Manaus, 14 de Janeiro,
data que ficou na história da nossa cidade de Manaus, em decorrência de uma
grande explosão que houve na caldeira do Hospital Santa Casa de Misericórdia, bemo como, pelo aniversário do Bar Caldeira e dos festejos em homenagem ao bairro considerado
o berço do samba do Amazonas, a Praça 14 de Janeiro.
A explosão - 14 de Janeiro
de 1970, numa quarta-feira fatídica, batiam os sinos da Igreja de São
Sebastião, eram exatamente 10 horas de manhã, quando houve a primeira explosão,
com um barulho ensurdecedor, todos os moradores das Ruas José Clemente e Lobo
D’Amada correram para as janelas de suas casas, viram voando pedras e destroços
por todos os lados e, achavam que era um terremoto.
Dois minutos depois, houve
a segunda explosão, jogando pelos ares fragmentos de corpos e uma enxurrada de
pedras, abrindo fendas na parede onde estava a caldeira, por uma delas, foi
jogada duas pessoas, uma estava sem a cabeça e, a outra, sem os braços e as
pernas.
A terceira explosão foi
mais forte, chegando a tremer o Tribunal de Justiça, o Quartel do Comando
Militar da Amazônia, a Gráfica Rex e dezenas de casas da José Clemente, Lobo
D’Almada e Dez de Julho.
Um pedaço da caldeira caiu
próximo ao Bar Nossa Senhora dos Milagres, na esquina das ruas José Clemente e
Lobo D´Almada e, por um milagre, não feriu nenhum dos seus frequentadores.
A origem do bar - O português Antonio
Cardoso foi garçom no Bar Quintinho, no centro antigo de Manaus – ele conheceu
a Dona Maria, uma amazonense do Careiro, filha de portugueses, casaram-se e compraram
o imóvel, em 1963, para explorá-lo comercialmente na parte térrea, fixando
residência na parte de cima – montaram um pequeno boteco, com venda também de
“secos e molhados”, o nome inicial foi “Bar Nossa Senhora dos Milagres”, em
homenagem a uma santa de madeira que foi encontrada boiando no mar, no século XVI,
na Ilha do Corvo, em Açores (Portugal).
O Bar Cabo Kennedy, situado
na esquina das ruas Epaminondas e Monsenhor Coutinho, era freqüentado pelos
boêmios: Iran Caminha, Padre Nonato, Rair Mininea, João Barroso, Antonio Câmara,
Gilvandro Câmara, Athalpa Barros (Tapinha), Tiba Caminha, Adalberto Caminha,
João Cruz e Silva, dentre outros – certo dia, o Sr. Bichara, dono do
estabelecimento, resolveu fechar em definitivo o bar e, os boêmios ficaram sem
um lugar para tocar, cantar e beber.
Foi quando entrou em cena
o Waldemar Evangelista (pai do artista plástico Ignácio Evangelista), ele
convenceu o Sr. Antônio Cardoso, a deixar aqueles senhores a freqüentarem o seu
bar - a partir dai o boteco começou a ficar famoso, tornando-se um reduto de
políticos, empresários, funcionários públicos, poetas, músicos, escritores e
trabalhadores do centro de Manaus.
Com o falecimento do Sr. Cardoso,
ocorrido em 1980, o Adriano Cruz assumiu a direção do estabelecimento. Em decorrência da
explosão da caldeira do hospital, em 1970, o bar passou a ser
conhecido em toda Manaus, como Bar Caldeira.
Depois de trinta e dois
anos de bons serviços ao bar, o Adriano Cruz resolveu se aposentar, pois estava
cansado, não aguentava mais toda aquela movimentação e barulho - a Dona Maria
mesmo a contra gosto, resolveu também se afastar e curtir a sua merecida
aposentadoria.
Nova administração – Com a
saída do Adriano Cruz e da Dona Maria, o Bar Caldeira foi arrendado para o
Carbajal Gomes, um comerciante do ramo alimentício. Logo que ele assumiu fez inúmeras
modificações, visando conquistar os clientes atuais e, reconquistar os antigos
que deixaram de frequentar o boteco. Instituiu o dia do Bar Caldeira (14 de Janeiro).
Contratou músicos e cantores amazonenses para se apresentarem de terça a sábado, ficando o domingo com “a prata da casa” - elaborou também uma vasta
programação de eventos durante todo o ano. Buscou preservar a “alma” do bar,
tornando-o mais atraente e humano.
Com todo o respeito ao trágico
acidente ocorrido, mas, os “caldeirenses” se reúnem na confraria, nessa data, para
celebrar o aniversário daquele bar, pois são 51 anos de história e tradição!
A programação é a
seguinte:
14h00 - Show de Chorinho e
as melhores músicas da boêmia brasileira, interpretadas pela Velha Guarda
Caldeirense.
19h00 - Grupo Pró Álcool - O melhor da boêmia
21h00 - Celebração dos Parabéns - 51 ANOS DO TEMPLO CALDEIRENSE
22h00 - Grupo Piolho de Cobra, com um repertório de samba raiz especial para esta data.
19h00 - Grupo Pró Álcool - O melhor da boêmia
21h00 - Celebração dos Parabéns - 51 ANOS DO TEMPLO CALDEIRENSE
22h00 - Grupo Piolho de Cobra, com um repertório de samba raiz especial para esta data.
Samba na Praça Quatorze e no Bar Caldeira, tudo a ver em Janeiro!É isso ai.
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