Era uma manhã de quarta-feira,
11 de Setembro de 1974, véspera do meu aniversário de 18 anos - eu era um fã de
carteirinha do cantor, poeta e compositor Vinicius de Moraes e, por pura
coincidência, aterrissa no Aeroporto Internacional de Ponta Pelada, um avião Boeing
737 da Cruzeiro do Sul, desce as escadas e, encontra-se com o radialista
Joaquim Marinho, divulgador, no Amazonas, da gravadora Phillips – era o “Poetinha” trazendo a tiracolo o seu
parceiro musical, o Toquinho.
No saguão do aeroporto,
fez a seguinte declaração aos jornalistas “A
programação vai ser bem pequena, mas, será uma oportunidade ao povo manauara de me conhecer bem nessa minha primeira viagem a Manaus” - aliás, foi a primeira e
única, pois ele veio a falecer seis anos depois.
No dia anterior, tinha
chegado a Manaus o grupo vocal “Quarteto em CY”, na época, era formado pelas
cantoras Cyva, Cynara, Dorinha e Sonya, elas tinham o apoio do Vinicius de
Moraes desde a sua formação em 1964 e, sempre viajavam com o cantor para as
suas apresentações.
Ficaram hospedados no
Flamboyant Hotel, na Avenida Eduardo Ribeiro (em frente ao Ideal Clube) – no
dia seguinte, 12 de setembro, houve um coquetel às 18 horas, promovido pela
gravadora Philips, onde os jornalistas foram convidados para uma entrevista
coletiva com os artistas.
Na sexta-feira a tarde de
13 de Setembro, o Vinicius de Moraes resolveu bater o ponto no bar mais
tradicional de Manaus, o Bar Caldeira, onde tomou todas em companhia do
vereador Fábio Lucena, o professor Valdir Garcia, o radialista José Maria
Pinto, Tapinha e outros boêmios – ele gostou tanto do boteco que deixou para a
posterioridade um bilhete “Declaro,
proclamo e assino que nesta sexta-feira, 13 de mês de Setembro de 1974 estive
no “Caldeira”, na boa e carinhosa companhia dos maiores boêmios de Manaus. E
adorei. Vinicius de Moraes, 13.9.74”.
Na parte da noite, fez o
primeiro show em Manaus, o evento foi na sede social do Atlético Rio Negro
Clube, com início às 24 horas - o próprio artista declarou numa entrevista que, este show não foi muito empolgante.
No sábado pela parte da
tarde, dia 14 de Setembro de 1974, participou juntamente com as baianinhas do
Quarteto em Cy, do programa “Nosso Encontro” (até hoje no ar), da Baby Rizzato – as gravações
foram ao ar somente às 21 horas de segunda-feira, na TV Baré (extinta) – segundo a
apresentadora, o tema principal não foi a música, mas, o amor – pois o homem
era um considerado “um pegador” inveterado, além de ter casado nove vezes.
Pela parte da noite, fez o
segundo e último show em Manaus, destinado exclusivamente para os
universitários amazonenses - foi no Ginásio do Olímpico Clube, com duas horas
de apresentação – além de várias músicas de sua autoria apresentou também de
outros compositores, tais como “Poema”, de Pablo Neruda. Encerrou a noitada com
a música “Samba da Benção”.
Esta postagem é em
homenagem ao meu irmão Rochinha, aos amigos Rony (empresário), Jesus
(engenheiro da Eletrobras), Kaiser (da Manaus Energia), Dólar Furado (amigo da
família Sarney), Paulinho Charles Bronson (empresário) e ao Carbajal (administrador do Bar
Caldeira) – em decorrência de termos passado, ontem, um “Happy Hour” no Bar
Caldeira, admirando uma enorme fotografia do Vinicius Moraes em Manaus. É isso
ai.
Fonte: Jornal "A Crítica" (jornais antigos da Biblioteca Pública do Amazonas
Fotos: Idem e acervo Bar Caldeira.
Um comentário:
so pra nao dizer que nao falei das ^COISAS^ eu estava la no Olimpico com a turma da JUFRAMA DA EPOCA...Simplesmente o melhor SHOW que vi ate hoje, para mim.
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