Existem alguns aspectos da nossa cidade que, com o tempo, perde o seu significado, ninguém dar mais valor, as pessoas passam por perto e não dão a mínima – o Obelisco em homenagem ao “Primeiro Centenário da Elevação de Vila da Barra do Rio Negro à Categoria de Cidade”, situado no início da Avenida Eduardo Ribeiro – é um deles.
Como todos sabem, um Obelisco significa em grego "espeto" - um momumento comemorativo, típico do antigo Egito, constituído de um pilar de pedra em forma quadrangular alongada e sutil, que se afunila ligeiramente em direção a sua parte mais alta, normalmente decorado com inscrições hieroglíficas gravadas nos quatro lados, terminado com uma ponta piramidal (homenagem ao Deus Sol). Os mais antigos obeliscos eram feitos a partir de apenas uma peça de pedra (monólitos), os mais famosos estão em São Paulo (Brasil), Buenos Aires (Argentina), Caracas (Venezuela), Washington (USA) e Paris (França).
Fotos atuais: José Martins Rocha
Como todos sabem, um Obelisco significa em grego "espeto" - um momumento comemorativo, típico do antigo Egito, constituído de um pilar de pedra em forma quadrangular alongada e sutil, que se afunila ligeiramente em direção a sua parte mais alta, normalmente decorado com inscrições hieroglíficas gravadas nos quatro lados, terminado com uma ponta piramidal (homenagem ao Deus Sol). Os mais antigos obeliscos eram feitos a partir de apenas uma peça de pedra (monólitos), os mais famosos estão em São Paulo (Brasil), Buenos Aires (Argentina), Caracas (Venezuela), Washington (USA) e Paris (França).
Observando a fotografia antiga, pode-se observar o quanto a nossa cidade era pacata, porém, muito bonita, limpa e arborizada - aparece em primeiro plano o referido Obelisco, ao fundo, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, o Relógio Municipal, o Aviaquário, uma Praça com o Chafariz, bandeirinhas de papel enfeitando o lugar, prédios do megaempresário JG Araújo, pouquíssimas pessoas na rua, em destaque para um moleque brincando de “roda” (lembrei-me da minha infância) e somente um automóvel passando pelo local.
Vamos entender um pouco sobre o significado do nosso Obelisco baré -, segundo os historiados, a fundação de Manaus deu-se em 1669, com a construção do Forte de São José do Rio Negro; em 1832, foi elevada a qualidade de vila, com o nome de Vila de Manaós (mãe dos deuses); em 1848, passou a categoria de cidade (24/10/1848), com o nome Cidade da Barra do Rio Negro, ficou até 1856, quando voltou a denominar-se Cidade de Manaus (04/09/1856); em 1948, o Obelisco foi erguido exatamente para homenagear o centenário da elevação de Manaus a categoria de cidade.
Não conheço nenhum monumento em homenagem ao tricentenário da fundação de Manaus, ocorrido em 1969, porém, o Obelisco em questão, merece todo o nosso respeito e admiração -, foi um trabalho primoroso do artista plástico amazonense Branco e Silva, construído por Tupinambá Nogueira.
Não sou especialista, mas deu para observar alguns detalhes: bem no alto existe um ramo de louro, com as datas 1848/1948, mais abaixo a homenagem ao centenário, descendo um pouco mais, alguém esculpiu na pedra a data de 1-5/1952, embaixo e acima das quatro placas de mármore existe um desenho de uma planta com três folhas na cor verde e galhos na cor d’ouro -, não sei explicar que planta é esta que o Branco e Silva homenageia Manaus, seria muito bom se algum historiador nos informasse os detalhes do projeto. Nas placas de mármore, existem inscrições homenageando varias autoridades dos três poderes, muitas delas emprestaram os nomes para ruas, estádio e colégios de Manaus, são as seguintes:
Governador: Leopoldo Neves/Secretario Geral: Péricles de Moraes/Chefe de Policia: José A.T. Borborema/Policia Militar: Cel. Antônio Bittencourt/Fazenda Publica: Almachio Braule Pinto/Imprensa Oficial: Withridates Corrêa/Educação e Cultura: Fuerth Paulo Mourão/Saúde: Alberto Carreira/Fomento Agrícola: Ademar Thury/Estatística: Manoel Alexandre/Serviços Técnicos: Arthur Pucu/Economia Agrícola: Paulo Almeida/Águas: Antônio Oliveira/Rodovias: Vilar Câmara. Assembleia Legislativa: Menandro Tapajós/Abdul de Sá Peixoto/Alexandre Montoril/Areal Souto/Arthur Virgilio Filho/Aureo Melo/Danilo Corrêa/Homero de Miranda Leão/Jaime Araújo/João Fabio de Araújo/Josué Claudio de Souza/Mendonça Jr/Nobre da Silva/Paulo Jobim/Raymundo N. da Silva/Aderson de Meneses/Almeron Caminha/Aristophano Antony/Augusto Montenegro/Carlos Melo/Gama e Silva/Jackson Cabral/João Veiga/José Negreiros/Julio de Carvalho Francisco/Ney Rayol/Paulo Pinto Nery/Plinio Ramos Coêlho/Thomaz Meirelhes/Waldemar Machado e Silva. Prefeitura de Manaus: Prefeito: Raimundo Chaves Ribeiro/Secretario: Oscar Rayol. Câmara Municipal: Presidente: Adriano Jorge/Vereadores: Paula Gonçalves/Óseas Martins/Raimundo Coqueiro Mendes/Rodolfo Vale/Sérgio Pessoa Neto/Walter Rayol. Projeto do Obelisco: Branco Silva/Construção: Tupinambá Nogueira. Tribunal de Justiça: Desembarcadores: Marciliode Vasconcelos/Artur Virgílio/Stanislaw Afonso/Jorge Carvalho/Raimundo Pessoa/Sadoc Pereira/André Araújo/João Corrêa/João Machado/Felismino Soares/Procurador Geral: Leôncio de Salignac/Representação Federal: Senadores: Álvaro Maia/Severiano Nunes/Waldemar Pedrosa/Deputados Federais: Alexandre Carvalho Leal/Antônio Maia/Antovila Vieira/Cosme Ferreira/Francisco Pereira da Silva/Leopoldo Péres/Manoel Anunciação/Vivaldo Lima.
Passados sessenta e dois anos, o cenário do entorno do Obelisco é desolador, com centenas de pessoas andando por todos os lados; enormes engarrafamentos de automóveis; estacionamento de motocicletas; inúmeras barracas de camelôs, vendedores de frutas, peixes e comidas; lixo em toda a extensão; sumiram o Aviaquario e os prédios do JG (tocaram fogo); o Chafariz permanece no local, porém não jorra água; a Igreja continua imponente, ainda bem!
Nos finais de semana, pela parte da noite, o local vira uma “muvuca”, com muita gente bebendo, ouvindo som alto de brega e forró, “meninas” combinado programas, além das aglomerações de vendedores de peixes, frutas, verduras e de churrascos de gato. Agora, imaginem o que os turistas irão falar mundo afora, ao saírem dos seus luxuosos transatlânticos ancorados no Rodoway, ao presenciar aquela cena horripilante, com certeza, coisa boa não será!
No último aniversário da cidade de Manaus, foi gasto uma fortuna com o “Boi Manaus”, bem que o “alcaide” Negão Amazonino, poderia mandar higienizar o entorno, pintar o Obelisco e fazer um pequeno evento no local, mas, nada foi feito, continua esquecido e desvalorizado por muitos – uma coisa os senhores podem ter certeza: eu nunca esqueci e jamais me esquecerei dele! Espero que até 2014 com o advento da Copa de Mundo o local volte ao esplendor e seja novamente respeitado e admirado pelos manauenses. É isso ai.
6 comentários:
Que interessante!
O fato é que é pouco notável diante da atividade comercial, formal e informal, que ocorre no centro de Manaus.
Gostaria de saber onde vc encontrou esta foto antiga.
Cordialmente,
Joyce
achei interessante a história do Obelisco de Manaus
sou filho do Leoncio Salignac sitado no seu artigo e engrandeço por ele ter feito parte da História de Manaus.
também entristeço por Manaus ainda não ter grande reconhecimento devido a tudo que já vivenciou, mas meus votos de que o povo Manauara enxergue o seu valor Patrimonial e Histórico não deixaram de existir.
Parabéns
André Luiz
Eu sou paraense mas fui criada em Manaus. Lembro que antes de existir o Aviaquário, aquele lugar era um parque infantil cheio de balanços, para onde os pais levavam os filhos no domingo de manhã. A foto me trouxe muitas saudades.
Sempre passei pelo obelisco e nunca parei para observar e nem mesmo conhecia a història dele...
obrigado por nos ensinar mais uma vez
Sempre passei por lá, mas nunca havia parado pra observar, muito menos sabia o seu significado... que pena não ser assim conhecido pela população.
Obrigado por nos ensinar sobre a cidade de Manaus.
O nome de meu pai, Sadoc Pereira, é um dos que aparece no nosso esquecido obelisco. Será que agora alguém vai se lembrar de ajeitar a praça e seu entorno, incluindo esse importante monumento?
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