Recentemente, a Prefeitura
de Manaus fechou o Largo da Matriz, para efetuar a revitalização daquele espaço
histórico, onde se encontra o Relógio Municipal, um Chafariz, um Obelisco, o
antigo Aviaquário (desativado), praças, casas centenárias e a Igreja Matriz da
Nossa Senhora da Conceição – no trabalho inicial de escavação foi encontrado na
Avenida Eduardo Ribeiro um calçamento de pedras de paralelepípedo, causando
espanto para os técnicos do governo municipal.
O Prefeito Arthur Neto
esteve no local e, determinou o restabelecimento do original, retirando camadas de
cimentos e de asfalto que encobriram por muitos anos a história da nossa cidade.
Naquele local, existia o
Igarapé do Espirito Santo, o qual foi aterrado em 1892, por ordem do governador
Eduardo Ribeiro, para dar andamento ao processo de embelezamento da cidade –
com o seu calçamento em paralelepípedo (hexaedro cujas faces opostas são paralelas e congruente) - existe por aquelas imediações um marco
que está escondido dentro de uma galeria, ele tinha a função de medir as enchentes
daquele igarapé.
Segundo os especialistas,
o asfalto tem o poder de absorver o calor durante o período de insolação,
liberando depois para o meio, parte desse calor,
causando um desconforto térmico muito grande, por outro lado, no calçamento de
paralelepípedo o comportamento é totalmente diferente, pois as suas
características geológicas, absorvem menos calor, deixando a temperatura mais
amena e tornando o clima mais agradável.
É um tipo de calçamento
totalmente ecológico, pois depois de algum tempo aparecem fungos e gramíneas
inseridas entre as juntas, desempenhando funções importantes para o meio
ambiente, com a absorção de água e nutrientes, retendo parte dos sólidos
carreados pelas águas das chuvas e micro partículas de poluição – tem mais:
essas plantas realizam fotossíntese capturando o CO2 liberado pelos automóveis
e liberando O2!
Na realidade, as
principais ruas do centro antigo de Manaus, foram originalmente dotadas de
paralelepípedo, mas, o progresso e a irresponsabilidade dos homens que
governaram as últimas décadas, foram mudando “o velho” (as pedras) pelo “novo”
(cimento e asfalto) – demonstrando uma total ignorância e desrespeito pela
história da nossa cidade.
Os tempos são outros, os
gestores públicos amazonenses estão mais sensíveis e, começaram a valorizar e a
respeitar parte da nossa história que estava enterrada – o Largo de São
Sebastião e a Praça do Congresso constituem-se em exemplos e, a Avenida Eduardo
Ribeiro, um sinal de que teremos de volta, brevemente, o brilho da mais bonita
e charmosa via pública da nossa cidade da belle
époque. É isso ai.
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