Nasci e me criei dentro de
uma oficina de fabricação e reparos de instrumentos de cordas (o Bandolim
Manauense), pois o meu saudoso pai (José Rocha) era o luthier mais famoso da
nossa cidade, tendo o violão o seu carro chefe – todas as sextas-feiras, o
nosso local de trabalho ficava lotado de músicos amazonenses - foram dezessete
anos ouvindo esse turma tocar, em decorrência disso criei uma predileção toda
especial ao “pinho”, mesmo não sabendo tocar o instrumento - ainda hoje fico
babando quando o Clélio Diniz dá os seus acordes, pois ele é, na atualidade, o
melhor violonista de Manaus.
O VIOLÃO - No inicio, era conhecido
como “Viola”, com cordas duplas e, na sua evolução, passou para cordas simples,
para compensar a perda da sonoridade, foi aumentado o seu tamanho, passando o seu
nome para o aumentativo “Violão”.
O meu saudoso pai, o luthier
Rochinha, fez milhares de violões, ele era famoso no Brasil afora, tanto que
o Wando, Gilberto Gil e o Dilermando Reis foram até a oficina do papai para comprar
o instrumento – ainda guardo dois exemplares em minha casa.
Um fato interessante, o
meu genitor não sabia tocar, apenas afinava o instrumento com auxilio do
diapasão – ele gostava de uma boemia e, sempre que ia para a noite, levava
consigo um violão, para os amigos tocarem, é claro!
Atualmente, existem
dezenas de luthier em Manaus, com a grande maioria egressa da Escola de Lutheria
do Amazonas (OELA), no bairro Zumbi II, onde o Rubens Gomes desenvolve um
projeto reconhecido internacionalmente.
O VIOLINISTA CLÉLIO DINIZ –
O Clélio Diniz é um amazonense de Manaus, um autodidata consagrado
nacionalmente – tocou em diversas bandas de Manaus, tais como “Blue Birds”, “Os
Embaixadores” e “Blue Star”, além de ter acompanhado as cantoras amazonenses
Lucinha Cabral, Lili Andrade e a Felicidade Suzy. Trabalhou no Hotel Tropical Manaus, como violonista da casa. Fez várias apresentações sozinho e, outros
com parceiros, como o Ítalo Jimenez e Renatinho Linhares. Gravou o CD “Ballet
das Folhas e “Festa das Cordas”. No concurso de violão “Domingos Lima”, ficou
em segundo lugar. Atualmente reside em Florianópolis e tem um trio que se chama
“Clélio Diniz e Trio”. Ele é um dos maiores intérpretes da obra para violão de
Villa Lobos e autor de centenas de composições.
Com o apoio do “Projeto Cultural
Uakti” (coordenado pelo Dr. William Gama) fez duas apresentações em Minas Gerais (Extrema e
Formiga). Seu violão poderoso calou os presentes e os mineiros se emocionaram
com suas interpretações de Dilermando Reis, músico e pesquisador da música
mineira.
O Clélio Diniz fará um
show no próximo dia 28 de Dezembro, no “Bar Fino da Bossa”, situado a Av. Max
Teixeira, 60, Travessa São Judas Tadeu, Flores – telefone 92 9271-5491, com
inicio previsto para as vinte e uma horas e trinta minutos - será um show
imperdível, pois o Clélio veio a Manaus somente para rever os amigos e
familiares e, mostrar todo o seu talento para os seus conterrâneos amazonenses.
Show "Violão
Brasileiro - Dos Morros Cariocas aos Beiradões Amazônicos", com Clélio
Diniz e convidados. No repertório: Balé das Folhas (Clélio Diniz), Odeon
(Ernesto Nazareth), Graúna (João Pernambuco), Festa das Cordas (Clélio Diniz),
1 x 0 (Ozéas da Guitarra), Magoado (Dilermando Reis), Igapó (Sebastião
Tapajós) Ingênuo (Pixinguinha), Ternura (Kximbinho), Trenzinho do Caipira
(Villa-Lobos), Pedacinho do Céu (Waldir Azevedo), Olho D´Água (Armando de
Paula), As Rosas não Falam (Cartola), Interrogando (João Pernambuco), Tempo de
Criança (Dilermando Reis), Chorando Baixinho (Clélio Diniz), O Bem Amado
(Toquinho), Delicado (Waldir Azevedo - Homenagem a Beto Beiçola), Porto de
Lenha (Zeca Torres), Bicho de Sete Cabeças (Geraldo Azevedo), Brasileirinho
(Waldir Azevedo).
Muito boa essa união do
violão, um dos instrumentos de cordas dos mais queridos e amados do nosso país,
com o melhor violonista de Manaus, o Clélio Diniz. É isso ai.
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