No ano de 2012, a cidade
de Manaus foi a campeã da “Pior Calçada do Brasil”, com 3,6 pontos, numa escala de zero a dez, pelo Portal
Mobilize Brasil- um título nada honroso para uma
das cidades mais ricas do nosso país – um contraste com aquela do início do
século passado, onde as calçadas obedeciam, na maioria das vezes, o espaço
ideal para os pedestres, construídas de forma plana, contínua e com blocos de
pedras importadas de Portugal (as pedras de Lioz), que apesar dos pesares ainda
permanecem em alguns lugares.
A cidade foi ao longo do
tempo sendo maciçamente destruída, com calçadas apresentando irregularidade no
piso, degraus dificultando a circulação, muitos obstáculos (postes, telefones
públicos, lixeiras, bancas de revistas e ambulantes, entulhos, etc.),
iluminação inadequada da calçada, deficiente sinalização para pedestres, poucas
árvores para proteção do Sol – além de avanço dos muros particulares sobre o
lugar público, deixando o mínimo possível para os pedestres e, pouquíssimas
possuem rampa de acesso para os sofridos cadeirantes -constituindo um total
desrespeito a cidade e ao cidadão que nela habita ou que está de passagem.
O ser humano sempre deseja
impor a sua vontade, ser o dominador, fazer o que bem quer e entende, mas,
sabemos que existem as normas para frearem esse instinto natural, para que ele
possa viver plenamente em sociedade – as leis existem, mas, a grande maioria
não é aplicada - falhando o poder público na fiscalização e correção dos
desmandos, ficando tudo a La volonté.
Ainda
bem que existe uma pequena minoria de cidadãos que pensam no coletivo e no bem
comum e, mesmo sem serem cobrados, respeitam as normas de convivência.
A nossa cidade cresceu de
uma forma assustadora, com o mínimo de planejamento urbano – com invasões por
todos os lados, chegando até a fronteira da Reserva
Ducke (área federal protegida, na zona norte) e na margem esquerda do Rio
Negro (Puraquequara, na zona leste) - com o crescimento direcionado, na
atualidade, para a BR-174 (Manaus-Boa Vista), AM-010 (Manaus-Itacoatiara) e com
o Município de Iranduba, em decorrência da construção da ponte sobre o rio.
O governo municipal está
enfrentando sérios problemas para a correção e utilização das calçadas do
centro da cidade, onde os comerciantes e camelôs desocupam o lugar num dia e,
voltam a ocupá-lo no dia seguinte, assim que a fiscalização vira as costas.
Louva-se a decisão do
atual Prefeito, em padronizar as calçadas em toda a extensão da Avenida Djalma
Batista, com 3 metros de largura e guarda-corpos (grade de proteção) - tendo em
vista a preparação da cidade para a Copa do Mundo 2014 - trabalho semelhante foi
feito por um prefeito, um dos atuais Senadores pelo Amazonas - ele fez um
trabalho sério, corrigindo os desnivelamentos das principais calçadas do centro
da cidade, dotando de rebaixamento em alguns pontos para a livre circulação dos
cadeirantes - no entanto, os outros prefeitos que o sucederam, não deram
continuidade ao seu trabalho, deixando em total abandono o centro histórico da
nossa cidade.
A pior situação dos
calçamentos está nos bairros, principalmente, nos conjuntos habitacionais e, em
particular, da Cidade Nova, onde a Prefeitura faz anos que não aparece por lá,
pois a desordem urbana impera naquele populoso bairro - com um trânsito
infernal; construção de bares e lanchonetes nas calçadas; bueiros quebrados;
buracos nas ruas (somente a principal recebeu asfalto); esgotos entupidos,
dentre outros.
Somente para ter uma
ideia, a Rua 024, do Conjunto Canarana II, impera o caos nas calçadas, pois servem de
extensão aos donos dos imóveis,com a construção de muretas, forçando os
pedestres a se locomoverem, perigosamente, pelo meio rua, por sinal, toda
esburacada e com as tampas dos esgotos quebradas, além da iluminação publica
precária.
Bem sei que, o atual
Prefeito está se esforçando ao máximo, para embelezar a nossa cidade, fazendo
correções que ficaram esquecidas por décadas, em decorrência da péssima administração
da maioria dos outros prefeitos que o antecedeu – infelizmente, muitos deles
somente se preocuparam em se enriquecer com o dinheiro público.
Ainda não observei, de
fato, as ações conjuntas entre o município de Manaus e o governo do Estado –
acredito que o executivo estadual deva estar liberando verbas para a comuna,
tendo em vista a longa amizade entre os dois mandatários da administração
pública.
Seria muito bom se a
chefia maior do Amazonas destinasse pesadas verbas e, também colocasse “a mão
na massa”, executando as pequenas, médias e importantes obras que a nossa
cidade tanto reclama, como a revitalização do centro histórico, melhoria do
sistema viário, incluindo as prometidas ciclovias, além de uma atenção especial
na recuperação das calçadas das principais ruas e avenidas da cidade.
Dinheiro existe, pois a
cada ano a arrecadação estadual bate recorde, além de uma
maciça liberação de verbas federais, tanto que foram e estão em construção
obras faraônicas (Arena da Amazônia, Ponte Rio Negro e Cidade Universitária).
Em minha opinião, o atual
Prefeito, deveria descentralizar a sua administração, utilizando um modelo que
já foi empregado com sucesso tempos atrás, com a designação de gestores por
áreas (mini prefeituras), onde seria mais prático acompanhar e implementar
as politicas macros da PMM, além de
estar a par, diariamente, de todos os problemas dos bairros e comunidades – no
entanto, observa-se que o Prefeito demonstra ser um super centralizador das ações,
o que será muito danoso para a cidade a médio prazo.
Caso esse cenário não for
mudado de imediato, seremos bicampeões da cidade que possui a “Pior Calçada do
Brasil” – uma vergonha para uma cidade que irá sediar três jogos da Copa do
Mundo de 2014. É isso ai.
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