domingo, 13 de maio de 2012

AS MAROMBAS


Com as grandes cheias dos rios da Amazônia, este termo está muito em voga, por ser, atualmente, um recurso fundamental para os nossos pobres ribeirinhos salvarem os seus animais domésticos, a sobrevivência da família e dos poucos móveis que possuem em suas casas.

A maromba é um jirau alto, feito de tábuas ou troncos, onde se põe o gado durante as grandes enchentes na região amazônica, serve também para salvar as plantas, os animais domésticos (galinhas, porcos, carneiros, cachorros etc.) e objetos de utilidade dos ribeirinhos, além de ser um termo conhecido para designar os assoalhos das casas alagadas e das passarelas de madeiras.

Na confecção das marombas, o caboclo utiliza com mais frequência as toras da madeira conhecida como açacu, pois ela é leve, resistente à umidade e com alto poder de flutuação; monta os assoalhos com tábuas de copiúva, andiroba ou de louro-gamela, com cobertura de lona ou palha de palmeira nativa.

A grande maioria dos caboclos mora em casas tipo palafitas (sustentadas por paus ficados ao solo), bem como, em habitações que ficam nas proximidades da orla dos rios (conhecidos como ribeirinhos), são estes que mais sofrem com as cheias dos rios.

Quando a enchente é grande, as famílias entram em desespero, com a água tomando, inicialmente, o quintal da casa, quando são obrigadas a protegerem os animais, depois, a água sobe e começa a tragar o assoalho, quando são obrigadas a construir marombas no interior, ficando suspensos os objetos e os poucos móveis; o espaço fica diminuto, com atenção total as crianças pequenas para não caírem no rio, além do perigo constante de ataques de cobras, jacarés e outros animais peçonhentos.

O acesso das pessoas que moram nas áreas alagadiças até a terra firme somente pode ser feito por estreitas passarelas de madeira, também conhecida como marombas – é um sufoco total para os velhos, doentes e crianças.

Próximos às sedes das cidades interioranas, a grande maioria dos ribeirinhos utilizam as “casas flutuantes”, um tipo de moradia onde é apoiada por grandes toras de madeiras, conhecida como bóias – este tipo de residência permite uma maior tranquilidade, pois flutuam, evitando a entrada das águas dentro da casa.

Na orla da cidade de Manaus, a casa flutuante é proibida desde a década de 60, com as pessoas mais humildes optando em morar em palafitas, sofrendo todos os anos com as cheias cada vez maiores.

O governo estadual vai colocar em prática um projeto para retirar todos estes tipos de moradias, indenizando as famílias e dando-lhes condições mais dignas – assim, espera-se que seja feito!

Povo sofrido é o brasileiro, enquanto no nordeste padece com as grandes estiagens, sem água potável para beber, plantar e cuidar dos animais - na Amazônia, com as grandes cheias dos rios, para sobreviver, ver-se forçado a utiliza as marombas.  

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