quarta-feira, 3 de novembro de 2010

CAMINHANDO PELA ORLA DE MANAUS

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Manhã do Dia dos Finados, um belo dia com o Sol maneiro -, fiz uma caminhada pela orla de Manaus, no trecho entre a “Península de São Vicente e o Beiradão do Bairro de São Raimundo”.

A minha motivação em fazer esta caminhada, foi em decorrência da grande seca deste ano, desejava ver até onde o Rio Negro tinha chegado e olhar a minha cidade de outro ângulo.

Tomei o café da manhã no Rodoway, deu para ver o quanto o rio está seco – a minha maior surpresa foi verificar “in loco” a restauração do Trapiche do Armazém 15, incluindo as áreas externas, além do antigo prédio do Tesouro Estadual, onde será instalado uma biblioteca temática e um museu, o local Será chamado “Casa de Leitura Thiago de Mello”.

Fui até o inicio da Sete de Setembro, onde fica a administração da CEAM, não foi possível descer até a orla do rio, pois o local pertence à Marinha do Brasil e é proibido circular pela aquela área, o jeito foi fazer o contorno – a Penísla de São Vicente foi o berço da colonização de Manaus, o local é histórico, os nossos governantes não foram fortes e perderam o local para os militares, onde seria um local de lazer e de visitação pública, virou um local fechado e foi instalado o Comando Naval da Amazônia Ocidental.

Passei pela casa mais antiga de Manaus, na Rua Bernardo Ramos, o imóvel está em reforma faz bastante tempo, caminhei até a Rua Frei José dos Inocentes, na última casa da rua foi possível descer, caminhei numa trilha que dar acesso aos bairros do Céu e Aparecida. Fui em direção ao rio, fiquei um pouco receoso, pois o local é deserto e eu estava caminhando sozinho, a minha vontade de conhecer o local falou mais alto.

Caminhando um pouco mais, encontrei varias coisas que me chamaram atenção:

1. Existe uma enormidade de barcos, alguns servem até de moradias, encontrei um barco de luxo sendo construído, achei estranho onde se encontrava, pois ali nunca foi um estaleiro;

2. A praia é imensa, com areias brancas e finas, infelizmente, com uma montanha de lixos ao seu redor;

3. Existe uma enorme área toda coberta de vegetação, com muitas flores, ficou um tapete florido, pena que o rio voltará a alagar brevemente;

4. Encontrei uma grande estrutura de ferro, com uns cem metros de altura, está abandonado, não sei para que servisse aquilo;

5. A visão é espetacular da Fábrica Mirando Corrêa e da Termoelétrica da Aparecida – encontrei milhares de cacos de garrafas de cervejas, não deu para identificar, mas, com certeza, muitas são da famosa cerveja XPTO.

6. Deu para ver um grande cano, na beira do rio, talvez seja um cabo subaquático de energia para Iranduba ou de gás vindo do Urucu;

7. Cheguei bem no local onde desemboca no Rio Negro os Igarapés do Mindu/Frances/São Jorge/Outros, a visão da ponte e do bairro de São Raimundo é muito bonita, não explorei muito o local por está sozinho, confesso que deu um pouco de medo;

8.   Quase embaixo da ponte, encontrei um barco Empurrador e uma Balsa, estavam encalhados, não deu tempo para o proprietário fundeá-los no Rio Negro.

Tentei atravessar o rio, para alcançar a orla do bairro de São Raimundo, não foi possível, lamentei terem acabado com as Catraias, pois na vazante, os catraieiros ficavam numa pequena lâmina de água, a catraia servia de ponte, com a cobrança de uma pequena taxa.

O jeito foi voltar ao Bairro da Aparecida e pegar a Ponte Senador Fábio Lucena, - antes, desci pela lateral da ponte, fui até embaixo dela, deu para ver várias pessoas fazendo coleta de ferros no leito do rio, outros, estavam aproveitando as toras de madeiras que estão enterradas, fazendo cortes de tábuas de varias polegadas, no local existiam duas grandes serrarias; puxei conversa com o “proprietário” da “Oficina L. Gama”, fica bem embaixo da ponte, especializado em consertos de móveis e barcos regionais.

Na caminhada pela ponte, fiquei observando um pequeno estaleiro, fincado bem nos pilares de onde seria construída a primeira ponte, além da visão do bairro da Matinha e Glória, uma beleza!

A minha ideia era caminhar até o porto das balsas, não foi possível, o acesso é cheio de estaleiros, muitas pessoas não viam com bons olhos um estranho caminhando pela aquela área, no entanto, deu apreciar as “casas palafitas”, filmar e tirar fotografias com o meu celular, pena que ficou de péssima qualidade.

No “Estaleiro do Jaime Dias” escalei uma escada de uns cem degraus, senti o peso da idade, mesmo assim, voltei a pé para o centro da cidade, depois, parei no “Caldeira Bar”, pois ninguém é de ferro, além do mais, já tinha visitado os túmulos dos meus pais no domingo passado.

Conversei com o meu amigo Augusto, proprietário da loja de refrigeração “Augusto Máquinas e Equipamentos” sobre a minha caminhada pela orla de Manaus, ele ficou interessado em conhecer o local e me pediu para fazermos o mesmo trajeto no próximo domingo – quem se interessar, vale a pena conhecer, pois o Rio Negro está enchendo muito e a paisagem vai mudar rapidinho. É isso ai.


Foto Colagem: J Martins Rocha




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