Os moradores da Amazônia utilizam os rios em
substituição às estradas, com os barcos regionais fazendo o papel dos automóveis
- conta com um péssimo serviço de encomendas, um sufoco total para enviar e
receber, em decorrência da precariedade dos portos, descontrole total dos donos
das embarcações, com as mercadorias misturadas com os passageiros, provocando
todo tipo de avarias e percas durante o trajeto – não utilizo muito este
serviço, mas, as duas últimas vezes em que enviei e recebi encomendas passei por
um sufoco daqueles.
A cidade de Manaus é uma metrópole, beirando aos dois
milhões de habitantes, cresceu tanto que, foi criada a Região Metropolitana de
Manaus, formado por oito municípios, no entanto, cresceu de forma desordenada,
com todas as mazelas em que se possa imaginar existir nas grandes cidades – a
reboque dessa desorganização, possui um porto improvisado denominado de “Porto
da Manaus Moderna” para atender a grande maioria dos barcos que chegam e partem
para essa imensidão da nossa Amazônia.
A porta de entrada da Manaus antiga é o Porto de
Manaus, conhecido como “Rodoway”, um complexo construído pelos ingleses no
inicio do século passado – foi repassado para a iniciativa privada, através de um
acordo “por debaixo dos panos” entre a família Di Carli e o então governador da
época, o negão Amazonino Mendes – restrito somente aos grandes barcos e
transatlânticos – ficando a grande maioria dos barcos regionais proibidos de
utiliza-lo (por não darem lucros para os intitulados “donos do porto”),
forçando os pequenos armadores a improvisarem a suas operações no tal Porto da
Manaus Moderna.
Voltando às encomendas do interior – gosto muito de
viajar pelo meu Estado, faço muitas amizades por onde passo, fico muito feliz e
honrado - sou muito bem recebido por todos; os nossos caboclos sempre foram
muito hospitaleiros - certa vez, resolvi mandar um presente para um amigo
interiorano, utilizei os serviços de um barco regional, penei para efetuar a
remessa e, não foi entregue ao destinatário, houve o extravio e não fui
ressarcido do valor, além do mais, tive que mandar novamente outro objeto para
substituir ao que não fora entregue.
Outro amigo interiorano mandou uma mensagem, via
celular, avisando que havia mandado uma encomenda para mim, informou o nome do
barco e a data em que chegaria a Manaus – no dia marcado, pegue um carro (passei
no posto de gasolina e gastei quinze reais) para receber a tal encomenda, entrei
num engarrafamento total naquela área; um “flanelinha” conseguiu uma vaga para
estacionar o carro (paguei dois reais para ele “reparar”) e, danei-me a procurei
o tal barco.
Depois de muita procura, fui informado que o barco
estava recebendo mercadorias num porto próximo a Feira da Panair, chegando lá,
tive que pagar mais dois reais para outro “flanelinha” ficar olhando o carro, quando
recebi a péssima noticia que o barco já estava se dirigindo de volta ao Porto
da Manaus Moderna. Ufa! Cansei!
Voltei no dia seguinte, passei pelo mesmo sufoco no trânsito,
tinha uma multidão de pessoas naquele lugar, carga, descarga, carregadores, ambulantes,
uma loucura! Paguei mais dois reis para o “flanelinha” dar uma olhadela no
carro, encontrei, enfim, o dito barco, paguei mais quinze reais de frete, além
de dez reais para o carregador.
Era uma sexta-feira, peguei um monstruoso
engarrafamento na cidade, penei muito até chegar ao meu destino – ao abrir a minha
encomenda, encontrei um cacho de banana-nanica + vários quilos de farinha
d´água número cinco – fiquei satisfeito, pois é gostoso receber um presente de
um amigo, mesmo tendo que despender quarenta e seis reais e ter passado o maior
sufoco do mundo para receber uma encomenda que vale materialmente menos de
vinte reais nas feiras de Manaus.
Caso outros amigos resolvam mandar outros presentes,
pedirei para eles enviarem pelos Correios, via Sedex, com porte a pagar, pode
ser também pela “asa dura” (avião), mesmo que o valor do frete seja três vezes
maior do que o da encomenda, não importa - irei fazer também a mesma coisa para
enviar, mas, uma coisa é certa, enquanto não for tomado de fato um “choque de
ordem” e a reciclagem dos armadores, não me atreverei mais a ir ao dito Porto
da Manaus Moderna, para enviar ou receber encomendas do interior. Eu, hein!
Fotomontagem: Jorge Laborda - www.cronicabipolar.blogspot.com
2 comentários:
Saudações, José Rocha.
Eu contabilizei na postagem R$:48,00.
E tem mais: a Manaus Moderna (que loucura este título) é inferior ao que ja vi nos filmes sobre a gueera do Vietnã.
E dentro daquele galpão que chamam de feira, observa-se vários absurdos, com falta de espaço sensato e inexistência de higiene básica.
Haja pavulagem da politicagem maldita, praticada neste "pobre país rico".
Parabéns pelo retorno, após seus 11 dias de férias. Espero que receba a devida gratidão, pelo valor que representa o seu blog.
Finalizo este recado, como vc em seus posts: é isso aí.
Saudações, José Rocha.
Por favor, não faça a postagem do comentário anterior. Este é o que pensava em enviar.
Eu contabilizei na postagem R$:48,00.
E tem mais: a Manaus Moderna (que loucura este título) é inferior ao que ja vi nos filmes sobre a guerra do Vietnã.
E dentro daquele galpão que chamam de feira, observa-se vários absurdos, com falta de espaço sensato e inexistência de higiene básica.
Haja pavulagem da politicagem maldita, praticada neste "pobre país rico".
Parabéns pelo retorno, após seus 11 dias de férias. Espero que receba a devida gratidão, pelo valor que representa o seu blog.
Finalizo este recado, como vc em seus posts: é isso aí.
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