quinta-feira, 26 de agosto de 2021

MANAÓS HARBOUR LIMITED

 






Em de 1900 foi concedido à empresa B. Rymkierwiez & Co.,                 a concessão para construir e administrar o Porto de Manaus, através             do Decreto no. 3.725/00, do governador Silvério Nery (1900-1904), transferindo em seguida para a Manaos Harbour Limited.

O Barão Rymkierwiez, proprietário da empresa concessória, não conseguiu cumprir com o foi acordado, sendo transferido para a MHL que assumiu o compromisso de até 1924, concluir toda                    a infraestrutura necessária para atender às exigências da época áurea do Amazonas, que inundava a nossa região com riquezas advindas da comercialização do látex da nossa borracha nativa.

Esta empresa tinha como sócios os irmãos ingleses Booth, proprietários da empresa de navegação Booth Line Ltd., que para Manaus traziam da Europa e dos Estados Unidos tudo o que existia     do bom e do melhor, pois a riqueza imperava em nossa cidade, levando de volta toda a produção de borracha.

Foi a união perfeita do útil e do agradável, pois possuíam uma frota de imensos navios que fazia rota internacional, carregando                e descarregado pessoas e mercadorias no maior e  mais moderno porto flutuante do mundo, sob a sua administração, levando              o bem mais cobiçado daquele tempo: a borracha in natura               da Amazônia.

O Porto de Manaus, uma obra prima dos ingleses, ficou conhecido     por Roadway, mais conhecido pelos manauaras por Cais Flutuante.    

O povo se acostumou a falar algumas palavras em inglês ou alemão, pois naquela época era permitido fundar empresas com o nome totalmente em estrangeirismo.

“Manaós” como era grafado naquela época Manaus. “Harbour” significa em inglês Porto. E “Limited” significando que era uma empresa constituída de Quotas de Responsabilidade Limitada (pertencentes aos irmãos Booth). Ou seja, em nossa língua portuguesa “Porto de Manaus Ltda.”.

Para conviver com tantos nomes esquisitos, a população fazia as suas adaptações. Por exemplo, Roadway era chamado de “Rodo”.               A Manaós Harbour de “Manausarbu”. Booth Line de “Butlaine”

Para fechar o cerco e ganhar muito dinheiro, os ingleses fundaram empresas para geração e distribuição de energia elétrica; circulação de bondes elétricos; captação e distribuição de água, além da rede     e tratamento de esgotos.

Vários fatores contribuíram para a debandada geral dos ingleses           e a dissolução de suas empresas:

1.   A partir de 1910 o mercado da nossa borracha começou            a desmoronar no exterior, pois entrava aos poucos a produção asiática, ocorrendo falências e fechamento de negócios           em Manaus;

2.   Para agravar o estado de penúria foi eclodida a Primeira Guerra Mundial (1914/1918);

3.   A Gripe Espanhola, em 1918, infectou um quarto da população mundial. Em Manaus. Cerca de 10% da população veio a óbito;

4.   Entre 1920 e 1930 a cidade de Manaus vivia uma situação de penúria.

5.   Em 1930, o presidente Getúlio Vargas tentou a voltar um período de maior prosperidade;

6.   Em 1939 veio a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), para voltarmos novamente a decadência.

A passagem dos ingleses por estas bandas deixaram marcas até hoje: tampas de bueiros com a marca M.I.L – galerias de esgotos  - trilhos do bondes que aparecem aqui e acolá – vários prédios e todo o complexo do Porto de Manaus.

As iniciais M.H.L aparecem na entrada do Roadway, na Casa de Luz    e Força (Museu do Porto) e outros prédios do Porto de Manaus, conforme fotografias.

Quando o Museu do Porto for reaberto ao público, poderemos observar e conhecer um muito mais sobre a famosa “Manausarbu”.

É isso ai.

Fotos: José Rocha