMOS POR OBRIGAÇÃO BUSCAR PESSOAS COM ESSA HUMILDE QUALIDADE E NOS REPRESENTAR EM PLENARIO. É ISSO QUE O POVO QUER E, É ISTO QUE ELE PRECISA.VALEU PELA SINGELA HOMENAGEM A SOCORRO! NÃO A CONHEÇO PESSOALMENTE. MAS A AMO PELA SUA DETERMINAÇÃO EM PROL DO PROXIMO.OBRIGADO MANO ROCHA!!
Tive a honra e a alegria de conhecê-la, nos anos 1980, pelejando pela causa indígena no Grupo Kukuro. Na época eu era um dos redatores do "Porantim", jornal do Conselho Indigenista Missionário. Saudades dessa guerreira.
Tive a honra e a alegria de conhecê-la, nos anos 1980, pelejando pela causa indígena no Grupo Kukuro. Na época eu era um dos redatores do "Porantim", jornal do Conselho Indigenista Missionário. Saudades dessa guerreira.
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