O estudante, pesquisador, visitante ou turista ao entrar na Biblioteca Pública do Amazonas, depara-se com uma magnífica escada em forma de caracol e, bem no seu meio, fica maravilhado com um imenso quadro do pintor, caricaturista, escultor e escritor Aurélio de Figueiredo (Areia/PB: 1854 – Rio de Janeiro/RJ: 1916) um óleo sobre tela denominado “A Lei Áurea” – tratando da emancipação total do elemento servil no Estado do Amazonas, em 10 de Julho de 1884.
Segundo os historiadores,
esse quadro foi encomendado por volta de 1888, pois o Amazonas foi o segundo a
abolir a escravatura (o primeiro, foi o Ceará, em 25 de Março de 1884), tendo
uma grande repercussão no Brasil, desencadeado mais tarde pela Lei de 13 de
Maio de 1888, promulgado pela Princesa Izabel.
Para quem não sabe - a Rua
10 de Julho, no centro antigo de Manaus, o seu nome foi em homenagem a esta data tão
importante para o Amazonas: a libertação dos escravos.
Segundo estudos da
professora Luciane Páscoa e da pesquisadora Mikelane do Carmo “A
Lei Áurea trata-se de uma obra alegórica (personagens simbólicos) e seu estilo
pode estar relacionado ao neo-maneirismo e ao neo-barroco, devido às cores
vibrantes e a disposição com que às personagens são colocadas na tela. Não há
uma divisão definida de planos, mas, pode-se notar uma divisão principal em simbologia
a dois mundos: O lado esquerdo retrata os fatos relacionados à escravidão e sua
emancipação: Ambiente com pouca iluminação, como se fosse um fim de tarde na
mata. Aparentemente trata-se de uma fortaleza em ruínas (possivelmente uma
referência ao Forte de São José da Barra do Rio Negro), que pode estar
representando uma estrutura de poder desgastada, um mundo arruinado e em
decadência, abrangendo as questões nacionalistas e republicanas; a presença do
elemento indígena, cafuzo e negro, vestidos e ornados com cocares, flechas, etc.
Do lado direito, está à visualização desse novo mundo cheio de perspectivas e
novidades em toda área da ciência e vida humana, há muita movimentação e vários
personagens: parece ser um altar de glorificação às Artes e à Liberdade,
representadas pelas alegorias da Pintura, Música, Escultura e Poesia. A
liberdade pode ser representada através dos nus. Representação também da
Ciência, Indústria, Comércio, imprensa, e muitos outros elementos que compunham
uma realidade totalmente diferente de tudo o que o negro tinha vivido motivo
pelo qual tanto chamava sua atenção”.
A Biblioteca passou mais
de cinco anos em reformas e, este quadro teve um carinho todo especial por
parte dos restauradores, tanto que não
foi possível retirá-lo do local, pois é
pesado demais e imenso - foi montado todo um aparato para os técnicos trabalharem junto a ele.
Na realidade, não existe muitas
informações sobre este quadro, pois na madrugada do dia 22 de agosto de 1945, a
biblioteca sofreu um grande incêndio, destruindo quase todo o seu patrimônio.
Ele é também conhecido como "Redempção do Amazonas", com a dimensão de 665cm x 365cm, instalada na posição atual possivelmente desde 1907, com a moldura em madeira talhada e policromada na dimensão de 7,20m x 4,20m - possui uma placa indicativa do nome da obra e das razões de sua criação, com o brasão da República ao centro superior. É isso ai.
Ele é também conhecido como "Redempção do Amazonas", com a dimensão de 665cm x 365cm, instalada na posição atual possivelmente desde 1907, com a moldura em madeira talhada e policromada na dimensão de 7,20m x 4,20m - possui uma placa indicativa do nome da obra e das razões de sua criação, com o brasão da República ao centro superior. É isso ai.
Foto: Rocha
2 comentários:
EXCELENTE POSTAGEM
REPRODUZI EM
http://aparicaodoclown.blogspot.com.br/
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