sábado, 11 de novembro de 2023

GERALDO CAMBALHOTA

 Por José Rocha

Foto: José Rocha


Quem passa pela Avenida Getúlio Vargas, em direção a Praça da Polícia, pelo lado direito após o antigo Alex Bar, depara-se com uma banca de revistas que possui um mural com várias matérias de jornais colados na parede e diversos livros espalhados pelo chão, tendo como proprietário o micro empreendedor e famoso na cidade de Manaus, o Geraldo Cambalhota Pires, um manauara da gema que a cidade precisa conhecer e admirar.

O Geraldo Cambalhota possui este apelido em decorrência de ter sido um dos melhores “peladeiros” de décadas passadas e, ao fazer um gol dava cambalhotas pelo campo de futebol, era uma coisa hilária, mas demonstrava o quanto era um craque que possuía um domínio total da bola e um preparo físico invejável.

Mesmo aos 72 anos de idade ainda possui um corpo atlético, fazendo questão de encostar as palmas das mãos no chão sem dobrar os joelhos, um exercício de alongamento que até os mais jovens não conseguem faze-lo a contento.

Lembra com saudades das peladas no Campo Maracanãzinho, do jogador Duca Brito. 

Sobre este local, o procurador de Justiça e Radialista Nicolau Libório, escreveu o seguinte: “Em 1948 a rua Cláudio Mesquita era inóspita, só mato e, por isso, poucos se arriscavam a morar por lá, sobretudo pelo medo de contrair impaludismo. Mas o paraense Manoel Bastos Brito e seus amigos Mansueto, Euclides, Tude Moutinho, Marçal dos Anjos, Cláudio Coelho e Jofre Costa Novo, sem qualquer preocupação com os problemas da área, resolveram fundar o Liberdade Esporte Clube. Duca Brito (como era conhecido o jardineiro funcionário da Prefeitura de Manaus), ex-jogador do Nacional e do Fast e por ser apaixonado pelas “peladas”, resolveu reservar parte do seu imenso terreno na rua Cláudio Mesquita no antigo Seringal Mirim para construir um campo de futebol, que coincidiu com a inauguração do estádio Mário Filho, no bairro do Maracanã, no Rio de Janeiro, na frustrante Copa do Mundo de 1950 em que o Brasil foi derrotado na final para o Uruguai por dois a um. Com a aquiescência dos amigos fundadores do Liberdade Esporte Clube, Duca Brito, decretou: "o nome do estádio é Maracanãzinho.”. Alguns dos importantes craques dos principais clubes de Manaus deram os primeiros chutes no campinho de terra batida do Seringal Mirim.”

A “Banca do Geraldo Cambalhota” é, na realidade, um Ponto de Encontro dos Manauaras que amam esta cidade e que possuem alguma ligação com o esporte, principalmente, do futebol de campo da época de ouro do Parque Amazonense e do Estádio Vivaldo Lima.

É um torcedor fanático pelo Nacional Fast Clube, o "Tricolor Eterno" que disputou a Copa Norte-Nordeste em 1968, 1969 e 1970, sendo que em 1970 conquistou seu maior título, a Taça Norte, em excelente participação, garantindo assim vaga na Copa Norte-Nordeste que reunia os principais clubes da Copa Norte e Copa Nordeste.

Lembra com saudades dos seguintes jogadores: Zé Carlos (Maneco), Antônio Piola, Casemiro, Zequinha Piola, Pompeu, Zezinho, Parada, Laércio, Afonso, Edson Piola, Zé Carlos, Mano, Adinamar Abib, Formiga, Hélito, Melo, Barrote e Rangel, dentre outros.

O ponto máximo do Fast Clube foi o jogo que travou contra o New York Cosmos, em 1980, com um publico recorde de quase oitenta mil pessoas. Imaginem quem estava lá agitando a galera? Era ele o mesmo: o Geraldo Cambalhota!

Ele era um agitador de torcida, gritava, incentivava, esculhambava os jogadores, o técnico e até as autoridades que estavam assistindo ao jogo. Não perdoava ninguém quando achava algo errado, mas sempre dentro da razão, com educação e respeito a todos.

Tornou-se uma pessoa tão conhecida em Manaus que os políticos sempre o procuravam para obter o seu apoio. Ajudou na eleição do Arthur Neto, Hissa Abrão e até do Jair Bolsonaro, pois é um “Bolsonarista de Carteirinha”.

Hoje, lamenta a atuação dos políticos manauaras, principalmente dos prefeitos e vereadores, pois não dão o devido valor ao Centro Histórico, principalmente da Avenida Getúlio Vargas, uma das vias mais arborizadas da cidade, local onde o Geraldo Cambalhota passa o dia todo em sua banca de revistas.

Foto: José Rocha
Um dos seus melhores amigos e incentivadores é o desportista e fastiano Joaquim Alencar, que fez questão de fazer uma homenagem: 
“O Geraldo Cambalhota é o maior relações públicas da cidade de Manaus. Recebe a todos com a maior atenção e informa tudo o que acontece na cidade. Hoje em dia está desgostoso com a política onde já atuou com bastante desenvoltura para os seus amigos. Ele é nascido na Rua Claudio Mesquita, hoje Djalma Batista. Era frequentador dos campos de pelada, principalmente, do Maracanãzinho do mestre Duca, fastiano igual a ele. Ele sempre me apoiou na minha caminhada rumo a Câmara Municipal e, caso eu for eleito, com certeza, irei ajuda-lo em tudo o que for preciso, inclusive lutando pela revitalização do Centro Antigo de Manaus e pela conservação da sua amada e querida Avenida Getúlio Vargas, aonde possui a sua banca de revistas, um local de encontro de amigos que amam esta cidade de verdade. Parabéns, meu amigo Geraldo Cambalhota pela homenagem do BLOGDOROCHA. Você merece.”

Foto: José Rocha

O mestre e treinador Flavio de Souza é uma dos seus melhores amigos. Depois de longos tempos o Flávio fez uma visita ao seu velho amigo e eu tive a oportunidade de registrar este encontro. O Flávio era o homem que ficava dentro do campo onde comandou o Rio Negro, Nacional, Fast Clube, São Raimundo, Rodoviária e o Olímpico Clube. Na torcida, ficava o Geraldo Cambalhota agitando os torcedores. 

Para finalizar, desejo muita saúde e vida longa ao meu amigo Geraldo Cambalhota. Os manauaras precisam conhecer e respeitar as pessoas que amam de verdade a cidade de Manaus e sua gente. Geraldo, você é o cara! 



Ganhou uma honraria do BLOGDOROCHA 'CERTIFICAO DE MÉRITO CULTURAL DE MANAUS 2023 - LIVREIRO DE SEBO.


É isso aí.


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