José Rocha
Cláudio Amazonas
O jornalista e escritor Cláudio Amazonas nasceu em Manaus, pertencente a uma
família tradicional do bairro de Educandos, carregando os sobrenomes nobres de
Rezende, oriundo dos Açores (Portugal) e de Amazonas, das índias brasileiras
icamiabas, toponímia também de um dos maiores rios do mundo e do maior Estado
do Brasil. Um dos autores que teve por duas vezes suas obras contempladas no Concurso
“Prêmio Literários da Cidade de Manaus”, promovido pelo Conselho Municipal de
Cultura (Concultura), a nível nacional, na categoria de jornalismo literário,
Cláudio é o grande merecedor do título de personalidade do ano de 2019 que lhe
consignamos.
Foi premiado, em 2006, com “Gonçalo, o Rei da Noite - As peripécias de um certo
marreteiro”, onde descreve a vida do pernambucano Gonçalo Batista dos
Santos, o criador da União Atlética de Constantinópolis, desde quando este
fugiu de casa aos 10 anos até sua chegada em Manaus em 1945, contextualizando
essa trajetória aventureira com os fatos políticos e sociais acontecido nesse
período em todo o Brasil.
“Sob o Signo dos Golpes”, de 2016, registra significativos momentos da vida
contemporânea da América do Sul e sua instabilidade política. É nesse ambiente
conturbado que ocorrem sucessivos golpes e contragolpes envolvendo os países do
continente, a vida do peruano Ramiro, natural de Callao, deixando para trás sua
terra natal decepcionado com a sua militância na Aliança Popular Revolucionária
Americana - APRA e um fracassado drama de amor, com ênfase na crise que se
abateu sobre o Brasil com a surpreendente renúncia de Jânio Quadros em agosto
de 1961 e a ascensão e queda de João Goulart em 1964.
Depois de uma revisão cuidadosa e inclusão de outros capítulos, Cláudio
Amazonas declara que espera apenas uma boa oportunidade para publicar o livro.
Cláudio Amazonas cursou Biblioteconomia na Faculdade de Filosofia Ciências e
Letras da Universidade do Amazonas, bacharelou-se em Teologia pela FATEBOV
e pós-graduação em Docência do Ensino Superior (inconcluso)
Foi revisor na Secretaria de Imprensa e Divulgação do Estado do Amazonas.
Militou no jornalismo como chargista, repórter, copidesque e editor nos jornais
A Crítica, Jornal do Commercio, A Notícia, O Jornal e Diário da Tarde e Diário
do Amazonas, diagramador e editor de arte do Jornal Cultura, editado pela Fundação
Cultural do Amazonas, sob a presidência do acadêmico João Mendonça de Souza.
Secretário do Serviço de Loteria do Estado; Assistente Administrativo da
Companhia de Eletricidade de Manaus - CEM; chefe do setor de Comunicações,
secretário-geral e diretor-administrativo da Celetramazon; chefe de gabinete da
Secretaria de Saneamento, Habitação e Energia - SESAB; diretor
administrativo/financeiro da Companhia de Navegação Interior do Amazonas - CONAVI,
e diretor administrativo/financeiro da Empresa Amazonense de Extensão Rural -
EMATER. Foi ainda suplente de Deputado Estadual e diretor do Sindicato
dos Jornalistas Profissionais do Estado do Amazonas.
Em de 6 de dezembro de 2007 recebeu, no Plenário Adriano Jorge, da Câmara
Municipal de Manaus, das mãos do poeta Aníbal Beça, presidente do Conselho
Municipal de Cultura (Concultura), o Mérito Cultural, “às personalidades e
empresas que facilitam e apóiam a produção cultural na Cidade de Manaus.” Em 26
de outubro de 2009 tomou posse na Academia de Letras e Artes de Paranapuã (Ilha
do Governador/RJ), na Cadeira no. 18 (patronímica Umberto Calderaro Filho),
data em que, no Plenário Teotônio Vilela, da Câmara Municipal do Rio de
Janeiro, recebeu Moção de Congratulações e Aplausos, homenagem proposta pelo
vereador Luis Carlos Ramos. Em 28 de maio de 2013 recebeu da mesma academia, o
Diploma seguido da Medalha de Mérito Cultural Austregésilo de Athayde.
Extremamente boêmio desde a juventude, Cláudio foi íntimo de renomados artistas
nacionais e internacionais, grande amigo de Getúlio Dionísio de Castro,
primeira voz do Trio Tropical que fez sucesso com o disco sob o título de
Adelante, a partir de 1960, e dos integrantes do Trio Cristal, que costumavam
se hospedar em sua casa quando vinha a Manaus.
Canta individualmente e participou como terceira voz
intermediária, da criação, em 1958, de um trio que futuramente viria se
destacar com a inclusão de Carlos Enrique Gengifo Grandez, o “Kiko”, um dos
maiores guitarristas da América do Sul, acompanhante oficial do cantor
internacional Pedrito, conhecido nos países de língua espanhola como El
Ruiseñor del Amor: O Trio Meridional acompanhou Pedrito na noite 23 de
março de 1985 na TV Educativa com grande sucesso e o conjunto passaria a se
apresentar em vários cenários, composto por Klinger Ferreira Dantas (primeira
voz), Roosevelt Rego Lopez (segunda voz e segunda guitarra) e “Kiko” como
terceira voz e requinto (solista) e estava à altura de um Trio Los Panchos sem
tirar nem por.
Nessa sua multifacetada vida e aguçada sensibilidade de repórter, recolheu o
material necessário para as obras que viriam fazê-lo como grande jornalista e
escritor. Ensina-nos, por exemplo, que o nome do bairro de Educandos
deriva da criação do Estabelecimento dos Educandos Artífices, criado no dia 21
de agosto de 1856. Mas só através do Decreto nº 27, de 22 de julho de 1907 foi
denominado bairro de Constantinópolis. Foi sob a batuta do Cláudio com a
participação de Tereza Brandão, Wagner Ferreira e do deputado Nonato Lopes que,
em 1993, comemorou-se, pela primeira vez e em grande estilo, o aniversário do
famoso e tradicional bairro de Manaus, com a abertura feita pelo maestro
Pedrinho Sampaio executando a 40ª. Sinfonia de Mozart, o Trio Cristal e vários
conjuntos amazonenses. A data escolhida foi 21 de agosto.
E o conjunto da obra seria concretizado com a publicação de
Memórias do Alto da Bela Vista – Roteiro Sentimental de Educandos, lançado no
dia 5 de setembro de 1996, nos Cem Anos do Teatro Amazonas, prestigiado com a
presença da intelectualidade, do conjunto de Câmara e da cantora Fafá de Belém.
Em 2007 ganharia o Prêmio Mario Ypiranga Monteiro com o
livro Constantinópolis – Origens e Tradições, um quase resumo das Memórias.
Tenho um profundo respeito pelo Cláudio Amazonas e também sou eternamente grato
por ter feito a revisão (copidescagem) do meu livro “Igarapé de Manaus”, que
será lançado em 2020.
Fontes:
https://www.acritica.com/channels/entretenimento/news/autor-amazonense-retrata-em-livro-a-politica-no-brasil-dos-anos-30-ao-golpe-militar
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