O meu nome é José Martins,
porém, sou conhecido por muita gente pelo apelido de Rocha, o motivo é simples,
mas, a história é longa – tudo começou lá na longínqua cidade de Uruburetama,
no Ceará, onde nasceu o meu saudoso pai, o luthier Rocha.
Na década de trinta, o meu
avô José Martins, veio de mala e cuia trabalhar na Amazônia, para coletar látex
no Alto Juruá, deixando para trás a minha avó gestante, com a promessa de um
dia voltar rico.
Pois bem, a criança nasceu
numa Sexta-feira da Paixão, sendo logo apelidado de Zé da Paixão – aos cinco
anos de idade, o moleque era barrigudinho, moreninho e com o cabelo pixaim, a “cara
cuspida” do padre Rocha, o pároco da igreja de Uruburetama (a Terra dos dos
Urubus) - foi um pulo para trocarem o seu apelido para Rocha ou Rochinha.
Aos doze anos de idade, veio
a Manaus a procura do seu genitor, porém, houve um desencontro, pois o meu avô
estava voltando para buscar a família no Ceará – com o seu regresso, foram para
o Alto Juruá, onde o meu avô veio a falecer.
O meu pai não tinha lenço e
nem documentos, quando houve uma fiscalização na empresa em que ele trabalhava
(uma fábrica de castanhas), onde foi obrigado a tirar a certidão de nascimento
e a Carteira de Trabalho – com a ajuda
de um advogado amigo da família, colocou no seu nome o apelido Rocha, sendo registrado
como José Rocha Martins.
Com o seu casamento com
a minha mãe Nely, tiveram quatro filhos: José Rocha Filho (o único que levou
Rocha no nome), Graciete Martins, José Henrique e José Martins (o escriba
aqui).
Nasci no Hospital da Santa
Casa de Misericórdia, exatamente no dia do aniversário do então Presidente da República
Juscelino Kubitschek, em decorrência disso, fui inicialmente chamado de
Juscelino, mas, recebi na pia batismal o nome de José, para não fugir a
tradição de uma família cearense.
Até os meus dezessete anos
de idade, era chamado de José, Zé ou Zezinho – quando consegui o meu primeiro
emprego, na Central de Ferragens, o meu chefe Hélio era amigo do meu pai e
morava na mesma rua da nossa família, no Igarapé de Manaus – ele me batizou de
Rocha.
Outra empresa em que
trabalhei foi a Importadora Souza Arnaud, fui indicado pelo Lázaro Castro para
assumir o seu lugar de chefe de importação – ele também conhecia o meu pai e,
passou a chamar-me de Rocha – por lá conheci a Nazaré, com a qual casei e tive
três filhos – moramos na Cachoeirinha, Santo Antônio, Glória e no Conjunto dos
Jornalistas, em todos esses lugares era chamado de Rocha.
Trabalhei na empresa Mirai
Panasonic, por lá não conhecia ninguém, por isso fiquei conhecido apenas de
Martins.
Estou pensando fazer o mesmo
que o meu pai fez no passado, incluir no meu nome oficial o apelido de Rocha,
conforme a Lei 9.708/98, que modificou a Lei de Registros Públicos, em que prevê
essa possibilidade - é possível substituir o primeiro nome pelo apelido,
acrescentar o apelido antes do primeiro nome ou inseri-lo entre o nome e o
sobrenome – serei José Rocha Martins, igualzinho ao meu pai. É isso ai
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