Três dos meus quatro irmãos
tiveram como padrinhos um casal de classe média alta e, a cadeira da fotografia
foi doada por eles, juntamente com outros móveis, acredito que no início da
década de sessenta, pois desde que me entendo por gente ela está com a nossa
família, portanto, com cinquenta anos somente na nossa companhia.
Os meus pais são falecidos
e, nos últimos quinze anos ela ficou no meu quarto, porém, abandonada, sem cor,
sem a palinha e empoeirada.
Depois de longo e
tenebroso inverno, resolvi revitalizá-la – eu e o meu filho Alexandre, a
levamos até um artesão que fica no Boulevard, no início da passagem de nível da
Avenida Djalma Batista.
Depois de uma negociação,
ele fez por sessenta reais o serviço, incluindo a lixa e pintura na parte de
madeira, bem como, a reconstituição do assento em palinha natural.
Depois de uma semana fui
buscá-la – tomei um susto quando a vi reluzindo, bela, muito bem pintada e com
a palinha perfeita. Foi um upgrade
dos bons!
Tantos anos escondida e
esquecida e, por uma simples ação, ela voltou a brilhar e ser valorizada,
aliás, por ter servido durante anos aos meus pais, ela possui um valor
sentimental imensurável.
Fiquei a pensar com os
meus botões: ainda tenho uma banqueta e um pequeno armário que estão
esquecidos, os dois são irmãos da cadeira de palha e, não custará nada
revitalizá-los também! Voltarão a brilhar, com certeza!
Pois é, mano velho,
quantos móveis antigos que estão esquecidos nas nossas casas e, não são valorizados
– eles merecem respeito, pois serviram por uma vida aos nossos avôs e pais.
Além do mais, mesmo contando com o valor sentimental, eles estão na moda para decoração de interiores.
Além do mais, mesmo contando com o valor sentimental, eles estão na moda para decoração de interiores.
Já falei para o meu filho,
quando eu partir para a "cidade dos pés juntos", ele deve ficar com a cadeira de
palha e, repassar um dia para o meu neto, aliás, não foi preciso nem pedir,
pois ele se amarrou na hora! Sendo assim, ela terá mais cinquenta anos pela
frente. É isso ai.
Um comentário:
os móveis antigos têm mais valor - alguns estão nos antiquários por preços milionários - eu tenho dois móveis, um de vinhático, outro de mogno - quanto mais velho mais belo. Em Manaus, minha avó e minha tia avó, que não eram ricas, possuíam verdadeiras raridades... e minha família chegou a jogar no lixo um faqueiro de prata e um violino Guarnerius hoje avaliado em 10 mil dólares. Ninguém dava valor a nada, mas hoje são raridades.
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