Nas terras da família Borel
O lugar que hoje está o bairro da Compensa era uma posse da família Borel, cuja área foi invadida na década de 60 por famílias removidas da Cidade Flutuante através de processo não pacífico. Com o acelerado processo de urbanização da cidade de Manaus, nos anos 60, o grande êxodo rural impulsionou a ocupação desordenada. Na expectativa do anunciado milagre econômico e sem casa, muitas famílias se fixaram na orla do Rio Negro, formando a Cidade Flutuante. Essas famílias foram retiradas da área a partir de 1964, pelo governador Arthur Cezar Ferreira Reis, que ofereceu terras na outra margem do rio para que morassem, mas essas pessoas vieram de longe para tentar “vida melhor” na capital e não aceitaram a proposição. O governo também entregou algumas casas, porém não abraçava nem 1/3 das pessoas. Elas então se dirigiram para as localidades mais próximas à orla do rio, como os bairros de Educandos, São Raimundo, Raiz,Petrópolis, mas principalmente para o terreno pertencente à família Borel. O bairro foi batizado primeiro como Vila de Sapé, porque as casinhas eram cobertas de palhas, depois passou a ser chamado de Cidade das Palhas,porque a ocupação já havia crescido bastante, e por último o
atual nome de Compensa, referência a uma antiga serraria que produzia lâminas de compensado.
Assim começa a surgir o complexo urbano desordenado que é a Compensa A história do bairro da Compensa se mistura com a história de Maria do Nascimento Galvão Borel, hoje com 93 anos,
mais conhecida por Viúva Borel, nascida na comunidade de Janauacá, a 150 km da capital,que chegou com 13 anos em Manaus e, aos 19, casou-se com o comerciante pernambucano Oscar Martinez Borel, com quem teve dez filhos. Oscar comprou o terreno nas proximidades do bombeamento de águas da cidade de uns alemães que saíram da cidade após a Segunda Guerra,onde o casal foi morou até em 1968, quando ele morreu e dona Maria ficou com os dez filhos,todos pequenos.O terreno media aproximadamente 240 metros de frente,contornando as margens do Rio Negro, por 1300 metros de fundo, com final onde hoje é a rua Prosperidade, local onde a Viúva Borel tem uma pequena casa, em um terreno com cerca de seis metros de frente, por trinta de fundos.Um ano após a morte de seu esposo, portanto em 1969, a viúva Borel viu o começo da invasão de suas terras e nada pôde fazer para conte-la. “Ou eu cuidava dos meus filhos ou cuidava da invasão”, diz a mulher que foi dona de toda a região onde hoje se estende o bairro. Ela afirma não ter recebido nenhuma indenização por parte do governador da época, Amazonino Mendes,referente à desapropriação de suas terras, inclusive da área que hoje é a Estação de Captação de Água Ponta do Ismael. O bairro da Compensa já teve uma de suas ruas, a Rua Natal,conhecida por ser a mais perigosa da cidade e hoje, com 38 anos de existência, tenta reverter o quadro desanimador de pobreza e miséria oriundo da época da invasão.Famílias obrigadas a sair da Cidade Flutuante iniciaram processo de invasão das terras nas margens do rio Negro e formaram a Compesa.
O lugar que hoje está o bairro da Compensa era uma posse da família Borel, cuja área foi invadida na década de 60 por famílias removidas da Cidade Flutuante através de processo não pacífico. Com o acelerado processo de urbanização da cidade de Manaus, nos anos 60, o grande êxodo rural impulsionou a ocupação desordenada. Na expectativa do anunciado milagre econômico e sem casa, muitas famílias se fixaram na orla do Rio Negro, formando a Cidade Flutuante. Essas famílias foram retiradas da área a partir de 1964, pelo governador Arthur Cezar Ferreira Reis, que ofereceu terras na outra margem do rio para que morassem, mas essas pessoas vieram de longe para tentar “vida melhor” na capital e não aceitaram a proposição. O governo também entregou algumas casas, porém não abraçava nem 1/3 das pessoas. Elas então se dirigiram para as localidades mais próximas à orla do rio, como os bairros de Educandos, São Raimundo, Raiz,Petrópolis, mas principalmente para o terreno pertencente à família Borel. O bairro foi batizado primeiro como Vila de Sapé, porque as casinhas eram cobertas de palhas, depois passou a ser chamado de Cidade das Palhas,porque a ocupação já havia crescido bastante, e por último o
atual nome de Compensa, referência a uma antiga serraria que produzia lâminas de compensado.
Assim começa a surgir o complexo urbano desordenado que é a Compensa A história do bairro da Compensa se mistura com a história de Maria do Nascimento Galvão Borel, hoje com 93 anos,
mais conhecida por Viúva Borel, nascida na comunidade de Janauacá, a 150 km da capital,que chegou com 13 anos em Manaus e, aos 19, casou-se com o comerciante pernambucano Oscar Martinez Borel, com quem teve dez filhos. Oscar comprou o terreno nas proximidades do bombeamento de águas da cidade de uns alemães que saíram da cidade após a Segunda Guerra,onde o casal foi morou até em 1968, quando ele morreu e dona Maria ficou com os dez filhos,todos pequenos.O terreno media aproximadamente 240 metros de frente,contornando as margens do Rio Negro, por 1300 metros de fundo, com final onde hoje é a rua Prosperidade, local onde a Viúva Borel tem uma pequena casa, em um terreno com cerca de seis metros de frente, por trinta de fundos.Um ano após a morte de seu esposo, portanto em 1969, a viúva Borel viu o começo da invasão de suas terras e nada pôde fazer para conte-la. “Ou eu cuidava dos meus filhos ou cuidava da invasão”, diz a mulher que foi dona de toda a região onde hoje se estende o bairro. Ela afirma não ter recebido nenhuma indenização por parte do governador da época, Amazonino Mendes,referente à desapropriação de suas terras, inclusive da área que hoje é a Estação de Captação de Água Ponta do Ismael. O bairro da Compensa já teve uma de suas ruas, a Rua Natal,conhecida por ser a mais perigosa da cidade e hoje, com 38 anos de existência, tenta reverter o quadro desanimador de pobreza e miséria oriundo da época da invasão.Famílias obrigadas a sair da Cidade Flutuante iniciaram processo de invasão das terras nas margens do rio Negro e formaram a Compesa.
A Compensa abriga hoje o poder político do Amazonas, ao concentrar a sede Prefeitura Municipal
de Manaus e a do Governo do Estado, ambas transferidas do Centro da cidade para o bairro,que conta ainda com Pronto Atendimento ao Cidadão (PAC), onde são oferecidos serviços dos correios, agência bancária, Detran e várias outras instituições. Não tem um lugar específico para o comércio, apesar de possuir no entroncamento da avenida Brasil e entrada na rua São Pedro um minishopping e a Feira Modelo da Compensa, sua área comercial está espalhada por todo o bairro. Em relação à oferta comercial, os moradores não têm o que reclamar, pois é possível encontrar na Compensa de açougue a consultório dentário. A avenida Brasil funciona como a principal artéria de comércio, onde são mais freqüentes lojas de materiais de construção, dentre outras, onde fica também o Conjunto Rio Xingu I e II. Na área da saúde, o bairro conta com o Centro de Atendimento e Integração da Criança (Caic) e com o Pronto Socorro da Criança da Zona Oeste. Ao lado do prontosocorro, existe o Centro de Atendimento Integral à Melhor Idade(CAIMI). Do outro lado da avenida Brasil foi inaugurada a maternidade Moura Tapajós em 2005. Na mesma avenida, funciona o 8º Distrito Policial. No setor de lazer e entretenimento o bairro tem campos futebol, o Centro Desportivo da Compensa, casas de shows, centro social urbano Maria Fernandes, alem de várias escolas estaduais e municipais. Segundo Sebastião Souza Costa, morador do bairro há 30 anos e presidente da Associação dos Moradores Amigos da Compensa, dentre os principais problemas da região, a falta de uma política social que iniba a prostituição infantil, o tráfico de entorpecentes e uso indiscriminado de drogas,torna-se urgente, além do baixo nível de escolaridade, o que faz com que a comunidade não reivindique melhorias.Ele enfatiza que as escolas não têm conseguido mandar alunos para as universidades públicas, fato que o faz questionar o motivo. “Os professores ganham o mesmo valor em todas as zonas da cidade, então qual é o problema da Compensa?”, pergunta-se Sebastião,que ao longo desses 30 anos de convivência, considera que o bairro continua sendo o “berço” para interioranos. “As pessoas vêm para Manaus e se fixam na Compensa até melhorarem de vida, depois migram para os novos bairros que vão surgindo”, o que, para ele, atrapalha o desenvolvimento do bairro, pois essa rotatividade não forma um grande laço de união e a comunidade acaba perdendo força e representatividade.No campo da religiosidade, o bairro tem 13 igrejas católicas, ficando sob responsabilidade dos Jesuítas, que realizam trabalhos sociais nas pastorais, além de vários templos evangélicos: Deus é Amor,Batistas, Universal do Reino de Deus, Assembléia de Deus, entre outros.A compensa do século XXI ainda vive o estigma de violência, tráfico,criminalidade e, mesmo com as edificações importantes e o incremento comercial do bairro, a parte social deixa muito a desejar, pois ainda existem famílias vivendo em
condições desumanas nos rip raps,que são palafitas sob o igarapé poluído do Franco. O igarapé que corta a avenida Brasil já foi utilizado por lavadeiras nas décadas de 60 e 70 e serviu também para o lazer de moradores da Compensa e de outros bairros. Porém, hoje, o igarapé é um córrego poluído, mas recebe as obras do Prosamin, que está retirando as moradias construídas em seu leito e promete revitalizar este importante afluente do rio Negro Localização A Compensa está localizada na Zona Oeste da Cidade, em uma área de 1.293 hectares, fazendo fronteira com os bairros de santo Agostinho, Nova Esperança, São Jorge, Vila da Prata, Santo Antônio,São Raimundo e a orla do Rio Negro.Sede do poder político.
FONTE: JORNAL DO COMMERCIO.