Frequento esta praia desde
quando eu era um curumim, era levado
pelas mãos do meu saudoso pai, lembro muito bem, era o final da década de
sessenta - o acesso era feito por uma estreita estrada asfaltada, toda sinuosa,
o que provocava muitos acidentes de automóveis e motos – naquela época, a minha
cidade ainda era muito pequena e, aquele lugar era tão longe que as pessoas
falavam que lá era o final do mundo, onde diabo perdeu as botas – depois de
cinquenta anos, volto novamente ao mesmo lugar, para lembrar dos velhos e curtir
os novos tempos. Maravilha!
Lembro-me de vários
momentos bons em que passei nesta praia - gostava de almoçar com a minha
família num grande restaurante de “chapéu de palha”, pertencia ao Senhor Milton,
um amigo do meu velho – a pedida era sempre a mesma: filé com fritas. Beleza!
Certa vez, ainda muito
jovem, sofri um sério acidente, dei um mergulho na Prainha e, bati a minha
cabeça numa grande pedra, a minha sorte foi que não desmaiei, mas, abriu um rombo
no meu couro cabeludo,fiquei banhado de sangue e, fui levado de táxi para o
pronto socorro do Hospital da Santa Casa de Misericórdia. Que sufoco!
Quando eu tinha meus vinte e
poucos anos de idade, comprei o meu primeiro carro, um fusquinha 75, ai foi graça
pro cabocão aqui, unia o útil ao agradável, à noite, levava as gatinhas
para tomarmos banho pelados na praia – depois, comecei a namorar sério, acompanhava a amada nos passeios e, curtíamos as belezas do lugar. Tempo Bom!
O tempo passou, estava
casado e tinha três filhos, vez e outra, levava os meus guris para curtirem a
praia e ao nosso majestoso Rio Negro. Durante muitos anos levei a minha família
para passar o réveillon na praia, passávamos a noite por lá, voltando
somente no raiar do dia. Porreta!
Os meus filhos cresceram,
cada um pegou o seu beco, mas, continuava a frequentar a praia, sozinho ou com
os amigos – presenciei muitas reformas no seu entorno, como também a sua destruição
– passei um ano sem passar por lá, pois estava bastante abandonada pelo poder
público, com a praia servindo de esgoto para os bacanas que começaram a morar
de frente para o rio.
Finalmente, a praia foi
fechada para reformas, sendo aberta parte dela no final do ano passado. Voltei
a frequentar o calçadão, para passear com os meus filhos, nora e dois netos. Tá
ficando bom novamente!
O meu negócio mesmo é
tomar banho no Rio Negro, pois bem, depois de alguns anos, voltei para a minha
praia querida, curti de montão, pode ver as fotografias, o local está uma
maravilha, não sei até quando, tudo depende da educação ambiental do povo, acho
que a grande maioria já está se mancando e tendo mais cuidado com natureza e dos
equipamentos urbanos. Podes crê!
No próximo sábado, levarei
bem cedinho a minha netinha, a caboquinha Maria Eduarda, de apenas de três
aninhos incompletos, para pisar na praia pela primeira vez. Olha a nova geração
chegando ai, gente!
Por falar em geração, a minha
está passando, a dos meus filhos está no auge e, agora inicia a da minha neta -
todos curtiram, curtem e curtirão a nossa querida Praia da Ponte Negra. É isso
ai.
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