quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

OS AVÔS DE HOJE.


O meu amigo Bepi Cirino (ex-titular do IPHAN) fez uma postagem em sua página do Facebook, mostrando uma fotografia do seu netinho que ainda está na barriquinha da sua nora, ainda nem nasceu e ele já está babando de alegria – isso foi o suficiente para fazer essa postagem e, enaltecer a figura do avô, pois faço parte dessa nova geração de manauaras de meia idade que se tornaram pai do pai, ou seja, pai duas vezes, uma maravilha, com certeza
.
Não cheguei a conhecer os meus avôs (Mirandolino e José), somente as avós (Lidia Martins e Maria Soares), com quem convivi por longos anos. O meu avô paterno veio para a Amazônia na década de 20, por aqui ficou e morreu - graças a ele, o meu pai (Rocha) veio a reboque do Ceará para Manaus, onde conheceu a minha mãe (Nely Fernandes), uma cabocla do interior e, na união nasceu esse caboclo que escreve um monte de besteiras no BLOG e Facebook.

Tempos atrás, os avôs chegavam a essa condição quando já estavam aposentados, com os cabelos branquinhos - gostavam de curtir uma cadeira de embalo, ouvir uma valsa no disco de vinil, tomavam chás com torradas, usavam óculos fundo de garrafa, passavam o dia todo vestidos de pijamas – os coitados até que desejavam “entrar em campo”, mas não tinha reza braba que desse jeito para o bicho levantar.

Um velhinho acorda cheio de alegria, pois era o dia do seu aniversário e, com a voz tremula, começa a conversar com o seu corpo: - Meus pés, minhas pernas, minhas mãos, meus braços, meus peitos, meu pescoço, minha língua, meus olhos, meus ouvidos, vocês estão completando oitenta anos! E você, meu bilau, caso não tivesse morrido faz vinte anos, estaria também completando, hoje, oitenta anos!

É mano velho, o tempo mudou, a velharada toma Viagra de montão, faz academia, caminhadas, pinta os cabelos, faz manicure e pedicure, usa as mídias sociais, pega as quengas, se veste igual aos filhos mais novos e, não parece nem um pouco com os avôs de antigamente.

Muitos casam ou se amancebam novamente, geralmente, procuram mulheres mais novas e, pasmem, ainda fazem filhos. O avô vai passear na praça com a família e encontra um velho amigo: - E ai Bob, essa é a tua filha? Não, ela é a minha mulher! Desculpe, mas, esse curumim ai, é o teu netinho? Não, ele é o meu filho mais novo! E essa guriazinha, é também tua filha? Não, ela é minha netinha mais nova!

Outra coisa, as filhas começam cedo a sua vida sexual, resultado: com menos de quarenta anos o camarada se torna avô! Muitos deles têm que fazer papel de pai, pois o Boto se manda quando aparece a barriga da namorada.

Os avôs de hoje, se aposentam e voltam a trabalhar novamente, para ajudar no sustento dos netos e filhos - a grande maioria está endividada até a alma com esse tal de empréstimo consignado. 

Olha, apesar de tudo, é muito bom ser avô, ter alguém em que você possa pegar pelas mãos e passear nas praças e shoppings, brincar nas praias, voltar a jogar peteca e papagaio de papel, levar ao medico e a escola e, receber um beijo no rosto! È isso ai.

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