A primeira praça que eu conheci, em Manaus, foi a Praça de Policia, assim chamada, por abrigar por longos anos a corporação da Policia Militar e, desde quando eu era um curumim, ficava olhando e admirando aquelas duas estátuas, posicionadas bem na entrada do atual Palacete Provincial, por muito tempo, não sabia o que eles significavam e zero da sua história.
Ao ler o livreto “Caminhado por Manaus”, da pesquisadora Thérése Aubreton, passei a conhecer um pouco mais sobre essas duas estatuas - elas representam os militares franceses do século XIX – as peças foram encomendadas pelo Superintendente (Prefeito) Adolpho Lisboa, quando este estava em viagem por Paris. As esculturas faziam parte de um jardim à francesa, obra do engenheiro paisagista parisiense Léon Paulard.
O lado direito representa um soldado do Exército Regular e a do lado esquerdo um “zuavo” da França Colonial Argelina (Colônia da França até 1962) – segundo a referida pesquisadora “Aproximando-se, percebem-se detalhes muito curiosos dos uniformes: o soldado, provavelmente da infantaria, tem às costas um cobertor, piquetes para a montagem de barraca de campanha, cartucheira, cantil e baioneta; o zuavo ostenta a medalha da Legião de Honra (Légion d’Honneur), a maior comenda francesa".
A estátua do Zuavo de Manaus é a que mais chama atenção, pois existe uma igualzinha em Paris – diga lá Thérése: “A figura do zuavo, para um francês, é sempre associada a uma famosa estátua localizada na Ponte de l’Alma, de Paris. Até há alguns anos a escultura servia para medir o movimento das águas do Rio Sena. No anos de muita chuva a água atingia os pés do zuavo da ponte. Comparando as duas esculturas percebe-se que o zuavo de Manaus é uma reprodução daquele que existe às margens do Rio Sena. O zuavo de Paris é maior e foi esculpido em pedra; o zuavo de Manaus foi fabricado em bronze. A postura, posição e a roupa, todavia, são absolutamente iguais, sem sombra de dúvida que o modelo que possuímos foi rigorosamente copiado do original parisiense”.
Na Praça da Polícia, atual Heliodoro Balbi, ainda encontramos as seguintes estátuas: Cão e Javali em Luta (em bronze, obra do francês Ch. Perron) – Diana Caçadora (Val D’Osne, 68 Bd. Voltaire, Paris) – Mercúrio (o Hermes dos gregos), fabricado no ateliê Val d’Osne, em Paris, França – Uma Ninfa (idem) – Cabeça de José Maria Ferreira de Castro (autor de “A Selva”) e o Busto de D. Pedro I (inaugurado em 1972, em comemoração aos 150 anos da nossa independência).
Com a atual reforma da nossa querida praça, o local ficou uma beleza, virou uma atração turística – O Zuavo de Manaus foi pintado, os turistas gostam ser fotografados ao lado dele, ficou muito famoso depois de um século da sua chegada em Manaus.
Agora, sim, depois de conhecermos mais um pouco da nossa história – o Zuavo de Manaus merece ser mais visitado e admirado por todos os habitantes da nossa Taba. É isso ai.
Fotos: (a primeira mostra o Zuavo de Manaus - http://www.ofingidor2008.blogspot.com/ - a segunda, uma colagem do Zuvo de Paris).
Um comentário:
Rocha, os zuavos chegaram a Praça da Polícia, como você afirma, há um século. Toda a praça é obra do coronel Adolpho Lisboa. Os zuavos estavam cada um em pedestal mais elevado. As fotos do período demonstram. Em 1930, a Polícia foi desalojada do local. E os zuavos também. Quando retornaram foram fixados em pedestal mais baixo e trocados, o da direita passou para a esquerda. Breve mostro estes detalhes.
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